Utilizada por bilhões de pessoas pelo mundo, a loja de aplicativos do Android, Play Store, é um dos maiores alvos de ataques maliciosos. Além de ser acessível e relativamente fácil criar aplicativos maliciosos para o Android, o imenso número de incautos prontos para cair em golpes são grandes atrativos para cibercriminosos. Conheça a estratégia do Google para proteger seus usuários e os resultados que obteve em 2023.
A estratégia SAFE da Play Store
Apenas em 2023, 2,28 milhões de aplicativos foram impedidos de serem publicados na Play Store, por violarem diversos termos de uso e por ameaçar a segurança de usuários. Ao todo, 333 mil contas foram boqueadas por tentarem postar malwares, aplicativos maliciosos ou por repetidamente terem violados regras.
Este número parece que só cresce, para comparar, em 2022, foram 1,5 milhão de aplicativos bloqueados e 173 mil contas. Uma quantidade tão absurda deve significar ataques de publicações automatizadas e certamente alguma porcentagem, mesmo que ínfima, de aplicativos maliciosos pode acabar passando. Entretanto, o Google não chegou a comentar sobre esses números.
Do montante rejeitado em 2023, mais de 200 mil foram bloqueados imediatamente por pedirem permissões sensíveis injustificadamente, como a leitura de mensagens SMS e a captura de localização quando em segundo plano.
Para dar conta de tanto trabalho, o Google criou a ADA, App Defense Alliance, em parceria com a Microsoft e a Meta, sob o guarda-chuva da Joint Development Foundation, que faz parte da família The Linux Foundation. A Aliança visa criar padrões de boas práticas de segurança durante a criação de aplicativos, além de estratégias de combate a riscos de segurança.
Um dos tipos de aplicativos mais complicados para lidar, são os de VPN, que desviam todo o tráfego do usuário para servidores potencialmente inseguros, capazes de monitorar toda a atividade e capturar informações sensíveis. Por isso, o Google começou a tratar aplicativos de VPN de forma diferente, com revisão de segurança independente e indicativos na loja de que o aplicativo é considerado realmente seguro, que o desenvolvedor seguiu as melhores práticas de segurança de software.
Só no último mês, foram encontrados mais de 17 aplicativos de VPN “grátis”, com estratégias de monetização que envolvem utilizar aparelhos infectados como proxies involuntários para executar crimes, que além de tudo, gastam o tráfego de dados da vítima.
Toda a estratégia de segurança da Play Store é baseada em quatro pilares, que unidos, formam, em inglês, a sigla SAFE. São eles:
- Resguardar os usuários, ajudando a descobrir qualidades em que podem confiar;
- Advogar pela proteção pelos desenvolvedores: criando plataformas que ajudem desenvolvedores a seguirem as melhores práticas de desenvolvimento;
- Promover inovação responsável: ajudando os desenvolvedores a continuar criando aplicativos melhores, sem comprometer a segurança dos usuários;
- Desenvolver defesas na plataforma: permanecendo à frente dos agentes maliciosos, conseguindo capturar seus ataques antes de chegarem aos usuários.
Auxiliando a promover bos práticas, o Google travou parceria com 31 kits de desenvolvimento para garantir que apenas o mínimo de informações de usuários são coletadas por aplicativos construídos com essas ferramentas. A empresa afirma que iniciativa impactou imediatamente mais de 790 mil aplicativos já disponíveis na loja, melhorando potencialmente a segurança de mais de 10 milhões de usuários.
Mesmo com todo o esforço do Google para proteger o seu aparelho Android, a maior linha de defesa é o usuário. Se você utiliza aplicativos com informações sensíveis, como bancos e redes sociais em seu dispositivo, evite instalar aplicações de fontes desconhecidas ou não confiáveis, nem clique em propagandas suspeitas.
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