Essa é a minha tier list de distros Linux!
Se há algo que aprendemos após anos testando distribuições Linux, é que compará-las é como discutir qual bebida é melhor: café ou chá. No fim, tudo depende do gosto, do momento e de quanta paciência você tem para prepará-la.
Desde os primeiros passos no Linux, há mais de 15 anos, o Dio passou por dezenas de distros — algumas memoráveis, outras longe disso. E, claro, como todo mundo, desenvolveu suas preferências. Não se trata de dizer qual é “a melhor”, mas sim de compartilhar quais funciona melhor para si. Afinal, como diz o ditado: “Linux é liberdade… inclusive a de escolher distros questionáveis.”
O topo do pódio: Pop!_OS, Zorin OS, Linux Mint e Steam OS
No mundo das distribuições Linux, algumas se destacam não apenas por sua qualidade técnica, mas por aquele feeling que faz você querer usá-las todo dia.
O Pop!_OS é, atualmente, o sistema favorito do Dio. Desenvolvido pela System76, ele combina a estabilidade do Ubuntu LTS com atualizações frequentes de kernel e drivers, quase como um “semi-rolling release”. O autotiling nativo é um daqueles recursos que, uma vez experimentado, você não quer mais abrir mão, principalmente em telas de alta resolução. Claro, o futuro do Pop!_OS com o novo COSMIC ainda é uma incógnita — mas, por enquanto, ele segue imbatível.

Logo atrás vem o Zorin OS, a distro perfeita para quem está migrando do Windows. Sua interface familiar e sua seleção de softwares bem escolhidos fazem dele uma opção plug-and-play. E, sim, ele também é baseado no Ubuntu LTS.

E não poderíamos deixar de mencionar o Linux Mint, aquele velho amigo que nunca te decepciona. Com seu Cinnamon bem polido e a ausência de Snap (substituído pelo Flatpak), ele é uma das melhores opções para quem quer um sistema que simplesmente funciona, sem surpresas.

O último dos melhores é o SteamOS, o sistema operacional do Steam Deck, que é praticamente perfeito em seu propósito. Uma pena que ainda esteja preso apenas ao console.

Ótimo, mas não é muito pra mim
Nem toda distro pode ser a número um, mas algumas merecem um lugar especial.
O Fedora é uma daquelas distros que oscila entre o brilhante e o frustrante. Por um lado, é incrivelmente bem polido, especialmente a versão com GNOME. Por outro, às vezes parece que os desenvolvedores vivem em uma realidade paralela, onde certas decisões fazem sentido só para eles.

Já o Ubuntu já foi o sistema principal do Dio por anos, mas hoje perdeu espaço para seus derivados. O Snap é parte do problema, mas também há a sensação de que a Canonical está mais focada em servidores do que em desktops. Ainda assim, para quem quer uma base sólida e amplo suporte, ele segue sendo uma opção válida.

Podemos dizer que o Tuxedo OS é o Pop!_OS com interface Plasma. O problema é que o Dio ainda não se adaptou bem ao Plasma.

E como não falar do Arch Linux, a distro que virou meme antes mesmo dos memes serem populares? O Arch é como um quebra-cabeça: divertido de montar, mas cansativo de manter. Com o tempo, surgiram instaladores que facilitam a vida, mas ele ainda não é a melhor escolha para quem só quer usar o computador em vez de configurá-lo.

O meio-termo
O Chrome OS é um sistema operacional desenvolvido pelo Google, baseado no kernel Linux e projetado para ser leve e eficiente, especialmente em hardware básico. Ele é conhecido por sua simplicidade e integração com os serviços do Google, como o Drive e o Gmail. A versão Flex permite que ele seja instalado em computadores mais antigos, oferecendo um desempenho fluido mesmo em máquinas modestas. Apesar de ser limitado em termos de flexibilidade para tarefas avançadas, é uma ótima opção para quem busca um sistema rápido e direto ao ponto, principalmente para navegação e aplicativos web.

Uma das distribuições mais antigas e respeitadas do mundo Linux, o Debian é conhecido por sua estabilidade e filosofia de software livre. Ele serve como base para muitas outras distros, incluindo o Ubuntu. Apesar de não ser a mais user-friendly para iniciantes, sua robustez o torna ideal para servidores e usuários avançados que preferem um sistema altamente personalizável. O Debian utiliza principalmente pacotes .deb e tem um ciclo de lançamento mais lento, garantindo maior confiabilidade.

Uma distribuição versátil, o openSUSE está disponível em duas versões principais: Tumbleweed (rolling release) e Leap (baseada em versões estáveis). Ele se destaca pelo YaST, uma ferramenta de configuração centralizada que facilita o gerenciamento do sistema. Apesar de ser robusto e bem documentado, algumas soluções do openSUSE resolvem problemas que outras distros nem sequer apresentam, o que pode torná-lo menos atraente para quem busca simplicidade.

Uma distribuição brasileira baseada no openSUSE, o Regata OS visa em facilitar o uso do Linux para o público geral. Ele vem com suporte a drivers proprietários, loja de aplicativos integrada e otimizações para jogos, incluindo o Wine e o Steam pré-instalados. É uma opção interessante para quem quer um sistema pronto para uso, especialmente para usuários que migram do Windows.

Outra distro nacional, o BigLinux é baseado no Manjaro (Arch Linux) e utiliza o KDE Plasma como ambiente padrão. Ele busca oferecer uma experiência completa, com várias ferramentas pré-instaladas e suporte a codecs proprietários. No entanto, sua dependência do Arch e do KDE pode não agradar quem prefere sistemas mais simples.

O Nobara é uma versão modificada do Fedora, otimizada para desempenho e usabilidade, especialmente para jogos e multimídia. Ele inclui drivers proprietários, codecs e tweaks de kernel para melhorar a experiência do usuário. Apesar de ser uma iniciativa de um desenvolvedor independente, ele tem ganhado popularidade por oferecer um Fedora polido e pronto para uso imediato.
Uma das mais famosas distribuições baseada no Arch Linux, mas com uma abordagem mais amigável para iniciantes, o Manjaro inclui um instalador gráfico e repositórios próprios para maior estabilidade. Ele oferece várias edições com diferentes ambientes de desktop, como XFCE, KDE e GNOME. Apesar de facilitar o uso do Arch, ainda pode exigir mais manutenção do que distros baseadas em Ubuntu ou Debian.
O Vanilla OS é uma distribuição imutável baseada no Debian, focada em segurança e simplicidade. Ele utiliza o ABroot para transações atômicas e o Apx para gerenciamento de contêineres de aplicativos. Apesar de ter uma proposta interessante, ainda está em desenvolvimento e pode não ser a melhor opção para quem busca um sistema pronto para produção.

Agora, falemos do NixOS, uma distribuição única que utiliza o gerenciador de pacotes Nix, permitindo configurações reproduzíveis e rollbacks seguros. Ele é altamente personalizável, mas sua curva de aprendizado é íngreme, tornando-o mais adequado para usuários avançados ou entusiastas de infraestrutura como código.
Conhecido por seu design elegante e foco em simplicidade, o elementaryOS é frequentemente comparado ao macOS. É aquele sistema que muitos queriam gostar, mas não conseguem. Ele utiliza o ambiente Pantheon e prioriza os poucos aplicativos feitos especificamente para o sistema. Apesar de bonito e intuitivo, pode limitar usuários que precisam de mais flexibilidade.

O MX Linux é uma distribuição baseada no Debian, focada em eficiência e usabilidade. Ele vem com ferramentas próprias, como o MX Tools, para facilitar a configuração do sistema. Por ser leve, é uma ótima opção para hardware antigo, mas ainda mantém uma ampla compatibilidade com repositórios Debian. Porém seu estilo pode ser um tanto antiquado para o fluxo de trabalho de um criador de conteúdo.
Voltado para educação e inclusão digital, o Endless OS é pré-carregado com aplicativos educativos e conteúdo offline. Ele utiliza um sistema de arquivos imutável e foca em simplicidade, ideal para famílias ou usuários que não têm acesso constante à internet. No entanto, sua falta de flexibilidade pode ser um empecilho.

Quando a curiosidade supera a praticidade
Algumas distros são como aquelas comidas exóticas que você experimenta só para dizer que já provou. No caso, para o Dio, elas estão longe da primeira opção para serem colocadas para produção.
O EndeavourOS é uma distribuição baseada no Arch Linux, mas com uma abordagem mais acessível para quem quer a experiência do Arch sem a complexidade da instalação manual. Ele oferece um instalador gráfico e várias opções de ambientes de desktop, mantendo a filosofia minimalista e rolling release do Arch. É uma ótima opção para quem busca um sistema atualizado e personalizável, mas ainda não está pronto para lidar com a instalação tradicional do Arch.

Garuda Linux é outra distro baseada no Arch, mas com foco em desempenho e aparência, utilizando o KDE Plasma como ambiente padrão. Ele inclui várias otimizações, como o BTRFS com snapshots automáticos, kernel Zen e ferramentas para jogos. Apesar de ser visualmente atraente para alguns e bem equipado, pode ser considerado “pesado” para hardware mais modesto e não é tão minimalista quanto o Arch puro.

Uma distribuição criada pela equipe do KDE para oferecer a versão mais atualizada do Plasma e dos aplicativos KDE. O KDE Neon é baseado no Ubuntu LTS, garantindo estabilidade, mas com atualizações frequentes do ambiente desktop. Ideal para fãs do KDE que querem as últimas novidades sem precisar de uma distro rolling release. No entanto, como foca apenas no KDE, não é a melhor opção para quem prefere outros ambientes.
Especializada em segurança cibernética e pentesting, o Kali Linux é desenvolvido pela Offensive Security. Ele vem com uma vasta coleção de ferramentas pré-instaladas, como Metasploit, Wireshark e Nmap. Apesar de ser poderoso para profissionais de segurança, não é recomendado para uso diário, já que seu foco não é usabilidade geral.

O Bodhi Linux é uma distro leve baseada no Ubuntu, utilizando o ambiente Moksha (um fork do Enlightenment). Ele é ideal para hardware antigo ou quem busca um sistema minimalista, mas ainda personalizável. Apesar de sua leveza, pode exigir configuração adicional para alguns softwares, já que vem com poucos aplicativos pré-instalados.

Peppermint OS é uma distribuição baseada no Debian/Ubuntu, focada em simplicidade e desempenho. Ele usa um ambiente leve e integra bem aplicativos web como se fossem nativos. É uma boa opção para quem quer um sistema rápido e funcional, especialmente em máquinas mais antigas.
O Deepin é uma distribuição chinesa conhecida por seu ambiente desktop com aparência considerada elegante por alguns e altamente customizado, o Deepin Desktop Environment (DDE). Ele prioriza design e usabilidade, sendo uma das distros mais bonitas disponíveis. No entanto, já enfrentou críticas por questões de privacidade, desempenho e por ser muito orientado ao público chinês, além de ter um ciclo de desenvolvimento imprevisível.

Agora, uma distribuição independente, o Solus OS não baseado em nenhuma outra distro, sendo conhecido por seu desempenho e curadoria de software. Ele usa o Budgie como ambiente padrão (mas também oferece GNOME, KDE e MATE) e tem um modelo rolling release controlado. É uma ótima opção para quem quer um sistema bem otimizado e estável, mas sua pequena equipe de desenvolvimento e comunidade limitam a evolução do sistema.

Uma das distribuições mais estáveis e confiáveis do mundo Linux, o RHEL é voltado para servidores e ambientes corporativos. Ele é baseado no Fedora, mas com suporte de longo prazo e certificações de segurança. O maior obstáculo é seu modelo de assinatura paga, tornando-o inviável para usuários domésticos (embora o CentOS Stream e o Rocky Linux ofereçam alternativas gratuitas).
O Slackware é uma das distribuições mais antigas ainda em atividade, conhecida por sua filosofia “keep it simple” e controle manual do sistema. Ele não tem gerenciador de pacotes automatizado como o APT ou DNF, exigindo que o usuário resolva dependências manualmente. É uma distro para puristas e entusiastas que gostam de ter controle total, mas não é prática para o uso cotidiano.
E por fim, Gentoo é uma distribuição altamente personalizável, onde quase tudo é compilado a partir do código-fonte. Ele permite otimizações específicas para o hardware do usuário, mas exige muito tempo e conhecimento técnico para configurar. É uma ótima escolha para quem quer aprender profundamente sobre Linux ou criar um sistema totalmente sob medida, mas não é recomendado para quem busca praticidade.

Quais as distros que você mais gosta?
No fim das contas, a melhor distro é aquela que se adapta ao seu fluxo de trabalho. Se você é um produtor de conteúdo como nós, vai preferir algo estável e fácil de usar, como Pop!_OS ou Linux Mint. Se é um tinkerer que adora fuçar, talvez o Arch ou o Gentoo sejam mais seu estilo.
E se ainda estiver em dúvida, lembre-se do conselho do livro “Não Me Faça Pensar“ (Steve Krug): para a maioria das pessoas, a melhor interface é aquela que você nem percebe que está usando.
Este não é o nosso único Tier List! Confira o episódio do Diocast, onde, em conjunto, a equipe Diolinux fez uma listagem super completa, com muitas informações sobre cada uma das distros!