Smartphones topo de linha como algumas versões do iPhone a venda nos Estados Unidos já estão vindo sem um slot para chip físico, adotando de vez o padrão eSIM.
Porém, quem usa telefones celulares há alguns anos, deve se recordar que originalmente os aparelhos não possuíam um chip físico e que precisavam ser habilitados pelas operadoras de telefonia para que as “linhas ficassem ativas”. Neste artigo vamos abordar o que é eSIM e algumas das características dessa “nova” abordagem em smartphones.
Uma breve explicação sobre o que é eSIM.
Também conhecido como chip virtual, pode ser descrito como uma versão digital do tradicional chip físico que inserimos em nossos smartphones. Em vez de um cartão físico, o eSIM é um chip eletrônico integrado diretamente à placa do dispositivo.
A tecnologia começou a ganhar destaque no mercado a partir de 2016, com alguns modelos de iPhone, já suportando essa funcionalidade desde aproximadamente 2017. No entanto, somente nos últimos anos que o eSIM vem se popularizando, com cada vez mais fabricantes adotando essa solução em seus dispositivos.
O que diferencia o eSIM de outras opções?
Um ponto interessante do chip virtual é se dúvida sua flexibilidade, permitindo que você habilite linhas em seu smartphone de forma simples, para que você possa usar o aparelho que já está acostumado mesmo em viagens internacionais. Em diversos países é possível viajar com Yesim, uma operadora de telefonia especializada neste tipo de serviço.
Por se tratar de um recurso totalmente digital, a adoção do eSIM tem sido incentivada para algumas operadoras, as principais vantagens indicadas por elas são:
- Segurança: Como o chip é integrado ao dispositivo, ele não pode ser removido fisicamente, dificultando a clonagem ou o uso indevido em caso de perda ou roubo do aparelho.
- Conveniência: Com o eSIM, a troca de operadora ou a ativação de um novo plano é feita de forma digital, por meio de um código QR ou perfil de configuração. O que eliminaria em tese a necessidade de visitar uma loja física para adquirir um novo chip.
- Multi-SIM: Muitos dispositivos com chip virtual permitem a configuração de múltiplos perfis, o que é ideal para quem precisa utilizar diferentes números de telefone em um único aparelho, como para uso pessoal e profissional.
- Durabilidade: Ao estar integrado ao dispositivo, o eSIM não está sujeito a desgaste físico, como os chips tradicionais, o que garante maior durabilidade.
- IoT: O eSIM também tem sido utilizado em dispositivos da Internet das Coisas (IoT), como smartwatches e rastreadores, facilitando a conectividade e a gestão desses dispositivos.
Um paralelo com os primórdios da telefonia celular
É quase impossível não ver algumas similaridades entre a adoção do eSIM e os primeiros tempos da telefonia celular, quando a ativação de uma linha era um processo bastante distinto do que conhecemos hoje.
Semelhanças:
- Dependência da operadora: Tanto no início da telefonia celular quanto com o eSIM, a ativação e a gestão da linha dependem diretamente da operadora. Isso significa que o usuário precisa recorrer aos serviços da operadora para configurar e utilizar o serviço.
- Processo de ativação inicial: Em ambos os casos, existe um processo inicial de ativação que envolve a configuração do dispositivo para que ele possa se conectar à rede da operadora. No passado, esse processo era feito fisicamente em uma loja, enquanto hoje, com o eSIM, pode ser feito digitalmente, mas a necessidade de configuração inicial permanece.
Diferenças:
- Flexibilidade: O eSIM oferece uma flexibilidade muito maior do que os primeiros telefones celulares. Inclusive sendo possível trocar de operadora de forma mais rápida e fácil, além de gerenciar múltiplos perfis em um único dispositivo.
- Digitalização: A ativação do eSIM é um processo totalmente digital, enquanto a ativação dos primeiros telefones celulares envolvia a configuração física do aparelho.
Embora existam semelhanças entre a adoção do eSIM e os primórdios da telefonia celular, as tecnologias adotadas evoluíram significativamente e o eSIM representa um passo importante rumo à simplificação e à digitalização dos serviços de telefonia móvel.
Não encontrei dados sobre a adoção da tecnologia eSIM no Brasil, mas os portais das principais operadoras possuem páginas para ajudar os interessados na migração. Porém, em alguns casos ainda será necessário comparecer a uma loja física para conseguir fazer a migração de um chip físico para o novo formato virtual.
Disponibilidade de aparelhos compatíveis
A tecnologia eSIM, antes restrita a modelos de ponta, está se tornando cada vez mais acessível, inclusive em smartphones de entrada. Isso abre possibilidades interessantes, como a de ter múltiplos números em um único dispositivo todos utilizando as tecnologias mais recentes como o 5G.
Segundo os dados do site GSM Arena, desde 2020 foram lançados 213 modelos de smartphone com suporte à tecnologia eSIM. Infelizmente, muitos deles não estão disponíveis oficialmente no Brasil.
Abaixo, alguns dos aparelhos que oferecem suporte a eSIM:
- Samsung Galaxy S23 e A55;
- Linha Google Pixel (diversos modelos);
- Xiaomi Redmi Note 13 Pro;
- Motorola Edge (alguns modelos);
- IPhones 13 (em diante).
Hoje, muitos dos aparelhos homologados pela Anatel que possuem suporte a mais de um chip físico, demandam que as linhas operem em tecnologias diferentes. Como um chip em 4G e outro em 5G, por exemplo.
Importante: Caso você tenha interesse, confirme se o modelo comercializado no Brasil possui realmente o suporte à tecnologia.
Conclusão
Em resumo, o eSIM representa uma evolução na forma como nos conectamos, oferecendo maior segurança, conveniência e flexibilidade. Com a crescente adoção dessa tecnologia, é esperado que o chip físico se torne cada vez mais obsoleto nos próximos anos.
Gostaria de saber mais sobre algum aspecto específico do eSIM? Por exemplo, como ativar um eSIM no seu celular, quais são os dispositivos compatíveis ou as vantagens para empresas? Deixe suas dúvidas nos comentários.
