Garuda Linux: testamos o “Arch Linux gamer” de alto desempenho
Testamos por 30 dias o Garuda Linux, uma distribuição baseada no Arch que promete entregar o máximo desempenho para jogadores, com uma interface cheia de personalização Gamer. Com temas neon, efeitos RGB e um visual chamativo, o sistema se destaca por sua aparência, mas será que ele realmente cumpre todas as promessas?
Documentação e instalação
O Garuda já nos surpreendeu logo com a documentação, ela é completa e bem organizada, cobrindo todos os aspectos importantes, desde a instalação até os ajustes de desempenho e as diferentes versões da distro.
Algo que vale destacar é que o Garuda não é recomendado para ser utilizado em máquinas virtuais, devido às otimizações específicas para hardware físico. Essas otimizações são projetadas para extrair o máximo desempenho da máquina, o que pode prejudicar a experiência em ambientes virtuais. Além disso, a documentação não está disponível em português, mas ferramentas de tradução, como a do Firefox, funcionaram bem para entender as instruções, sem grandes problemas.
O processo de instalação do Garuda é bem tranquilo, graças ao uso do Calamares, um instalador gráfico bastante utilizado em várias distros Linux. Quem já instalou outras distribuições que utilizam o Calamares não terá dificuldades aqui. No entanto, um detalhe importante é que o Garuda recomenda o uso do Btrfs como sistema de arquivos padrão, devido à sua integração com os recursos avançados de snapshots e backups do sistema.
Essa integração com o Btrfs é excelente, similar à do Big Linux e do openSUSE Tumbleweed. O Garuda permite gerenciar snapshots graficamente, oferecendo um grande controle sobre o backup e recuperação de dados. Além disso, o sistema está otimizado para extrair o máximo desempenho das partições Btrfs, o que é um bônus para jogadores.
Entre as várias customizações oferecidas pelo Garuda, um destaque curioso é o Fire Dragon, um navegador baseado no Firefox que segue o tema Gamer da distribuição. Ele traz uma barra lateral, papéis de parede dinâmicos e toda uma interface focada em visuais chamativos, com cores acentuadas e efeitos.
Apesar de interessante, o Fire Dragon pode ser um pouco visualmente cansativo para quem prefere uma interface mais limpa. Por isso, optei por continuar utilizando os navegadores que já fazem parte do meu fluxo de trabalho, como o Chrome e o Firefox tradicional.
Ainda assim, o Fire Dragon pode agradar aqueles que gostam de customizações visuais em seus softwares e preferem uma experiência mais integrada ao estilo do sistema.
Versões disponíveis e personalização
O Garuda Linux oferece várias versões com diferentes ambientes de desktop customizados. A versão principal utiliza o Plasma, altamente modificado, e chamada de “Dr460nized”. Essa versão traz um visual imersivo e colorido, com ícones em degradê e cores de destaque vibrantes, projetado para oferecer uma experiência voltada para jogadores, mas com um fluxo de trabalho que lembra o MacOS. A proposta é criar um ambiente que combine desempenho e estilo, o que pode agradar muito a quem valoriza uma interface diferenciada.
Além do Plasma, o Garuda também oferece versões com outros ambientes de desktop, como GNOME, XFCE e Cinnamon, além de gerenciadores de janelas minimalistas como o Sway e o i3wm. Para usuários mais avançados, existem as versões KDE Lite e Hyperland, que oferecem menos ferramentas pré-instaladas e mais liberdade para personalizar o sistema do zero.
Como uma distribuição baseada no Arch, o Garuda segue o modelo bleeding edge e rolling release, o que significa que está sempre recebendo as últimas atualizações e melhorias.
A distro utiliza, por padrão, o Linux Zen Kernel, uma versão otimizada para oferecer um sistema mais rápido e responsivo, ideal para desktops, multimídia e jogos. Desenvolvido pela comunidade, ele visa proporcionar o melhor desempenho possível para o uso cotidiano. Ainda assim, o Garuda oferece suporte a diversos outros kernels, garantindo flexibilidade para diferentes tipos de usuários e necessidades.
Desempenho e ferramentas de otimização
O grande atrativo do Garuda Linux, especialmente para os gamers, são as otimizações de desempenho. A distro vem com uma série de ferramentas desenvolvidas pela própria equipe para garantir que o sistema esteja sempre funcionando da melhor maneira possível. Essas ferramentas incluem ajustes automáticos de drivers, configurações otimizadas para jogos e até mesmo scripts que ajudam a manter o sistema rápido e eficiente.
Em nossos testes, essas otimizações realmente fazem diferença, especialmente em jogos que demandam mais do hardware. A fluidez do sistema, tanto para jogos quanto para tarefas do dia a dia, foi notável. Além disso, o Garuda oferece ferramentas gráficas para gerenciar drivers e configurações, facilitando bastante o processo para usuários que não querem se aventurar no terminal.
Considerações finais
O Garuda Linux é uma distribuição interessante para quem busca um sistema otimizado para jogos. Com uma excelente documentação, uma instalação simples e várias versões disponíveis para diferentes perfis de usuário, ele oferece um pacote completo tanto para gamers quanto para quem deseja um sistema Linux rolling release de alto desempenho.
Apesar da customização visual do sistema não ter nos agradado muito, não há como negar que o Garuda entrega o que promete. As otimizações de desempenho são claras, e as ferramentas desenvolvidas pela equipe tornam o uso do sistema muito mais acessível e eficiente. Para aqueles que querem um Linux voltado para jogos e não se importam com uma interface mais “agressiva”, o Garuda é uma excelente escolha.
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