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Conheça tudo sobre o Linux Mint 22!

O Linux Mint 22 foi anunciado com uma tonelada de novidades para um dos sistemas baseados em Linux mais populares e queridos do mundo. Entre coisas há muito tempo aguardadas e algumas decisões que geraram polêmica, temos uma nova política envolvendo o suporte a aplicativos no formato flatpak, a experimentação com novas tecnologias como o Pipewire e o Wayland, o downgrade de alguns softwares padrão do sistema devido o suporte a temas, entre várias outras coisas.

Hoje apresentamos tudo o que você precisa saber sobre o Linux Mint 22 Cinnamon, com uma passada rápida em suas versões alternativas, com os ambientes MATE e XFCE, que também apresentam algumas novidades. Uma das coisas mais notáveis do projeto Linux Mint, é sua divulgação de opiniões fortes sobre como as coisas devem ser, fazendo várias escolhas pelos usuários.Será que você concorda com elas? 

O que há de novo no Linux Mint 22?

O novo ciclo do Linux Mint 22, codinome Wilma, está só começando; ele é baseado no Ubuntu 24.04 LTS, isso significa que assim como o Ubuntu mais recente, terá suporte a atualizações de segurança até 2029, bastante tempo pra você usar tranquilamente sem se preocupar em formatar por falta de atualizações de segurança.

A já tradicional estratégia de atualizações permanece, toda versão lançada do Mint é uma LTS, e a cada seis a oito meses, temos as chamadas “point releases” 22.1, 22.2, 22.3, até chegarmos ao Linux Mint 23, que deve chegar somente em 2026.

Uma nova forma de entregar o kernel

Na edição 22 do Linux Mint, teremos algumas alterações por baixo dos panos que são bem significativas. Ele apresenta o Kernel Linux 6.8, mas ao contrário do que ocorria em versões anteriores, agora o sistema vai tirar proveito do Kernel LTS HWE da Canonical para entregar uma melhor experiência para os usuários ao longo do seu ciclo de vida.

HWE é uma versão atualizada do Kernel Linux que mantém o seu suporte de longo prazo (LTS), mas adiciona suporte a hardwares mais novos. Dentro do mundo Ubuntu, essa abordagem garante que mesmo após alguns anos de lançamento, o sistema consiga lidar com hardwares novos.

Até o Linux Mint 21.3 era possível instalar versões alternativas do Kernel pelo gerenciador de atualizações do sistema, e geralmente as alternativas eram essas HWE, porém, era totalmente opcional ao usuário, que precisava fazer essa instalação manualmente.

Num sistema LTS, todos esses Kernels costumam estáveis, então usá-los não tem pontos negativos para o usuário. Até então o sistema poderia não funcionar tão bem em alguns hardwares mais recentes, causando uma primeira impressão ruim em novos usuários, especialmente gamers, que costumam renovar as peças dos seus computadores com maior frequência.

Para ter uma ideia, o Linux Mint 21.3 ainda usava o Kernel 5.15, podendo chegar até o 6.5 pelo gestor de atualizações com os kernels alternativos.

Esse problema do Linux Mint não rodar em hardwares mais recentes levou até mesmo a criação da ISO Edge do Linux Mint, que apesar do nome, nada mais era do que o Mint com um Kernel mais recente, compatível com máquinas mais novas. Com essa modificação na forma de tratar as atualizações do Kernel, possivelmente a ISO edge não será mais necessária.

Novas métricas de usuários para o Linux Mint

Agora o Linux Mint tem usado o Datadog para analisar a utilização de seus servidores e repositórios, isso permite que a gente tenha uma noção de quais são as versões mais populares do sistema. Esse gráfico que eles mostram no blog foi publicado em abril desse ano, e apenas representa o número de download de ISOs, já quase 100 mil em apenas um mês.

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Essa é uma das poucas formas de legitimamente estimar a quantidade de usuários do Mint ou a sua popularidade, já que o sistema em si não tem telemetria alguma. Repare que a maioria foi para o Linux Mint Cinnamon, que é disparadamente a versão mais popular do sistema com mais de 40% dos downloads.

Se considerarmos que a ISO Edge, essa com o Kernel mais recente, com pouco mais 12% dos downloads, também usa Cinnamon, e o LMDE 6, que é o Linux Mint baseado em Debian, também usa o essa mesma interface, com 13% dos downloads, podemos ver uma tendência bem clara. Somando tudo, fica óbvio onde os desenvolvedores devem focar a sua atenção, e de fato, é a versão que recebeu mais updates e melhorias.

A versão XFCE é mais usada que a versão MATE, mas ambas certamente estão em segundo plano, quando o assunto é atenção da equipe de desenvolvimento do Mint. Ainda assim, elas estão bem ajustadas e boas para computadores antigos e fracos, e apesar de terem basicamente recebido atualizações de software, elas se beneficiaram de ajustes feitos no Linux Mint como um todo, já que muitos dos softwares usados na versão Cinnamon, também rodam nessas outras duas edições.

Se você chegou a usar as versões XFCE e MATE do Linux Mint 21, saiba que no 22 você vai ter basicamente a mesma experiência, com uma única exceção. Na versão XFCE, o plugin de tray agora permite configurações alternativas de tamanhos dos ícones e cores.

Analisando o Linux Mint Cinnamon

Uma das novidades anunciadas é que agora o Mint ocupa menos espaço em armazenamento graças à forma como os pacotes de idiomas são gerenciados. A ISO foi reduzida de 3,1 GB para 2,9, a instalação ocupa um pouco mais de 11 GB, não muito diferente do que já ocupava na edição anterior. Um valor consideravelmente baixo para um sistema operacional moderno atualizado.

Com essa redução, os idiomas disponíveis offline na instalação ficaram mais restritos, por padrão estão disponíveis, Inglês, Alemão, Espanhol, Francês, Russo, Português, Holandês e Italiano. Qualquer outro idioma, vai precisar ser baixado na hora da instalação, exigindo uma conexão com a internet, e ao final da instalação, o instalador vai remover os pacotes de todos os idiomas que forem diferentes do que você selecionou, exceto o inglês.

No caso da galera aqui do Brasil, significa que tirando o português e o inglês, que muitas vezes serve como um fallback para softwares não traduzidos, o restante será removido da instalação, liberando de 200 a 400MB de espaço. Se eventualmente você quiser usar outro idioma, basta baixar ele pelo gestor de idiomas do sistema.

Apesar dessa ser uma novidade bem-vinda, com certeza, não é algo que vai fazer alguém migrar pro Linux Mint, mas tem algumas outras eram muito mais aguardadas, como o Pipewire.

O Linux Mint 22 traz o pipewire como software para gestão de som e vídeo no sistema por padrão pela primeira vez, algo que já era comum de aparecer em algumas distros há alguns anos. Como resultado, possivelmente veremos uma melhor qualidade e estabilidade de áudio e vídeo no Linux Mint, com suporte aprimorado para fones bluetooth, por exemplo.

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Novos desafios na gestão de softwares do Linux Mint 22

Ao que parece, a gestão de pacotes e repositórios acabou ficando um pouco mais complexa para o lado do Mint nesse lançamento, já que tiveram que moldar as coisas para algo que fique mais na direção do que eles querem para a distro.

Por exemplo, o Linux Mint tem problemas com pacotes Snap, e prefere não só desabilitar a instalação a pacotes snap por padrão, como até mesmo bloqueia. Felizmente, para aqueles que veem utilidade nos snaps, é possível remover esse bloqueio manualmente.

Snaps são um formato de empacotamento e distribuição de softwares para Linux, assim como o formato Flatpak, ambos inclusive tem algumas similaridades, mas tem abordagens diferentes, sendo o Snap muito mais centralizado e dependente das vontades Canonical.

Justamente por conta disso, os snaps são primariamente usados no Ubuntu, e a Canonical está cada vez mais alterando a Stack do sistema e trocando os softwares em .deb por versões em snap. Existe uma justificativa para isso, mas como esse não é um vídeo sobre Snaps, a gente pode seguir com o Linux Mint.

O Firefox já é distribuído em snap no Ubuntu há algumas versões, onde a própria Mozilla faz o empacotamento do software, e na LTS recente, base do novo Mint 22, a novidade é o gestor de e-mails Thunderbird, que também se tornou um Snap.

Essas modificações no Ubuntu afetam o Mint diretamente, já que o sistema usa os repositórios da Canonical, e como o Mint não gosta dos Snaps, o resultado é que assim como ocorreu com o Firefox e o Chromium, que também tinha sido migrado para um pacote Snap há alguns anos, o Thunderbird agora é empacotado em formato .deb pela própria equipe do Linux Mint.

Essa é uma tendência que deve continuar conforme o Ubuntu migra ainda mais para os Snaps. Resta saber se o Mint vai continuar empacotando esses softwares conforme eles forem sendo alterados, ou se a migração para a base Debian na distro principal vai acontecer, já que o LMDE está aí há vários anos, justamente com esse propósito de ser uma alternativa de base. Veremos.

Ainda nessa levada de troca de pacotes, no Linux Mint 22 os desenvolvedores removeram um dos softwares que vinha instalado por padrão no sistema nas edições anteriores, o RedShift.

RedShift é um software que modifica a cor da sua tela baseado na hora do dia para ajudar na saúde dos seus olhos, especialmente à noite e em ambientes escuros. Ele basicamente deixa a tela mais laranja. Essa é uma funcionalidade integrada por padrão no GNOME e no KDE Plasma atualmente, sem precisar de um app de terceiro, assim como em vários outros sistemas operacionais. No Linux Mint a funcionalidade estava disponível por essa pequena aplicação.

Segundo as informações vindas dos desenvolvedores, por conta da Mozilla ter deixado de dar manutenção a um serviço de geolocalização automática que era utilizado dentro do RedShift para ele identificar o local do mundo onde você estava e ajustar as cores de acordo, o Mint não considera mais ele uma aplicação prática para essa funcionalidade..

Se você usava esse recurso, infelizmente ele não está mais disponível por padrão, e apesar da equipe de desenvolvimento da distro informar que eles pretendem encontrar ou desenvolver uma alternativa no futuro, no momento o Linux Mint não tem essa funcionalidade nativamente, e a única alternativa é reinstalar pela loja de apps ou do terminal e fazer as configurações de fuso horário manualmente.

Outra mudança em termos de pacotes no Linux Mint 22 foi com o GNOME Online Accounts. Essa é uma ferramenta que permite conectar em contas de serviços diversos, como Google, Microsoft, Nextcloud, entre outros, para sincronizar informações com o seu sistema.

Por essa funcionalidade é possível  montar o Google Drive e o One Drive direto no gestor de arquivos, por exemplo, sem precisar de softwares adicionais. Com a chegada do GNOME 46, passou por algumas mudanças que impediram ela de rodar com a Stack que o Linux Mint prefere utilizar, isso forçou os desenvolvedores a criarem uma solução própria, um fork do software do GNOME para manter a compatibilidade com o Mint. A vantagem é que agora pode usar usado nas versões XFCE e MATE também, já que ele não tem mais dependências diretas com o GNOME.

Mais divergências com o GNOME

Apesar do Cinnamon ser um fork do GNOME Shell desde 2012, o Linux Mint ainda usa muitas aplicações provindas do projeto GNOME para compor o seu desktop. O GNOME obviamente se preocupa com a sua evolução e do seu ecossistema, não em como as coisas que eles fazem vão afetar projetos downstream, como o Cinnamon.

O GNOME adotou o LibAdwaita para a construção visual de seus aplicativos há alguns lançamentos, o que aumentou a padronização de aplicativos de terceiros e melhorou a integração dessas aplicações com o design do próprio sistema, aumentando a sua coerência.

Basta dar uma circulada pelo Flathub para ver quantos aplicativos seguem esse padrão do GNOME e parecem integrados ao sistema quando instalados. Para conseguir isso, o uso do LibAdwaita e do GTK 4 acaba limitando alguns aspectos de customização dos Apps, pelo menos, considerando a forma antiga de se fazer essas coisas, que é exatamente o método que o Linux Mint usa para criar os seus temas.

O resultado é que um dos elementos considerados centrais da utilização do Linux Mint, segundo os próprios devs, que é a capacidade de selecionar um tema, se perderia, já que vários dos aplicativos enviados por padrão no Mint, se fossem usados nas últimas versões, como estão no Ubuntu, não poderiam ser tematizados.

Para que isso não ocorra, o Mint decidiu fazer o downgrade de uma série de pacotes para a versão 22 a fim de manter a possibilidade de customizar visualmente as aplicações com temas e cores. Por esse motivo o player de vídeo Celluloid, a calculadora, o app de escanear documentos, o analisador de uso de disco, o monitor do sistema, o calendário, o app para gerir arquivos compactados e o app de fontes, estão em versões mais antigas.

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Essa decisão pode ser vista como controversa por algumas pessoas, se por um lado, o Mint se importa tanto com os usuários que faz um grande esforço para manter as coisas coesas e manter a funcionalidade de customização, por outro, você está usando um software mais antigo, com talvez algumas funcionalidades e correções de bugs a menos por causa de cores e temas.

Uma coisa é certa, os próprios desenvolvedores do Mint não acham que esse é o melhor caminho, por isso eles têm a intenção de fazer forks de absolutamente todos os apps principais do desktop GNOME, num projeto chamado XApps.

Linux Mint expandindo os XApps

Os XApps são aplicativos pensados para serem utilizados entre várias interfaces gráficas diferentes, então, o mesmo app vai ser usado no Linux Mint Cinnamon, MATE e XFCE, sempre com tecnologias GTK, o que mantém a consistência entre as versões, e claro, podem ser usado por qualquer outra distro que queira também.

Até então já existe um editor de texto, um visualizador de imagens, um de mídias, um leitor de PDF, um organizador de imagens, um gestor de bluetooth e, na verdade, vários outros que não estão listados na documentação.

Certamente é um trabalho que vai levar bastante tempo para ser concluído, já que os Core Apps do GNOME são vários, mesmo que fazer um fork dessas aplicações já sejam um belo atalho. Esse é o tipo de decisão que vai separar o Linux Mint dos desktops mais populares no longo prazo mas pode prejudicar a qualidade das aplicações.

Linux Mint limitando os flatpaks

O Mint 22 também mudou a forma como trabalha com os flatpaks. O formato ainda é perfeitamente aceito e integrado ao sistema, assim como o repositório flathub, porém, os desenvolvedores modificaram quais aparecem por padrão para os usuários na loja, se limitando somente a aplicativos verificados. 

A Loja que inclusive, agora abre e carrega um pouco mais rápido também, sendo mais uma das novidades da versão. Num blog post os devs do Mint comentaram que se trata de uma medida de segurança para evitar expor usuários a potenciais aplicativos maliciosos.

Apesar da filtragem por apps verificados no Flathub não ser necessariamente algo ruim, há críticas da comunidade sobre o Mint talvez não ter entendido muito bem o que “ser verificado” no flathub significa.

Nas configurações da loja agora temos uma sessão de flatpaks, com um botão para ligar e desligar a listagem de flatpaks não verificados na loja, por padrão essa opção é desligada, ou seja, flatpaks não verificados não aparecem na loja para o usuário instalar. Embora seja simples ativar o flathub completo, literalmente um clique, este botão claramente indica que não é algo recomendado a fazer.

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O principal problema é a forma de comunicação alarmista e discutivelmente descabida do Mint sobre o recurso, que pode acabar desinformando os usuários sobre a confiabilidade e segurança dos flatpaks e sobre o que eles devem esperar do selo de verificação. 

É isso que tem gerado polêmica, especialmente na comunidade flatpak. Por definição, “um app verificado é um app que foi publicado no flathub pelo mesmo desenvolvedor original do aplicativo ou por um terceiro aprovado pelo desenvolvedor”.

Um aplicativo verificado nada mais foi do que publicado no flathub confirmadamente pela mesma pessoa que o desenvolveu, ou por  alguém envolvido diretamente no projeto, que o desenvolvedor da aplicação aprovou. O navegador Vivaldi, por exemplo, na versão do Flathub, não é um app verificado, como também fica claro através do símbolo abaixo do nome dele.

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O Vivaldi tem versão para Linux, mas a forma oficial de distribuição dele é em .deb e .rpm, diretamente pelo site do navegador. Isso quer dizer que o Vivaldi flatpak é inseguro? Ao contrário do que o Mint faz parecer, não exatamente.

Não ser verificado somente quer dizer que alguém, ou algumas pessoas, voluntariamente, fazem o empacotamento dele para flatpak e publicam no flathub, e esse alguém ou grupo de pessoas teoricamente não tem envolvimento direto com os desenvolvedores do Vivaldi.

Observando o link do github desse flatpak, dá pra ver quem são os desenvolvedores envolvidos no processo de construção do Vivaldi. É ponto pacífico de que existe uma chance um pouco maior de haver algum problema no empacotamento de terceiros, já que não existe uma ligação direta com os devs do projeto original, mas a verificação não é um selo de segurança.

Assim como ser verificado numa rede social, não te torna uma pessoal confiável, ser verificado no flathub não torna um app mais seguro necessariamente, ser verificado apenas evita que alguém tente se passar como o desenvolvedor de um app famoso que ele não é o autor de verdade, assim como numa rede social, ao menos em tese, ser verificado serve para identificar que não é uma conta tentando se passar por alguma entidade mais famosa.

E ainda assim, podemos ter coisas como o Discord e Datcord, ambos verificados e usando o mesmo logo no flathub, o que legalmente imagino que não seja nada bom, e sob a óptica desse filtro do Linux Mint, ambos são equivalentes.

Se a intenção é proteger os usuários ajudando as pessoas a conseguirem os seus softwares diretamente dos desenvolvedores, a mudança não só não move muito as coisas nessas direção, como é meio contraditória ou hipócrita. Todo o repositório de uma distro contém softwares empacotados geralmente por pessoas que não são os desenvolvedores oficiais do projeto, basicamente todos os softwares que o Mint tem por padrão seguem essa lógica.

O Mint 22 vai passar a empacotar o thunderbird em .deb, assim como já fazem com o Firefox. Não seria coerente buscar esses pacotes direto com desenvolvedores oficiais nesses casos também? Entregar softwares mais antigos apenas por causa do tema, não poderia ser visto como um risco desnecessário?

Este movimento de priorizar apps verificados não é necessariamente ruim, mas talvez não tenha os efeitos que o Linux Mint esperava, já que foi feito por uma razão incondizente com que o selo de verificação do flathub significa.

Novidades no Cinnamon 6.2 e aplicativos

Mas vamos seguir porque ainda tem mais coisas que você precisa saber, por exemplo, o Mint finalmente deixou de usar o HexChat, um cliente para o IRC, e está migrando oficialmente para a rede Matrix, usando o cliente Element, para hostear conversas entre a sua comunidade de usuários.

Realmente o IRC é bem antigo e não é de se esperar que as novas gerações de usuários, e mesmo boa parte da geração antigas, se adapte. O Element pode ser usado como um software instalado também, mas ele não faz parte do repositório do Ubuntu, e precisaria ou ser empacotado pelo Mint também para que não fosse necessário adicionar um repositório de terceiro ao sistema.

Mint 22 Beta: conheça as principais novidades da distro Linux 3

Ironicamente existe uma versão em flatpak, não verificada, mas claramente endossada pela próprio site do do Element, que dadas as regras novas, é supostamente “insegura demais” para aparecer listada na loja. Parece que os tutoriais de “o que fazer depois de instalar o Linux 22” vão ganhar mais um passo.

O Cinnamon na versão 6.2 traz as lapidações tradicionais de código, mas o destaque vai para a função de ações atrelada ao Nemo, o gestor de arquivos. Essa funcionalidade já existia em edições anteriores, basta procurar por “ações” no painel de controle e você pode adicionar novas funcionalidades ao clique com o botão direito do mouse, tanto no desktop, quanto quando você faz isso sobre algum arquivo específico. Agora, além de baixar novos scripts, você também tem uma nova aba para organizar eles, tanto a sua posição, como para habilitar ou desabilitar. Isso é uma implementação mais amigável dos scripts do GNOME para o Nautilus.

Começa a implementação do Wayland

Agora o Cinnamon tem o Wayland como opção na tela de login de forma experimental. Wayland é o futuro do Linux e provavelmente o futuro do Mint, mas com certeza não é presente para a distro, apesar de ser possível usar, ele apresentou alguns artefatos e travamentos, não é a toa que é experimental ainda.

O Wayland já é bem mais maduro no GNOME e no KDE Plasma, e temos o COSMIC e o elementary OS trabalhando para entregar uma sessão Wayland estável nos seus próximos lançamentos. É ótimo ver que o Mint está caminhando nessa direção, apesar de ter começado um pouco tarde. Apesar das polêmicas e das diversas escolhas difíceis que está tomando, o Linux Mint segue sendo uma distro sólida e pragmática.

Em alguns casos, você só quer algo que funciona, e nesse caso o Linux Mint que não muda tanto a cada versão, dificilmente decepciona. O Linux Mint é previsível e por muitas vezes é justamente isso que traz conforto para os usuários, você sabe o que vai acontecer, você sabe como se planejar. Se instalou e funcionou, você sabe que vai ficar assim por tempo indefinido.

Há alguns dias fizemos uma enquete perguntando se vocês preferiam o Linux Mint ou o Zorin OS, já que são duas distros com propostas similares, ambas da Irlanda, mas que tentam lidar com os seus objetivos de formas diferentes. Dos mais de 10 mil votos, mais de 70% disse preferir o Mint em relação ao Zorin.

Conheça tudo sobre o Linux Mint 22! 2

Como você acabou de ver um vídeo sobre o Mint, que tal conferir as novidades da versão mais recente do Zorin OS e fazer a sua própria comparação? A distro completou 15 anos recentemente e tem muita história para contar também!

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