Poucas distribuições Linux têm a coragem de dar um salto tão grande, especialmente quando as coisas já estão funcionando. Mas o Nitrux nunca foi uma distribuição convencional. Conhecida por sua abordagem experimental e por desafiar padrões, o Nitrux anunciou uma mudança que deixa claro seu lema: #DisruptiveByDesign.
E se você está se perguntando o que aconteceu com o NX Desktop e o KDE Plasma, a resposta é simples: foram para o histórico. No lugar deles, entra em cena o Hyprland, um compositor de janelas dinâmico e altamente personalizável.
O fim de uma era para o Nitrux
Desde 10 de junho, o Nitrux encerrou oficialmente o suporte e a manutenção do seu ambiente desktop personalizado, o NX Desktop, assim como da base que o sustentava, o KDE Plasma. A página do projeto NX Desktop já foi arquivada no GitHub, marcando o fim de uma fase.
Mas calma, isso não significa que o Nitrux está ficando sem um ambiente gráfico. Muito pelo contrário. A equipe decidiu adotar o Hyprland, um compositor de janelas em tiling que vem ganhando popularidade por seu desempenho e flexibilidade. Junto dele, virão ferramentas como Waybar e Wlogout, garantindo uma experiência completa e customizável.
Como já era de se esperar, o Nitrux está seguindo firme no caminho do Wayland, abandonando de vez o X11. O antigo gerenciador de login SDDM foi substituído por greetd + QtGreet, garantindo uma experiência mais moderna e alinhada com as tecnologias atuais.
E por que essas mudanças? Segundo Uri Herrera, fundador do Nitrux, a decisão veio de uma combinação de fatores: recursos limitados da equipe, falta de contribuições significativas da comunidade e um cenário tecnológico em constante evolução.
Adeus, Liquorix. Olá, Cachy!
Outra mudança importante está no kernel. O Nitrux abandonou o Liquorix em favor do Cachy, principalmente porque este último inclui suporte a PSI (Pressure Stall Information), essencial para o funcionamento do Waydroid. Sem essa funcionalidade, rodar aplicativos Android no Linux seria complicado.
A distribuição também está priorizando seus próprios métodos de distribuição de aplicativos, o NX AppHub e o AppBox, em detrimento dos tradicionais AppImages. E mais: o suporte ao FUSE 2 será removido, então AppImages mais antigos (que não usam FUSE 3) simplesmente não funcionarão mais.
Todas essas mudanças não acontecerão da noite para o dia. A equipe estima que o processo completo levará algumas semanas. Enquanto isso, os usuários podem se preparar para uma experiência mais minimalista, performática e, claro, disruptiva.
Planos para o futuro
A equipe do Nitrux não para por aí. Entre as mudanças desejadas (mas ainda não implementadas) estão:
- ISO em DwarFS: Substituir o formato SquashFS por DwarFS, prometendo melhor desempenho com o AppBox.
- Suporte a ARM64: Além do tradicional x86_64, o Nitrux quer expandir para dispositivos com arquitetura ARM, como single-board computers.
E se você está se perguntando se agora vale ainda mais a pena migrar para a distro, a resposta é: melhor testar antes. Mas uma coisa é certa – o Nitrux não tem medo de ousar. E, no mundo do Linux, isso já é motivo para ficarmos de olho.
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