Linux Mint quer emplacar XApps como um padrão universal de aplicativos
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Linux Mint quer emplacar XApp como um padrão universal de aplicativos

No universo do Linux, reina a liberdade para desenvolvedores e usuários. Entretanto, isso gera uma situação onde existem diferentes temas que os aplicativos podem utilizar, com alguns conseguindo ser compatíveis com diversos estilos, como o LibreOffice, e outros se encaixando bem apenas em um padrão específico, como os construídos para o GNOME. Em meio a tudo isso, o Linux Mint quer emplacar um padrão independente e universal de aplicativos, os XApps.

Uma novidade para algo que não é novo

Os XApps existem há muito tempo, são os aplicativos nativos para o Linux Mint Cinnamon, eles encaixam bem em todos os muitos temas que o Linux Mint usa, assim como nas versões do sistema com o Xfce e o MATE. Desde o início, eles foram pensados como aplicativos universais, que podem ser utilizados por qualquer outro ambiente gráfico, se encaixando bem neles.

Entretanto, até então, os XApps estão atrelados ao Linux Mint, a ideia dos desenvolvedores é separar os dois projetos, criar um site e um repositório no GitHub específicos para os XApps, atraindo mais desenvolvedores e distros para o projeto. Além disso, a equipe do Linux Mint quer alimentar o repositório dos XApps com mais forks de aplicações do GNOME que estão sendo portadas para GTK 4, mantendo-as em GTK 3, de modo a continuarem visualmente integradas com outros ambientes gráficos diferentes do GNOME.

Reação ao GNOME

Lendo a postagem oficial do Linux Mint sobre o projeto para os XApps, percebe-se que se trata de uma reação ao movimento do GNOME em centrar o desenvolvimento de aplicações específicas para o ambiente gráfico. O problema é que o GNOME está adotando um caminho de design bastante único e diferente dos demais ambientes de trabalho e todas as aplicações que vem sendo portadas ao GTK 4 utilizando a biblioteca libAdwaita ficam com um aspecto claramente ligado ao GNOME. Esses aplicativos são um “peixe fora d’água” em outros ambientes gráficos, com um design discrepante.

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À esquerda, um aplicativo feito para o GNOME, à direita, um aplicativo mais universal, que se adapta ao tema do Xubuntu. Imagem: Linux Mint.

Com este movimento do GNOME, cada vez mais distros se veem apresentando aplicativos pré-instalados com estilos visuais completamente diferentes, passando aos usuários uma impressão amadora ou de pouca integração. 

A ideia do Linux Mint com os XApps se contrapõe aos aplicativos específicos para GNOME, criando um repositório de programas que se apresentam bem em todos os ambientes de desktop.

O Linux Mint se comprometeu em não utilizar aplicativos pré-instalados feitos para o GNOME e vai além, está removendo o tema de ícones Adwaita do sistema por não cobrir todas as necessidades do Cinnamon. Ele preferirá alternativas que se adaptam ao sistema, como os forks que seus desenvolvedores estão criando.

Mudança de rumo

Essa não é a única novidade do Linux Mint, o comunicado de abril do sistema conta que mudaram de ideia sobre a nova aplicação de chat para os usuários contatarem a equipe de suporte. Após desenvolverem 75% do Jargonaut, um aplicativo que serviria especificamente ao suporte do sistema, decidiram abandonar o projeto.

Em vez disso, estão adotando o Matrix, um software mais parecido com o Discord, que acreditam ser mais amigável a novos usuários. Especificamente, o Linux Mint passará a vir com um cliente web do Matrix chamado Element, mas já é possível entrar no servidor do suporte do sistema por qualquer outro cliente.

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Imagem: Linux Mint

Loja de aplicativos mais exigente

Mesmo sendo baseado no Ubuntu, o Linux Mint não vem por padrão compatível com os Snaps, em vez disso, ele traz o Flathub instalado e integrado à loja de aplicativos do sistema. Entretanto, estão preocupados com o fato de apenas 42% dos aplicativos do Flathub serem verificados, com muitos usuários sem saber se a aplicação que está utilizando é ou não oficial.

O Google Chrome do FlatHub, por exemplo, já foi baixado quase 6 milhões de vezes sem ser suportado oficialmente pelo Google, sendo mantido no repositório por um desenvolvedor pouco conhecido, chamado Ryan Gonzalez. Embora seja muito bacana a iniciativa do Ryan, que ajuda muita gente, se por acaso, o computador onde ele trabalha no pacote for invadido por agentes maliciosos que implementarem algum malware na versão do Chrome que ele distribui, todos esses usuários serão infectados da próxima vez que fizerem uma atualização. Algo que frequentemente acontece automaticamente.

Tendo isso em mente, a loja de aplicativos da próxima edição do Linux Mint, exibirá, por padrão, apenas os aplicativos do Flathub que forem verificados. Os usuários que quiserem acessar os demais, deverão ativamente permitir pelas configurações da loja. E ainda assim, os aplicativos não verificados contarão com um aviso alertando sobre seu risco.

A equipe do Linux Mint tem planos ambiciosos, veremos o que o futuro reserva para a popular disto. Seja o primeiro a saber sobre as principais novidades da semana no mundo da tecnologia e do Linux, assine nossa newsletter!

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