Conhecendo o KDE Neon - Sexta do Hopping
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Conhecendo o KDE Neon – Sexta do Hopping

Já fazem uns três anos que eu utilizo Linux em meu desktop, tanto para trabalho, quanto para jogos. E durante todo esse tempo, acumulei um certo conhecimento e apego a algumas distribuições e interfaces que utilizei ao longo dos anos.

Após alguns meses produzindo conteúdo para o projeto Diolinux, várias pessoas me conheceram por ser “o cara do SDA”, “o cara que não fica quieto em nenhuma distro”, “o cara que formata o PC todo dia” e por aí vai.

Após acumular experiência formatando o meu Linux, comecei a largar essa vida aos poucos. Decidi que vou me desafiar a ficar 1 mês em um sistema operacional e dar meu feedback sobre o uso do mesmo em um post mensal, para que novos usuários tenham uma ideia de como cada sistema funciona, antes de decidirem formatar sua máquina.

O que é a Sexta do hopping

A sexta do Hopping será um post mensal (publicado preferencialmente na primeira sexta-feira do mês), onde eu vou falar um pouco sobre minha experiência com um sistema operacional escolhido por mim, pela equipe Diolinux ou pela comunidade através do fórum.

Você provavelmente já deve ter visto algo similar a esse formato que eu estou tentando trazer ao fórum em algum lugar, e sim, eles são inspirados nos vídeos de 30 dias do canal Diolinux. A principal diferença entre eles é o apresentador e o formato que será em texto, mas quem sabe eu não crie vídeos no futuro?

Por ser a primeira edição deste novo formato no blog, pode ser que faltem alguns tópicos ou que vocês queiram saber de algo que eu não cheguei a comentar, então não se esqueçam de deixar seu feedback e dúvidas nos comentários.

Agora sim, chega de conversa fiada e vamos para o que realmente interessa. Sendo assim, prepare sua bebida favorita, um pendrive bootável, sente-se confortavelmente e vamos falar sobre…

Definindo um sistema operacional

A primeira parte do hopping é definir a distribuição a ser utilizada, e para isso, levei em consideração as configurações da minha máquina que é um notebook Positivo S5055 Premium com 8GB de RAM, um i5 de 2ª geração e um SSD Sandisk de 120GB.

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Meu setup com notebook positivo

Essas configurações são medianas para os padrões de hoje em dia, e decidi utilizar o KDE Neon, pela proposta de trazer a última versão estável do KDE com uma base sólida, já que ele é baseado no Ubuntu 20.04 LTS.

Após definir a distribuição a ser utilizada, realizei o download da versão para usuários e criei um pendrive bootável através do Ventoy para realizar a instalação.

O processo de instalação

A instalação do sistema é bastante simples de ser realizada, já que não demanda muitos conhecimentos técnicos de um usuário comum, exceto leitura,  interpretação, e se possível, saber realizar um backup de seus arquivos.

Embora o sistema utilize o instalador Calamares ao invés do Ubiquity (padrão do Ubuntu), o processo de instalação é tão simples quanto, já que a principal mudança é a interface utilizada pelo instalador.

A instalação foi bem rápida, levando em torno de 10 a 15 minutos na minha máquina e em pouco tempo, eu já pude acessar a interface do sistema, onde a primeira tarefa é configurar o ambiente para atender ao meu workflow.

O início do pós-instalação

Com a máquina formatada, é hora de realizar as primeiras instalações e otimizações do sistema, e bem, eu não realizo inúmeras customizações como tema, GRUB, ícones e vários widgets pela interface.

Como sei que vários usuários podem ficar curiosos acerca do meu pós-instalação, vou deixá-lo nesse post separado em dois tópicos, configurações e aplicativos instalados.

Os aplicativos a serem instalados

Ultimamente, eu optei por ter uma interface o mais “minimalista” possível e isso também se aplica aos aplicativos que eu instalo no sistema. Eu não instalo vários programas, já que grande parte do meu workflow é baseado na Web.

Caso você esteja pensando que eu utilizo o navegador Google Chrome, infelizmente terei que te informar que a resposta está errada. Já fazem alguns meses que eu optei por utilizar o Microsoft Edge e quando ele foi disponibilizado para Linux, pude migrar do Firefox para o Edge. 

Além do Microsoft Edge, outro aplicativo indispensável para meu Workflow é o manipulador de imagens GIMP com o patch do PhotoGIMP criado pelo projeto Diolinux. Através dele, são criadas as thumbnails para postagens no Blog e alguns posts para meu Instagram.

Algumas outras aplicações que eu instalo e uso com uma certa frequência são:

Vale dizer que eu instalei todas as aplicações utilizando a loja de aplicativos Discover, que além de possuir suporte a Flatpaks, Snaps e aplicativos do repositório, também gerencia de forma simples a instalação de pacotes “.deb” e atualizações do sistema.

Configurando a interface do KDE

Agora que você já sabe os aplicativos que serão utilizados, está na hora de falar sobre as customizações e configurações que eu utilizo na interface Plasma do KDE. Primeiramente, eu tento deixar ela o mais minimalista possível, utilizando o seguinte tutorial:

Após realizar os procedimentos citados acima, eu instalo dois widgets o Event Calendar e Win7 Show Desktop. Elas me garantem um workflow mais sólido e prático, além de deixar a interface um pouco mais parecida com a do Windows.

O tema que eu utilizo é o Breeze Dark, que me traz uma experiência de uso um pouco mais confortável com o dark mode, além de ficar bem integrado em quase todas as aplicações que eu testei. Porém, muito provavelmente eu utilizaria o Breeze Twilight disponível na versão 5.21 do KDE Plasma.

Pequenas configurações

Alguns detalhes existentes no KDE não me agradam, mas por sorte, é possível configurá-los de forma fácil, dentre as configurações que eu modifico temos:

  • Posição do Krunner: O Krunner é muito útil para usuários de KDE, porém sua posição padrão (acima no centro) me incomoda um pouco. Basta acessar o menu de configurações e mudar a posição do Krunner para “Centro” e ele ficará no meio da tela, de forma semelhante ao Spotlight do MacOS.
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Definindo posição do Krunner para o centro da tela
  • Clique duplo no sistema: Por padrão, o KDE traz o comportamento de clique único para abrir arquivos e programas. Outra mudança que eu realizo e colocar o clique duplo como padrão no sistema.
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Definindo o comportamento padrão para clique duplo

Experiência de uso

Os primeiros dias utilizando KDE por padrão foram um pouco difíceis, visto que estava acostumado com o Workflow de outras interfaces, como o GNOME e o Pantheon do Elementary OS.

Porém, cerca de 5 dias depois, acabei me acostumando com os atalhos disponíveis na interface e fui descobrindo o porquê usuários que utilizam o KDE Plasma preferem ele e se sentem “estranhos” ao utilizar outras interfaces como o GNOME.

A interface é bastante leve e mesmo assim é cheia de recursos, além de ser bastante customizável. E o KDE Neon é muito estável, mesmo recebendo várias atualizações, não tive problemas como perda de customizações e até mesmo quebra do sistema (algo que seria esperado).

Os problemas do KDE Neon

Infelizmente na vida nem tudo é perfeito (exceto batata frita com queijo e bacon) e o KDE Neon, assim como outras distribuições possuem alguns problemas que podem afetar a novos usuários do sistema.

Cadê meu apt upgrade?

É muito comum que alguns usuários utilizem comandos no terminal para realizar algumas ações, como instalar um software ou atualizar o sistema operacional. Porém, no KDE Neon, temos a substituição de um comando importante o “apt upgrade”.

pkcon
Comando de atualização “apt” no Konsole

Ele não sumiu de fato, porém, para atualizar o sistema é necessário utilizar o comando “pkcon upgrade”, ou utilizar o aplicativo discover. Não é uma mudança catastrófica, mas pode causar um certo desconforto em alguns usuários.

É muita atualização!

Certo, isso não é realmente um problema, visto que o intuito do projeto é oferecer a última versão estável do KDE, porém, outro fato que pode deixar alguns usuários desconfortáveis com o KDE Neon é o constante fluxo de atualizações disponíveis no sistema.

Caso você não goste de atualizar seu sistema a todo momento, melhor repensar o uso do KDE Neon, já que são poucos os dias em que não temos uma atualização disponível.

atualizacao
Widget de atualização do discover

Considerações finais

Ao final dos 30 dias, me senti bastante produtivo e eficiente utilizando o KDE Neon, neste caso em consideração ao Xubuntu (minha experiência anterior) e provavelmente ele se tornaria minha distribuição de trabalho padrão. Caso você goste do ambiente KDE o KDE Neon pode ser a sua próxima distribuição.

Confesso que me senti um pouco mal por ter removido o KDE Neon de minha máquina, porém teremos novidades para a segunda edição da sexta do Hopping, com um novo sistema operacional e um novo hardware!

O que você achou do KDE Neon? E esse novo formato de artigos? Deixe sua opinião para a gente nos comentários e até o próximo artigo.

Alerta de spoiler, meu próximo sistema operacional será o… (deixe nos comentários)

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Sobre o autor
Olá pessoas, me chamo Carlos Augusto e desde meus 6 anos sou apaixonado por tecnologia, principalmente por computação. Além de tentar ser um projeto de redator, no tempo livre gosto de fazer algumas manutenções e gambiarras!
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