Os navegadores estão certamente entre os softwares mais utilizados por uma gama de usuários que abrange desde o mais básico até o mais avançado. Após meses ou até mesmo anos utilizando o mesmo software diariamente, é comum chegarmos a um ponto onde sentimos uma vontade, ou mesmo uma necessidade de mudança.
É hora de inovar!
O meu histórico com a utilização de navegadores é breve, partindo desde o Internet Explorer em meados dos anos 2000, passando por um período relativamente longo com o Firefox, e, por fim, o Google Chrome que tem sido o meu navegador padrão nos últimos anos.
Finalmente cheguei a um ponto onde tenho sentido a necessidade de testar um novo navegador, e, como o GNOME Shell tem sido a minha interface gráfica principal nos últimos tempos, por que não dar uma chance ao GNOME Web?
Conhecendo melhor o GNOME Web
O GNOME Web, antes conhecido como “Epiphany”, é o navegador oficial do projeto GNOME. Com um visual relativamente minimalista e que se integra perfeitamente ao ecossistema GNOME, especialmente para os usuários desta interface o “Web” oferece uma experiência de “touch and feel” positivamente única.
O GNOME Web também é extremamente leve. Em um teste rápido e meramente ilustrativo, uma janela do “Web” com apenas uma aba aberta no blog Diolinux consumiu cerca de 43MB de memória RAM, enquanto o Google Chrome nas mesmas condições apresentou um consumo de por volta de 152MB.
Os pontos positivos do GNOME Web
Durante o tempo que passei testando o GNOME Web identifiquei uma série de prós e contras que me fizeram querer e não poder utilizá-lo como o meu navegador padrão.
Integração com o GNOME Shell
Conforme já mencionei anteriormente, a integração visual e de workflow que o “Web” tem com todo o ecossistema GNOME é de fato muito atrativa. Embora para alguns isso possa parecer besteira, a interface mais clean e harmoniosa do navegador torna muito menos cansativa a tarefa de passar várias horas olhando para a tela do computador em um dia normal de trabalho.
Ainda como uma parte integrante deste visual otimizado do GNOME Web, vale destacar as abas centralizadas. Ao contrário da maioria dos outros navegadores, o “Web” não acumula todas as abas no lado esquerdo da tela, mas sim as distribui uniformemente ao longo de todo o espaço da janela.
Mais uma coisa que me surpreendeu positivamente ao testar o GNOME Web é o fato de que, na minha experiência, a navegação tem sido tão rápida quanto no Firefox ou Google Chrome. Não senti qualquer perda de desempenho ao carregar novas páginas independente do quão pesadas elas foram.
Sistemas de sincronização online e offline
O GNOME Web também é compatível com o sistema de sincronização de dados do Firefox, no qual você pode utilizar a mesma conta de usuário para todos os seus dispositivos que contenham tanto o “Web” quanto o Firefox instalado.
Além disso, o Web também é compatível com a funcionalidade de exportação e importação, que cobre dados como favoritos e senhas.
Os pontos negativos da minha experiência com o software
Apesar de todos os prós mencionados acima, na minha experiência o GNOME Web apresentou alguns contras dos quais alguns acabaram sendo os responsáveis por ele ainda não ter se tornado o meu navegador padrão.
A ausência do suporte à extensões
Atualmente o GNOME Web não suporta quaisquer extensões, de forma que as suas possibilidades de funcionalidades com o navegador estão limitadas ao que ele apresenta por padrão.
Todavia, um sistema de extensões está nos planos dos desenvolvedores do Web, então certamente vale a pena ficar de olho aqui no blog Diolinux para ficar sabendo em primeira mão assim que esta nova funcionalidade for lançada. 😉
Limitações no gerenciamento de favoritos
O GNOME Web ainda não possibilita que o usuário altere a ordem dos itens na lista dos favoritos ou organize-os em diferentes pastas. Embora estes sejam recursos que nem todos usam, é algo que realmente fez bastante falta na minha experiência.
O mais próximo disso que o Web proporciona atualmente é a possibilidade de adicionar um marcador nos favoritos que você escolher, desta forma mantendo-os em uma lista separada do restante.
Lentidão na rolagem de páginas
Outro contra que foi bastante significativo foi que em vários sites, como por exemplo no Trello e até mesmo no próprio blog Diolinux, o GNOME Web apresentou lentidão e travamentos ao rolar as páginas.
Mesmo explorando as páginas de configurações do software não fui capaz de encontrar nenhuma opção que fosse capaz de resolver o problema. Isso não significa que não haja uma solução, apenas que será necessária uma pesquisa e todo um processo de “troubleshooting” para talvez conseguir resolver este mau funcionamento.
Bugs ao utilizar o Google Docs
Por fim, também experienciei um bug no mínimo curioso ao tentar utilizar o Google Docs com o GNOME Web.
Além de constantes instabilidades na conexão (ao salvar automaticamente os arquivos no Google Drive) que não ocorrem em outros navegadores, também presenciei uma incompatibilidade que faz com que ao digitar um caractere com acento fossem adicionadas duas letras ao invés de apenas uma.
Falta de suporte à DRM
O GNOME Web ainda não possui suporte à DRM, o que significa que através dele não é possível consumir conteúdo de serviços como o Prime Video ou Netflix.
Neste caso tudo o que resta a nós, usuários, é esperar que o suporte seja adicionado o mais rápido possível para que possamos aproveitar todas as vantagens desse navegador com um potencial incrível que é o GNOME Web.
Não foi desta vez, mas quem sabe um dia…
O GNOME Web com certeza é um software no qual continuarei prestando atenção a cada novo lançamento, e, embora não tenha sido possível torná-lo o meu navegador padrão, não significa que não possa ser a melhor opção existente para um grande número de pessoas, inclusive você.
Você já conhecia o GNOME Web, ou conhece algum outro navegador com uma proposta semelhante? Conte para a gente nos comentários abaixo!
Isso é tudo pessoal! 😉