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Deixe seu computador mais rápido com o Bodhi Linux!

Leve, altamente compatível, com muita personalidade e pouco conhecido! Esse é o Bodhi Linux, um sistema operacional que deveria estar no seu Radar, especialmente quando é revitalizar o seu computador antigo ou fraco .

Já falamos sobre o Bodhi Linux num video sobre reaproveitamento de hardware, mas lá ele dividiu o holofote com outros sistemas, agora, com o lançamento da versão 7, possuido duas alternativas de kernel, é uma ótima ideia a gente conhecer mais sobre essa distro que usa um ambiente gráfico próprio. Será que realmente dá para deixar seu computador mais rápido com o Bodhi Linux?

Entenda o Bodhi Linux

Tem muitas distros Linux com uma pegada mais artesanal, e o Bodhi Linux é com certeza uma delas, mas afinal, o que significa seu nome?

Bodhi é um nome que pode ser meio engraçado para a gente que fala português, se assemelhando a algo como uma versão de “body” em inglês. O Bodhi Linux usa atualmente um ambiente gráfico chamado “Moksha Desktop”, esse ambiente é um fork de outro ambiente gráfico de código aberto para Linux chamado “Enlightenment”, mais especificamente a versão 17.

Enlightenment quer dizer “iluminação” em português, no sentido de inteligência, de ser algo especial, e Bodhi, é uma palavra derivada do sânscrito que quer dizer justamente “iluminação”, já “Moksha”, o nome do ambiente gráfico, é uma palavra, também vinda do sânscrito, que quer dizer “emancipação ou libertação”. Tudo isso faz muito sentido, já que o Moksha é a emancipação desse ambiente gráfico do Enlightenment, ao mesmo tempo, pode representar essa coisa de algo diferente.


A origem do nome do sistema e do seu ambiente gráfico não é a única coisa curiosa do Bodhi Linux. A versão 7, lançada há poucas semanas, chega baseada no Ubuntu 22.04 LTS, e inclui várias novidades interessantes, mas antes da gente falar delas, que tal entender como o sistema funciona?

Moksha desktop se parece mais com um Window Manager, como i3WM, BSPWM, Kwin ou Mutter, do que um desktop environment como GNOME ou KDE Plasma, isso faz com que ele seja muito leve.

Mas ele também tem algumas aplicações que funcionam como widgets, ou módulos, como eles chamam, servindo para criar elementos na tela, como as barras de tarefas, menus e ícones, como os de controle de volume, notificações e assim por diante.

widgets

Por padrão, o desktop do Bodhi Linux tem uma barra embaixo, onde você encontra um menu, um tanto redundante, por ser o mesmo que aparece ao clicar em qualquer lugar da área de trabalho.Também há ícones de atalhos para aplicativos favoritos, uma região onde as janelas de aplicativos abertos aparecem, e depois uma bandeja com vários utilitários comuns, rede, clipboard, som, internet, teclado e gestão de energia.

menu

No desktop temos no canto esquerdo um relógio, se você clicar nele ele vira um calendário, assim como os widgets do KDE, esse elemento pode ser adicionado ao desktop ou a uma barra, então da para colocar o relógio na barra de tarefas se você preferir.

relógio e calendário

Do lado direito, temos as áreas de trabalho virtuais, elas sempre ficam exibidas ali e você pode navegar por qualquer uma delas.

A seleção de softwares do Bodhi Linux é bem enxuta e segue essa ideia de um sistema básico e minimalista. Se a gente explorar a sessão de aplicações do menu vai ver o básico do básico, com softwares leves.

Temos um editor de textos estilo bloco de notas, um visualizador de imagens, o Chromium é o navegador padrão de internet e é isso.

O restante são utilitários do sistema, como o Terminology, um aplicativo de terminal do Enlightenment e do Moksha desktop, assim como o próprio Ephoto, o visualizador de imagens, que também é parte dessa interface.

Na sesão de internet temos um gerenciador de navegadores, emprestado do Zorin OS, que te ajuda a instalar vários navegadores populares, que curiosamente tem o Palemoon e o Slimjet, mas não tem o Edge ou Tor, bem mais populares.

gerenciador de navegadores

Para gestão de pacotes, encontramos no sistema o Synaptic, clássico gestor de pacotes do mundo Ubuntu e Debian, que pode ser usado para gerir atualizações do sistema, instalar e remover pacotes graficamente.

Há também um atalho para o AppCenter, uma página no site do Bodhi Linux que funciona como “lojinha de aplicativos” usando o APT-URL. Ele não é extremamente rico em variedade, mas funciona de forma relativamente simples para instalar alguns extras legais.

Claro, o terminal é seu amigo e por ele você pode instalar qualquer coisa compatível ao Ubuntu 22.04 LTS, snaps, flatpaks, docker e por aí vai, apesar de que nenhuma dessas tecnologias serem suportadas por padrão, sendo necessário instalar o suporte primeiro.

Ainda no menu, você encontra o “iniciador rápido”, um lançador que pode ser usado para pesquisar por programas, caso você não goste de ficar navegando pelo menu.

Essa mesma aplicação permite abrir configurações do sistema, entre outras ferramentas, você também pode abrir pressionando a tecla do Windows e a barra de espaço, como faria no macOS para abrir o Spotlight.

iniciador rápido

No menu tradicional, você encontra várias configurações do sistema e do Moksha desktop, incluindo um painel de definições, provavelmente o mais próximo de um painel de controle que há aqui.

O que há de novo no Bodhi Linux 7?

Agora que você conhece melhor o Bodhi, a gente pode falar de algumas novidades que chegaram nessa versão 7. Algumas delas, já contamos ao longo do artigo, como o gestor de navegadores de internet e a nova base do sistema, mas tem algumas outras coisas legais.

A versão padrão do sistema vem com o Kernel do Ubuntu LTS, mas existe uma ISO alternativa, chamada de “S76”, com o Kernel do Pop!_OS, da System76, explicando o nome. O Kernel padrão está na versão 5.15, enquanto o s76, na versão 6.4.6.

O Moksha desktop foi atualizado para não depender de bibliotecas obsoletas, mostrando um interesse constante no seu desenvolvimento, com atualizações em vários módulos e widgets. Agora o sistema usa o Thunar como gestor de arquivos, um aplicativo já velho conhecido da galera, que usa XFCE como interface no computador.

Dá para realmente deixar o computador mais rápido com o Bodhi Linux?

Não esperávamos muito do Bodhi quanto ao desempenho bruto, ele brilha mesmo em deixar hardwares mais fracos respirarem, mas ao colocar ele nosso setup de testes, se a gente comparar ele diretamente com o Ubuntu 22.04 LTS padrão, a base do sistema, podemos ver que ele se sai tão bem quanto, ou até melhor do que a distro base em cenas renderizadas no Blender.

DistroBlender 3.x – ClassroomBlender 3.x – JunkshopBlender 3.x – Monster
Bodhi Linux 719.0326.0846.47
Ubuntu 22.04 LTS19.3025.7945.55

Na Unigine Superposition, ele destrói o Ubuntu LTS, com mais de 300 pontos de diferença, o que é muita, muita coisa nesse teste, tecnicamente, o Bodhi ficou em 4 lugar entre todos os sistemas que já testamos nesse benchmark.

DistroUnigine Superposition – 1080p – Medium
Bodhi Linux 72606
Ubuntu 22.04 LTS2311

Continuando para o teste com o Geekbench, o resultado inverteu, tivemos melhor desempenho do Ubuntu, ainda que não tenha sido um resultado ruim para o Bodhi Linux.

DistroMulti-CoreSingle-Core
Bodhi Linux 753921586
Ubuntu 22.04 LTS54191630

Para o teste de navegação web, o Firefox que instalamos no Bodhi fez quase 890 pontos, porém, o navegador padrão da distro é o Chromium, que fez 1020 pontos, consideravelmente melhor do que o Firefox.

DistroFirefox – Web Basemark
Bodhi Linux 7884.67
Ubuntu 22.04 LTS983.78

Em games a gente teve resultados bem curiosos, enquanto o Bodhi entregou quase 10 FPS a mais que o Ubuntu em Counter Strike, em Universe Sandbox temos um novo pior resultado, apenas 16 quadros. Achamos muito esquisito esse resultado, até verificamos se não tinha alguma configuração errada, mas de fato, ele não se deu bem com esse teste.

Em Shadow of Tomb Raider em HD, 34 quadros, um bom resultado. Não temos dados para comparar com o Ubuntu 22.04 LTS porque na época a gente não fazia esse teste exatamente, mas comparado com outros resultados que tivemos em outros sistemas, onde a máxima foi 38, e mínima 25, entre os sistemas que rodaram o jogo para começo de conversa, 34 é um ótimo resultado.

Pela própria natureza do projeto, o Bodhi Linux está fadado a nunca ficar realmente famoso, o que não é necessariamente um problema, desde que ele continue agradando às pessoas que fazem parte da sua comunidade. Temos muita admiração pelo trabalho que eles fazem, é um ótimo sistema para computador fracos, apesar de não ser o único.

Já ouviu falar do DietPi? Ele é pensado para ser usado no Raspberry Pi, mas também compatível com computadores tradicionais!

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