Solus OS 4.4 mostra que o projeto ainda vive
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Solus OS 4.4 mostra que o projeto ainda vive

Após um colapso em sua infraestrutura, houve dúvidas sobre o futuro do projeto do Solus OS, a casa do Budgie Desktop. Entenda a reestruturação pela qual a distro está passando e conheça as novidades apresentadas por seu novo lançamento, o Solus OS 4.4.

O colapso e o retorno do Solus OS

Desde a origem do Solus OS, sua infraestrutura baseava-se em servidores do instituto de tecnologia Rochester e a hierarquia dos desenvolvedores era organizada de tal forma, que somente uma pessoa tinha acesso aos servidores, que precisava ocorrer presencialmente. Segundo informações divulgadas pelos membros da equipe, o projeto dependia da disponibilidade desse desenvolvedor para oferecer qualquer atualização do sistema aos usuários.

Em 17 de janeiro de 2023, houve um problema de hardware, que derrubou o serviço por três meses, deixando os usuários sem atualizações, sem uma fonte oficial para baixar imagens do sistema, nem mesmo um site para se comunicar sobre o ocorrido. O problema ainda resultou na perda de dados de alguns pacotes do repositório do git do projeto.

Durante esse tempo, os desenvolvedores focaram no retorno à normalidade, em estratégias para que esse tipo de problema não ocorresse novamente, assim como em planos para o projeto. A infraestrutura foi transferida para uma arquitetura mais robusta, que envolve redundância entre dois serviços, DigitalOcean e Hetzner, resolvendo o requerimento do acesso presencial e permitindo o acesso a múltiplas pessoas para disponibilizar novos pacotes de forma independente.

Neste processo, houve a reaproximação com Ikey Doherty, fundador e primeiro líder do Solus, que agora lidera a criação de outro sistema, o Serpent OS.

O Serpent OS é um projeto Linux totalmente independente, orientado à escalabilidade, cujo sistema de empacotamento, stone.yml, é uma evolução do package.yml do Solus. Ele visa ser uma distribuição imutável, com atualizações atômicas, que entrega pacotes verificados e permite restaurações, mesmo desconectado da internet.

Ainda que o Serpent OS não esteja pronto, suas características são alinhadas com os objetivos para o futuro do projeto do Solus OS, sendo assim, eles decidiram que o Solus OS 5 deixará de ser um sistema independente e terá como base o Serpent OS. Essa mudança de direção, converge inclusive com nossas previsões sobre o futuro das distros Linux, demonstrando que a equipe do Solus deseja que ele se torne um sistema que oferece recursos modernos e avançados.

Utilizar o Serpent OS como base, permitirá que os desenvolvedores do Solus se preocupem mais em aspectos de usabilidade e experiência do usuário, dividindo o trabalho do aprimoramento de sua base com a equipe do sistema de origem.

Entretanto, até lá há um logo caminho, o Solus precisa manter sua credibilidade, enquanto preparam o que está por vir, o Solus OS 4.4 tem a missão de manter o sistema atualizado e funcional em novos hardwares.

Conheça o Solus OS 4.4

Graças ao Kernel 6.3.8, o Solus OS 4.4 consegue atender a hardwares recentes, como as placas de vídeo série 7000 da AMD, a série 4000 da NVIDIA e as Intel Arc, além de ser compatível com o Secure Boot, ter compatibilidade com laptops com controladores NVMe em modo RAID, com diversos sensores de luz e acelerômetros.

Como de costume, os desenvolvedores do Solus realizaram alguns refinamentos no Kernel, dessa vez, tornando padrão o uso de ZRAM em dispositivos com menos de 3 GB de memória e o CONFIG_NFT_FIB_INET é habilitado para permitir o funcionamento do Firewalld/nftables.

A suíte Mesa foi atualizada para a versão 23.0.3, introduzindo o suporte do Noveau 3D à GPUs NVIDIA da série 3000, suporte à mesh shaders para o RADV Vulkan, além de otimizações no driver Zink e no suporte a ray-tracing.

O Budgie Desktop 10.7.2 está presente na versão principal do Solus OS 4.4. Ele baseia-se no GNOME 43 e, por aqui, apresenta o gerenciador de arquivos Nemo, em vez do Nautilus, devido à sua transição ao GTK4 e consequente mudança de aparência, tornando-o inadequado à identidade visual Budgie.

Solus OS 4.4 mostra que o projeto ainda vive budgie
Solus OS 4.4 Budgie. Fonte: Solus OS

Agora, o menu do Budgie não precisa carregar novamente enquanto aberto após alguma mudança entre os aplicativos indexados, foi corrigido o erro de textos desencaixados em notificações, que inclusive não apresentam mais flickering quando apresentadas em aplicações em tela cheia. Mais algumas novidades apresentadas pelo Solus OS com interface Budgie:

  • Suporte a duas GPUs ao abrir aplicações pelo menu do sistema;
  • Botões para configurações no menu do sistema;
  • Nova API para os widgets Raven;
  • Nova aplicação para captura de tela;
  • Suporte a sons em notificações;
  • O widget do player de mídia está mais compacto.

Última versão com MATE

Você também pode optar por baixar o Solus OS 4.4 com o GNOME 43.5, com o Plasma 5.27.5 ou com o MATE 1.27. Entretanto, essa é a última versão com MATE, pois os desenvolvedores planejam a adoção do Wayland e do PipeWire no Solus OS 4.5, apesar de que os pacotes para ele deverão durar um pouco mais. A idéia é equiparar o Solus com as soluções modernas do mundo Linux, entregando menor latência na captura e reprodução de áudio, o gerenciamento de cores, suporte ao HDR e à taxa de atualização variável.

Quem deseja uma interface mais leve, futuramente poderá optar por um Solus com Xfce, algo que já está em desenvolvimento. O que podemos esperar para o futuro do Solus OS, uma distro que não é baseada em nenhuma outra, mas que poderá se basear em outra que ainda nem existe?

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