Telegram anuncia plataforma de emojis e interesse em NFTs
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Telegram anuncia plataforma de emojis e interesse em NFTs

Fundado em 2013, o Telegram chega ao seu 9º ano de existência com um bom crescimento orgânico, toneladas de recursos, uma rede de criptomoedas frustrada e renascida, além de um modelo de negócio ainda procurando seu espaço. Agora com assinaturas pagas e namorando com NFTs, será que cola?

Telegram x WhatsApp

Não dá para falar do Telegram sem citar o primo feio WhatsApp e a eterna briga dos dois por usuários. Melhor ou pior que o outro, isso sempre vai depender de cada um. Vamos brigar, mas sempre no amor. 💙💚 

O Telegram sempre foi imbatível em recursos e mecanismos de segurança e privacidade. Vários destes recursos foram literalmente copiados pelo WhatsApp ao longo dos anos. Mas o WhatsApp se valeu na mente das pessoas pouco ligadas à tecnologia quando simplificou seu funcionamento. Se vendendo como substituto do SMS, numa época em que este era o principal meio de mensagens rápidas de pessoas em trânsito, saiu na frente e dominou o mercado. Era aquela história em que o simples é melhor que o ótimo!

Depois, com a compra do WhatsApp pela gigante Meta (Facebook), o WhatsApp se tornou um padrão mundial em comunicação por texto e em muitos países já substitui a maior parte das chamadas por voz via operadoras.

A força do Telegram

Mas não se engane com os números do WhatsApp. O Telegram tem um crescimento muito consistente ao longo do anos, tem papel importante em países onde tem acontecido o controle autoritário da comunicação, e vem formando seu terreno, agora especialmente entre o público mais jovem.

Usuários aumentando, mas caixa diminuindo… O Telegram sempre foi apresentado como um ecossistema meio de filantropia, ajudando a humanidade onde a comunicação estivesse comprometida. O Pavel Durov, um dos fundadores, sempre se manifestou por um mundo mais justo, pelos direitos das pessoas, pelo bem do humanidade etc.. Mas sem negócios econômicos bem estabelecidos, a fonte seca. 

Em 2017, apostaram numa rede de criptomoedas chamada TON. Funcionando integrada ao aplicativo, prometia simplificar o acesso e uso de criptomoedas no dia-a-dia, tão fácil quanto o WhatsApp fez com o SMS lá no passado. Mas a Comissão de Valores Imobiliários dos EUA puxou o tapete, diante das dificuldades, acabaram abandonando o projeto.

Mas o Telegram entregou o código à comunidade e ela estruturou a TON em uma fundação separada. Não é uma rede oficial, mas faz uso da tecnologia embarcada no aplicativo. A fundação levantou mais fundos junto aos usuários e mudou o jeito do projeto. Em abril deste ano, anunciou o recurso para uso da Toncoin dentro do app e possibilidade de compra e venda de Bitcoin.

5º app de 2022 e 700 milhões de usuários

Agora em junho, o Telegram divulgou ter atingido o marco de 700 milhões de usuários ativos mensais e de ser o 5º app mais baixado no período. É um número impressionante por eles nunca terem investido em marketing pago e pelo comportamento padrão de apagar contas inativas por mais de seis meses.

Cheio de fãs de carteirinha, neste mesmo anúncio foi divulgado o Telegram Premium, uma assinatura que libera ainda mais recursos para os entusiastas, como “limites dobrados, carregamentos de arquivos de 4 GB, downloads mais rápidos, stickers exclusivos e reações, gestão aprimorada de chats”. (tá bom, eu confesso que também sou fã dos recursos, mas ainda não a ponto de pagar por eles).

Mas os recursos anteriores não foram cortados. Eles explicam:

As contribuições dos assinantes premium ajudarão a melhorar e expandir o aplicativo nas próximas décadas, enquanto o Telegram permanecerá gratuito, independente e manterá os nossos valores em primeiro lugar, redefinindo como uma empresa de tecnologia deve operar.

Blog do Telegram, em 21/06/2022

A treta dos NFTs

No último dia 22 de agosto, o fundador do Telegram Pavel Durov anunciou em seu canal no aplicativo um “pensamento em voz alta”, digamos assim. A rede TON tem leiloado registros de DNS mediante pagamento em Toncoin. Nomes cobiçados como wallet.ton e casino.ton foram vendidos por mais de 200 mil dólares cada.

Impressionado com esses números e não estando mais sob o controle da TON, Durov olhou para dentro de casa e imaginou leiloar nomes de usuários e negócios (que no aplicativo são usados com um @ na frente (por exemplo, @banco @game @brasil). Com tais vendas, os detentores poderiam ser validados por um selo de confiança, negociar NFTs e criptomoedas. O ecossistema de NFTs poderia incluir canais, stickers e emojis como parte destes patrimônios imateriais, o que ele chamou de “um pouco de Web 3.0 no Telegram”.

A postagem começou a ter uma enorme quantidade de reações negativas, com o polegar para baixo 👎 e comentários muito mais reclamando que elogiando.. Parece não ter sido de graça, pois vários comentários justamente mencionaram contas excluídas, vinculando ações de “limpeza” à novidade da venda de nomes. A repercussão foi tão forte que Durov bloqueou as reações da postagem logo em seguida.

Apesar das reações dos usuários, o mercado reagiu bem. A Toncoin disparou depois do anúncio de Durov. Bem, lembrando que não há almoço grátis (e que no WhatsApp o produto é você), o que você acha dessas novidades comerciais no Telegram?

Ahh, e para terminar… mais um recurso legal que não poderia deixar de mencionar. Diferente do primo feio, o Telegram tem app oficial para Linux. Confere neste artigo do Carlos Augusto como deixar o aplicativo desktop redondinho em sua distro.

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