Se existe algo que o mundo da tecnologia nos ensina, é que a inspiração pode vir de qualquer lugar. E, no caso do Deepin 25, a inspiração veio diretamente do Windows 11. Mas calma, não estamos falando de uma cópia descarada. O Deepin 25 pegou algumas ideias do sistema da Microsoft e as aprimorou, trazendo inovações que, se a Microsoft fosse esperta, poderia copiar de volta.
Vamos explorar as novidades dessa nova versão da distro chinesa, desde sua interface visualmente familiar até suas funcionalidades de IA e estrutura de sistema. E, claro, vamos discutir se vale a pena migrar para o Deepin 25 Preview ou se é melhor esperar um pouco mais.
A Interface é inspiração ou imitação?
Logo de cara, é impossível não notar a semelhança entre o Deepin 25 e o Windows 11. A barra de tarefas centralizada, os ícones minimalistas e até o menu de iniciar lembram bastante o sistema da Microsoft. Mas, ao contrário de outras distros que tentam copiar o Windows de forma grosseira, o Deepin 25 consegue trazer um visual próprio e elegante.

Um dos destaques da interface é o UOS AI, uma assistente de IA integrada ao sistema. Localizado no canto esquerdo da barra de tarefas (uma posição que faz muito sentido do que o canto direito do Windows), o UOS AI oferece funcionalidades semelhantes ao Copilot da Microsoft, mas com algumas vantagens.

Com um ícone que parece filho do logo do ChatGPT com o Copilot, o UOS AI conta com modelos que podem ser baixados e rodam localmente sem a necessidade de algum hardware especial. Além de gerar textos e responder perguntas, o UOS AI pode ajudar com tarefas específicas do sistema, como alterar o papel de parede ou abrir configurações.
No entanto, ele não oferece nenhum atalho nem faz a tarefa por você, apenas apresenta algum passo a passo. Durante os testes, a IA mostrou-se um tanto quanto instável, especialmente quando usada em português. De toda forma, é uma versão beta, então bugs são esperados.

Além disso, a IA pode ser usada para interagir com seus documentos pessoais. Por exemplo, você pode adicionar uma receita de bolo à base de conhecimento da IA e perguntar: “Quantos gramas de açúcar vão no bolo da vovó?”. A IA deverá buscar a informação diretamente no seu arquivo, criando respostas personalizadas.
No entanto, essa funcionalidade ainda está longe de ser perfeita. Por aqui ela não conseguiu concluir nenhuma tarefa, considerando que foi testada em hardware limitado.

Mais Rápido?
Os desenvolvedores do Deepin afirmam que a nova versão trouxe melhorias no desempenho, graças a um novo compositor de janelas baseado em Wayland. Segundo eles, as animações ficaram 50% mais suaves e a renderização gráfica 100% mais rápida, sabe-se lá em relação ao que.
Para testar essas melhorias, basta acessar o painel de controle, ir em System Update > Technology Preview e selecionar a opção DDM/Treeland. Após reiniciar, você verá novas animações e um visual de login atualizado. Mais uma vez, durante os testes, essa funcionalidade mostrou-se cheia de bugs.
Mudanças estruturais
O Deepin 25 não é só sobre aparência e IA. A distro também trouxe mudanças em sua estrutura, visando aumentar a segurança e a estabilidade do sistema.
Inspirado no Steam OS (usado no Steam Deck), o Deepin 25 agora possui uma raiz imutável e de apenas leitura. Isso significa que o sistema básico não pode ser alterado sem permissão, aumentando a segurança e reduzindo o risco de corrupção de arquivos.
Outra novidade é o uso de pacotes no formato LingLong, semelhante aos Flatpaks. Esses pacotes rodam em contêineres, isolados do restante do sistema, permitindo maior flexibilidade e segurança na instalação de aplicativos.
As atualizações atômicas garantem que o sistema só seja atualizado se tudo ocorrer corretamente. Se houver algum problema durante o processo, a atualização é revertida, mantendo a integridade do sistema. Mas é claro que se a atualização em si for problemática, não é isso que vai garantir a qualidade.
Para lidar com possíveis problemas pós-atualização, o Deepin 25 introduziu a funcionalidade de snapshots. Semelhante aos pontos de restauração do Windows, os snapshots permitem que você “volte no tempo” para uma versão anterior do sistema, caso algo dê errado.
Integração com smartphones e Distrobox
O Deepin 25 também trouxe novidades interessantes para quem gosta de integrar dispositivos. A distro agora permite espelhar smartphones Android diretamente no desktop, facilitando a troca de informações entre os dispositivos. No entanto, essa funcionalidade parece depender de uma conta em um serviço chinês específico, o que pode limitar seu uso fora da China. Ainda assim, você pode fazer algo parecido em qualquer distro com o Scrcpy.
Para desenvolvedores e usuários avançados, a integração planejada com o Distrobox é uma grande vantagem. Essa ferramenta permite rodar várias distros Linux simultaneamente, usando contêineres. É uma funcionalidade que lembra o WSL2 da Microsoft, mas com a vantagem de, como o Deepin é Linux, ser otimizada para Linux.
Vale a pena usar o Deepin 25?
A resposta curta é: não. Pelo menos, não ainda. Apesar de todas as inovações, o Deepin 25 ainda é uma versão beta, cheia de bugs e funcionalidades incompletas. A menos que você seja um entusiasta disposto a testar software experimental ou contribuir com o desenvolvimento da distro, é melhor esperar uma versão mais estável. Caso queira utilizar a distro chinesa em seu PC de produção, pode ser melhor começar com o Deepin 23, que é a versão estável mais atualizada.
No entanto, é inegável que o Deepin 25 traz ideias interessantes que poderiam ser adotadas por outras distros (e até pela Microsoft). A IA local, as atualizações atômicas e os snapshots são funcionalidades que mostram o potencial dessa distro para o futuro.
E você, o que acha do Deepin 25? Já testou a versão beta ou está esperando uma versão mais estável? Deixe sua opinião nos comentários e interaja com a comunidade do fórum Diolinux Plus!
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