Editorial

A minha experiência com o Elementary OS 5.1, e o que esperar para a versão 6

Ao lado de outras distros como Ubuntu e Deepin, o Elementary OS sempre foi um dos sistemas mais belos que já tive o prazer de conhecer. Todavia, sempre que eu o testava vinha aquela sensação de que “havia algo faltando”.

Não acho que o sistema tenha mudado muito desde a última vez que eu o testei, há alguns meses, mas eu certamente mudei como usuário. E o que também mudou foi a forma como eu passei a ver o sistema.

É importante deixar claro que este artigo reflete apenas a opinião do editor, e não é necessariamente um posicionamento do projeto Diolinux sobre os assuntos aqui abordados.

Os “problemas” do ElementaryOS

Os maiores problemas que eu tenho (ou tinha?) com o Elementary OS são, de certa forma, semelhantes aos que eu costumava ter também com o GNOME Shell padrão. A “falta” de algumas funcionalidades como, por exemplo: ícones indicadores, opção para ativar e desativar o dark mode do sistema sem a necessidade de instalar aplicativos de terceiros, entre outras coisas, sempre foram fatores que me afastaram do Elementary.

elementary os

Faço uso de ícones indicadores desde que comecei a utilizar computadores. Essa característica está presente na maior parte das interfaces gráficas do mundo Linux, assim como no Windows, sempre fez bastante falta para mim. 

É claro que as “limitações” do Elementary OS vão além de apenas os ícones indicadores, ainda mais quando se trata de usuários iniciantes.

Um suporte “meio manco” a flatpaks, e outros “poréns”

Conforme foi muito bem relatado pelo Dionatan no vídeo abaixo, problemas como, por exemplo, o fato de não ser possível pesquisar por softwares do Flathub diretamente pela loja de aplicativos, nomenclatura contra-intuitiva de alguns dos softwares pré instalados, entre outros.

Apesar dos “pesares”, acabei percebendo que a maior parte dos problemas apresentados no vídeo, com os quais eu concordo, afetam diretamente um grupo de usuários do qual eu definitivamente não faço parte.

Saindo da zona de conforto

Em um determinado momento, tive uma epifania, e perguntei a mim mesmo: “Os ícones indicadores são realmente tão importantes para mim, a ponto de eu não poder utilizar uma distro apenas pela falta deles?”

Não! O mais provável é que a preguiça de aprender uma forma diferente de fazer as mesmas coisas estava mantendo a minha mente fechada, e, me impedindo de aprender e crescer como usuário.

Após ter chegado à conclusão de que as limitações apresentadas pelo ElementaryOS não me afetam tanto quanto a alguns outros usuários, iniciei os meus testes com o sistema. Com a mente aberta, passei a utilizar a distro procurando aproveitar o que ela tem a oferecer de melhor, ao invés de ficar procurando por características de outros sistemas.

Uma nova perspectiva

Após ter utilizado exclusivamente o Elementary OS por uma semana, cheguei a conclusão de que ele realmente possui limitações para um grande grupo de usuários, especialmente os mais iniciantes, mas é totalmente viável para o meu uso diário.

Passei a me sentir cada vez mais à vontade utilizando o sistema sem ícones indicadores, que me fazem menos falta a cada dia que passa. Porém, o que vou lhes contar a seguir me fez perceber que ser viável não é o mesmo que ter a melhor experiência possível.

Um problema contornado, porém não solucionado

O inconveniente quanto aos ícones indicadores acaba se tornando maior em certos casos, quando se trata de alguns aplicativos  específicos que dependem dos tais ícones para funcionalidades essenciais.

Um exemplo é o KDE Connect, que depende do ícone indicador para ser configurado. A única forma de “emparelhar” o smartphone ao computador com o KDE Connect no ElementaryOS 5.1 é acessando o ícone indicador, então nesse caso tive que fazer uma “gambi” para exibi-los no sistema. 

elementary os

Após ter realizado a conexão entre o smartphone e o KDE Connect, voltei a desativar os ícones indicadores. O emparelhamento precisa ser feito apenas uma vez, então, provavelmente não irei precisar dessa funcionalidade novamente tão cedo.

O procedimento serviu bem para contornar o problema, mas nem de longe entregou uma boa experiência.

Outras aplicações como o Slack e Steam têm sido extremamente fáceis de serem utilizadas sem os indicadores, uma vez que tudo o que pode ser feito através destes ícones também pode ser feito dentro das aplicações em si. Quanto a abrir os programas quando os mesmos estão minimizados na tray, pode ser feito através do próprio menu ou dock do Elementary OS.

Mais alguns retoques e o sistema está pronto!

Por fim, os últimos detalhes que precisei ajustar para que o sistema fosse perfeitamente utilizável para mim foi ativar o suporte à PPAs e instalar o Elementary Tweaks.

elementary tweaks
Elementary Tweaks

Por ser uma derivação do Ubuntu, o Elementary OS também suporta o uso de PPAs, porém, tal funcionalidade não vem ativada por padrão. Até aí tudo bem, já que isso pode ser resolvido em poucos segundos rodando um simples comando.

Após instalado o “Elementary Tweaks” pude modificar configurações do gerenciador de arquivos, terminal, e aquilo que é o que eu mais desejava, ativar o dark mode do sistema.

Um excelente sistema, mas não para todos

A ideia por trás de qualquer sistema operacional é que o mesmo seja instalado uma vez, e utilizado por muito tempo. Muitas vezes vejo pessoas reclamando de “problemas” em sistemas que podem ser corrigidos em poucos minutos após a instalação.

É muito comum ouvir pessoas reclamando que, por exemplo, tal distro vem com muitos softwares instalados por padrão, quando isso pode ser resolvido em poucos minutos, e o sistema pode ser utilizado até por vários anos.

Menos de 30 minutos foi o tempo que levei para corrigir ou contornar os “problemas” que mais me incomodavam no Elementary OS e deixar o sistema perfeitamente ajustado para o meu perfil de utilização. Após isso, apenas instalei os programas que uso, e tudo pronto!

Os iniciantes que se cuidem

Sou usuário de Linux no desktop há vários anos, entusiasta deste tipo de tecnologia e atualmente até mesmo trabalho com isso. Tais fatos fazem com que o conhecimento que eu adquiri ao longo dos anos torne os problemas do Elementary OS mais simples de serem resolvidos, e menos relevantes para o meu uso.

Porém, quando se trata de uma pessoa que está chegando agora no mundo Linux, ou que simplesmente não é um entusiasta, o cenário é completamente diferente.

O Elementary OS 5.1 realmente tem vários pontos que podem tornar a experiência de usuários novatos com o sistema um tanto negativa, alguns exemplos são a falta de compatibilidade com PPAs por padrão, o fato de que a pessoa precisa saber previamente sobre a existência e a compatibilidade do sistema com flatpaks, entre outros, e para este público, é uma versão que atualmente eu não indico.

Todavia, acredito que podemos ter esperanças de que a versão 6 possa corrigir os erros e viabilizar o sistema para cada vez mais pessoas.

O que será melhorado na versão 6 do Elementary OS?

Se você teve uma experiência frustrada ao testar o Elementary OS 5.1 ou versões anteriores, temos uma boa notícia! Já foi divulgado que alguns dos principais problemas que encontramos na atual versão do sistema já estão sendo trabalhados para o vindouro Elementary 6. Confira alguns exemplos:

  • Haverá a possibilidade de alternar entre os modos “light” e “dark” de forma nativa nas configurações do sistema;
  • Também será adicionada a possibilidade de alterar a cor de destaque do sistema de forma nativa;
  • Um novo instalador do sistema promete uma experiência muito mais agradável para todos os tipos de usuários.
elementary os dark mode

Infelizmente, até o momento em que este artigo está sendo publicado, ainda não foi divulgada uma data de lançamento para o ElementaryOS 6, mas vamos torcer para que esse belo projeto chegue logo às mãos dos usuários e entregue a melhor experiência possível para experientes e novatos.

Se você não se importar em resolver uns probleminhas…

Muitas vezes as pessoas deixam de utilizar ou conhecer um sistema ou software baseando-se em problemas encontrados por outros usuários, que não necessariamente as afetariam. Ou então, deixam de usar tal software por “probleminhas” que podem ser resolvidos em minutos, ou até segundos. O que, ao meu ver, é algo completamente sem sentido.

É muito importante saber diferenciar quando um problema irá afetá-lo apenas por um breve momento, ou ao longo de todo o período em que você estiver utilizando o software. Penso que vídeos de reviews, como o próprio vídeo do Dio mostrado neste artigo, devem servir apenas como fonte de informação, e jamais como a única base para uma decisão!

Diga nos comentários abaixo o que você pensa sobre o Elementary OS, e se pretende dar uma chance para a versão 6 do sistema. 😁

Isso é tudo pessoal! 😉

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