Na hora de escolher a distro Linux certa para utilizar, existem alguns termos que podem confundir. Entenda o que são sistemas imutáveis e atômicas, duas coisas que costumam andar juntas, mas que não significam o mesmo.
O que é uma distro imutável?
Uma distro imutável tem alguma parte do seu sistema, geralmente a raiz, impossibilitada de ser modificada por um agente terceiro sem alguma grande interversão técnica. Isso significa que, após a instalação e configuração inicial, o sistema operacional permanece inalterado durante a execução, exceto nas partes onde o usuário interagindo com ele tem algum tipo de permissão para atuar, como a sua própria pasta home e talvez alguns outros diretórios do sistema.
Mas um sistema imutável, geralmente não é imutável somente pelos usuários, mas pode softwares também, isso acaba tornando esses sistemas mais seguros e confiáveis, já que a imutabilidade pode impedir a instalação de softwares maliciosos, alterações acidentais em arquivos de configuração e outros problemas que poderiam deixar o sistema instável.
Um exemplo interessante de sistema imutável é o Ubuntu Core, geralmente utilizado em IoT, maquinários de fábrica e outros dispositivos embarcados. É o Ubuntu que a gente conhece, sem a interface, então, bem mais próximo do Ubuntu Server do que do Desktop, mas que não pode ser alterado de nenhuma forma. Se você colocou ele para funcionar, continuará assim enquanto suporte existir.
O que é uma distro Linux atômica?
Sistemas imutáveis também precisam de atualizações e correções de problemas eventualmente, e aí que entra o termo “Atômico” que o Fedora passou a adotar atualmente para representar as suas distros com base imutável. “Atomic” ou “Atômico” é um termo relacionado à forma como sistemas com bases imutáveis atualizam.
O método de atualização atômico garante que todo o processo de upgrade seja realizado completamente, ou não seja realizado, o que faz com que o sistema sempre esteja consistente, mesmo durante o processo de atualização.
Numa atualização atômica, uma nova imagem completa do sistema é baixada em cada atualização, ou até mesmo apenas os deltas, que são as modificações dos pacotes em relação ao que se tem instalado e o update só acontecerá se ele não encontrar nenhum problema ao substituir toda a raiz imutável de uma única vez. Se algum problema for encontrado, a atualização não acontece, restaurando o estado anterior do sistema.
Uma atualização atômica, é uma atualização que nunca falha e que usa geralmente uma imagem completa do sistema operacional. Um ótimo exemplo de sistema assim é o Clear Linux Project da Intel. É um modelo excelente para ser usado, especialmente em computadores que não precisam de interação humana direta, como dispositivos inteligentes em fábricas, isso garante que nenhum update pare a produção de ninguém. Com o tempo essas tecnologias ou alguns aspectos delas, pelo menos, estão migrando para os nossos computadores mais tradicionais.
Devo utilizar uma distro imutável e atômica?
Nem toda imutabilidade é igual, e as partes imutáveis de cada sistema e como lidam com isso, pode ser de diferentes formas. Com tantas opções, detalhes e diferenças, é inevitável perguntar, qual seria a melhor opção? Existe um tipo de distro ou modelo de software que é melhor? Qual eu deveria usar?
Imutabilidade e Atomicidade, não é algo que você precise desejar ou não, alguns sistemas que você usa no seu dia a dia são assim, você usa e nem percebe. Imutabilidade é uma característica útil em vários, cenários, ela permite que os desenvolvedores possam entregar experiências idênticas para todos os usuários e máquinas consistentemente.
Elas podem aumentar a segurança, ainda que reduzem um pouco a flexibilidade de um sistema que não tenham essas restrições. O quanto isso impacta o seu uso, é um pouco difícil de dizer, já que depende das atividades que você faz.
Para quem faz a gestão de servidores ou parques com computadores tradicionais mesmo, as coisas serem previsíveis, de fácil manutenção e restauração em caso de problema, é um aspecto muito positivo. Dá para entender porque existe uma corrida por sistemas imutáveis para o lado empresarial. Se tudo funcionar como deveria, é melhor ter um sistema praticamente inquebrável.
Assim como ocorre com o sistema operacional da sua Smart TV ou smartphone, daqui a pouco você estará utilizando um sistema no seu desktop que será imutável e atômico sem nem perceber.
Agora, que tal entender outros dois termos populares entre distros Linux, mas que podem causar certa confusão? Entenda a diferença entre distros Rolling Release e LTS para fazer a escolha certa sobre o que instalar!