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Quando o Windows diz não, o Linux diz sim

A relação entre usuários e sistemas operacionais nunca foi tão tensa. Enquanto a Microsoft impõe exigências de hardware cada vez mais rígidas para o Windows 11, uma legião de usuários está descobrindo que seus computadores “antigos” podem ganhar nova vida com um simples sistema operacional diferente.

A legião de frustrados com Windows

Não é preciso ser especialista para perceber a crescente onda de insatisfação com o Windows. Desde atualizações que quebram sistemas até a insistência em integrar IA em lugares onde ninguém pediu, muitos usuários estão chegando ao seu limite. O fenômeno curioso é que essa migração para o Linux não está mais restrita aos círculos técnicos – criadores de conteúdo dos mais variados nichos estão publicamente experimentando alternativas.

A ironia é deliciosa: justo quando a Microsoft tenta empurrar todos para hardware novo, mais pessoas descobrem que seu computador atual pode ser perfeitamente adequado – basta trocar o sistema operacional. É como se, após anos sendo tratados como consumidores obrigados a atualizar, os usuários estivessem finalmente percebendo que têm opções.

A exigência de TPM 2.0 e processadores específicos para o Windows 11 criou uma categoria inteira de computadores perfeitamente capazes que foram magicamente transformados em “obsoletos” pelo decreto de Redmond. Aqui, as distribuições Linux mostram sua verdadeira força, oferecendo desempenho satisfatório em máquinas que o Windows considera inadequadas.

Mas é importante manter os pés no chão – o Linux não é varinha mágica que transforma um Pentium 4 em uma máquina de última geração. O que ele faz, e faz muito bem, é extrair o máximo possível do hardware disponível, sem os pesados serviços em segundo plano que consomem recursos no Windows. Para quem precisa apenas navegar na web, editar documentos ou assistir vídeos, a diferença pode ser notável, principalmente em computadores com até 10 anos (ou até um pouco mais).

O efeito Steam Deck

A Valve realizou o que anos de evangelização da comunidade Linux não conseguiram: mostrou que o sistema pode ser simples e acessível. O Steam Deck provou que jogos AAA rodam perfeitamente bem em Linux, e que a experiência pode ser tão plug-and-play quanto em consoles tradicionais.

Esse sucesso está tendo um efeito cascata. YouTubers que nunca se interessaram por sistemas operacionais estão experimentando distros como o Bazite em seus portáteis – e frequentemente preferindo a experiência à oferecida pelo Windows. 

O movimento atual sugere um cenário promissor. À medida que mais pessoas descobrem que podem dizer “não” às exigências de hardware da Microsoft, aumenta a pressão por alternativas verdadeiramente viáveis. Fabricantes começam a perceber que há demanda por dispositivos com Linux pré-instalado, e desenvolvedores prestam mais atenção à compatibilidade com o sistema.

Enquanto isso, nos quartos e escritórios ao redor do mundo, milhares de computadores considerados “obsoletos” continuam trabalhando diligentemente – agora alimentados por sistemas que respeitam seu hardware e seus usuários. A revolução pode não ser televisada, mas certamente está sendo instalada, um live USB de cada vez.

Este conteúdo é um corte do Diocast. Assista na íntegra ao episódio onde conversamos sobre a crescente popularização do Linux entre produtores de conteúdo, com ênfase ao icônico PewDiePie e as possíveis razões para esta mudança!

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