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Portando Linux para os processadores Apple Silicon com chip M1

Já faz algum tempo que a Apple anunciou que seus novos Macs irão utilizar um processador próprio baseado no chip M1 que utiliza a arquitetura ARM, e vários usuários de Linux gostariam de ver o sistema do pinguim rodando em um desses novos processadores.

Embora seja um desejo de várias pessoas, o suporte nativo para Linux nos chips M1 não é algo que vá sair tão fácil assim da Apple, mas o desenvolvedor Hector Martin (também conhecido por “Marcan”) está disposto a encarar essa missão, com a ajuda da comunidade.

Quer saber como esse projeto vai seguir? Então prepare sua bebida favorita, um pedaço de panetone (ou chocotone) e vamos falar sobre o Apple Silicon!

Quem é esse tal de “Marcan”?

Hector Martin, ou Marcan como é conhecido pela internet afora, é um desenvolvedor que trabalha com engenharia reversa desde os anos 2000. Ele é o responsável pelo projeto que levou Linux ao PS4, além de algumas iniciativas open source para o Nintendo Wii e PS3.

Embora os projetos nos quais ele trabalhou tenham sido um sucesso, trazer suporte ao Linux nos novos Macs é um procedimento complexo, principalmente por conta da GPU do chip M1, mas ele está disposto a encarar esse desafio.

De acordo com Martin, ele está qualificado para assumir o projeto por causa de sua experiência trabalhando em portes Linux para outros dispositivos como o PlayStation 4. Em uma faq de seu site, Marcan diz:

I’ve been reverse engineering devices for over half of my life, since the early 2000s. I’ve worked to build unofficial open software support for platforms such as the Nintendo Wii (where I am one of the largest contributors to hardware documentation, open libraries, “jailbreaking” software (The Homebrew Channel), recovery tools (BootMii), etc), the Sony PS3 (where I wrote AsbestOS and a Linux patchset to enable Linux to work on the PS3 Slim as well as up-to-date PS3 units after the original Linux support was removed), the PS4 (which I ported Linux to, to the point of being able to run Steam games with full OpenGL/Vulkan graphics support), and other smaller platforms.

I always strive to write clean and robust code that is safe, puts the user first, and is upstreamable. I support open hardware and software development. I’ve gone through the Linux kernel patch process multiple times and I know what it takes to get stuff upstreamed.

Tradução: Tenho usado engenharia reversa em dispositivos por mais da metade da minha vida, desde o início dos anos 2000. Trabalhei para construir suporte de software aberto não oficial para plataformas como o Nintendo Wii (onde sou um dos maiores contribuintes para a documentação de hardware, bibliotecas abertas), software “jailbreaking” (The Homebrew Channel), ferramentas de recuperação (BootMii), etc. No Sony PS3 (onde escrevi o AsbestOS e um conjunto de patchs para permitir que o Linux funcionasse no PS3 Slim, bem como unidades PS3 atualizadas depois que o suporte original do Linux foi removido), e o PS4 (ao qual eu portava o Linux, a ponto de ser capaz de executar jogos na steam com suporte gráfico OpenGL/Vulkan completo), além de outras plataformas menores.

Eu sempre me esforço para escrever código limpo e robusto que é seguro, colocando o usuário em primeiro lugar, e que contribui com os projetos derivados. Eu apoio o desenvolvimento de hardware e software aberto. Eu passei pelo processo de patch do kernel Linux várias vezes e sei o que é preciso para fazer contribuições que agreguem.

Com o apoio da comunidade

Como dito acima, portar o sistema operacional Linux para uma arquitetura inexplorada é um processo trabalhoso, tanto que o Marcan terá que se dedicar e trabalhar de forma integral neste projeto.

Para que isso aconteça, ele buscou financiamento no patreon, para que ele não precise se preocupar com as dívidas e possa estar 100% dedicado ao projeto. O valor estabelecido como objetivo mínimo, o valor de US $4.000 (quatro mil dólares americanos) mensais.

Como aconteceria o porte?

O desenvolvedor Hector Martin, quer trazer aos usuários um porte onde tudo esteja funcionando, desde o hardware básico, até recursos como gerenciamento de energia, por exemplo.

Para que isso aconteça, Marcan irá fazer engenharia reversa de todos os drivers da companhia, sendo seu maior desafio, a GPU do chip M1 que possui seu código totalmente fechado.

O próprio Linus Torvalds deu a entender que sem uma flexibilização por parte da própria Apple, levar o Linux para os novos dispositivos Macs será uma tarefa difícil. Por sorte, o Apple Silicon permite a inicialização de Kernels personalizados, o que é um ótimo começo para esse projeto.

Isso é legalmente viável?

Uma questão que surge entre alguns usuários do Linux é a questão da legalidade do projeto, uma vez que a própria Apple não apoia a ideia de utilizar Linux nos dispositivos Mac, prática bastante realizada por desenvolvedores na “gringa”, já que no exterior os Macbooks são baratos e confortáveis para uso.

Segundo Marcan, contanto que o código a ser utilizado para o porte não envolva o código da Apple para seu sistema operacional (Mac OS), não existe nenhum impedimento legal para o projeto. 

O que você acha desse projeto? Você gostaria de usar Linux em um dispositivo Mac com os novos processadores? Deixe pra gente nos comentários e até o próximo artigo!

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Sobre o autor
Olá pessoas, me chamo Carlos Augusto e desde meus 6 anos sou apaixonado por tecnologia, principalmente por computação. Além de tentar ser um projeto de redator, no tempo livre gosto de fazer algumas manutenções e gambiarras!
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