Em 15 de agosto de 2024, o Deepin 23 foi oficialmente lançado, trazendo consigo uma série de inovações que prometem redefinir a experiência dos usuários. Este lançamento, descrito como um presente para a comunidade em comemoração aos 20 anos do Deepin, marca um avanço significativo tanto em termos de design quanto de tecnologia.
A equipe responsável pelo Deepin 23 trabalhou por três anos para entregar uma versão que eles consideram como uma reinvenção do sistema. O que será que mudou? Confira algumas informações oficiais importantes sobre o sistema, além de uma primeira impressão que tivemos.
Um ambiente desktop repaginado
Uma das maiores mudanças no Deepin 23 é a introdução do DDEVision, uma evolução da interface Deepin Desktop Environment (DDE), que sempre foi uma das características mais chamativas do sistema. A DDE, agora atualizada, traz uma experiência de usuário ainda mais refinada, com uma nova barra de tarefas, lançador de aplicativos, e temas personalizados. Essas mudanças não são apenas estéticas; elas foram projetadas para melhorar a eficiência e a produtividade do usuário, mantendo a coerência visual e a fluidez durante as operações.

Segundo informado pela equipe do Deepin, em vez de simplesmente adicionar ou remover alguns aplicativos upstream, ou modificar o layout do sistema, o Deepin 23 introduz inovações e conteúdos que empurram os limites da distro, tornando-a tão poderosa quanto sistemas operacionais comerciais como o Windows e macOS.
Uma base independente
Outro grande destaque do Deepin 23 é a sua independência em relação às distribuições upstream. Em 2022, a comunidade Deepin estabeleceu a primeira Comunidade Raiz de SO da China, construída a partir do kernel Linux e outros componentes open-source, sem depender de distribuições upstream. Isso permitiu que o Deepin criasse um repositório completamente independente e desenvolvesse ferramentas baseadas nessa nova estrutura, facilitando a contribuição de desenvolvedores globais e aumentando a segurança e a estabilidade do sistema.
O repositório independente beige-23, que inclui mais de 8.000 pacotes do núcleo do sistema, foi desenvolvido com estratégias de seleção e atualização independentes, e manutenção refinada, melhorando significativamente a estabilidade e a segurança do sistema. Além disso, o suporte a novas arquiteturas de hardware, como ARM64, RISC-V e LoongArch64, posiciona o Deepin 23 como uma escolha versátil para diferentes dispositivos.
Inteligência artificial integrada
O Deepin 23 também se destaca por ser a primeira distro relevante que promete trazer integração com inteligência artificial. A funcionalidade AI For OS permite que os usuários realizem tarefas com mais eficiência, utilizando comandos de voz ou texto para procurar arquivos, ajustar configurações e até mesmo controlar a reprodução de mídia.
O sistema de busca aprimorado, Fuzzy Search, é outra adição interessante, permitindo que os usuários encontrem arquivos e informações com base em sinônimos e contexto, facilitando a localização de itens, mesmo quando o nome exato do arquivo não é conhecido.
Primeiras Impressões
Logo na hora de baixar, uma diferença notável é que foi muito mais rápido via torrent, pelo menos quando próximo ao lançamento. Além disso, enquanto a imagem do Deepin 20.9 disponível na loja não oferece uma opção compatível com live system, o Deepin 23 oferece a tecnologia. Algo que se mantém é o requisito de pelo menos 64 GB e armazenamento disponível para a instalação.

Ao abrir o Deepin 23, a distro se mostrou bem chamativa e repleta de aplicativos. A primeira reação foi querer conhecer a IA integrada, mas logo nos deparamos com um obstáculo bem trabalhoso. Não é algo que funciona logo de primeira, é necessário preencher 6 campos com informações de uma API específica do Deepin. O pior, as instruções sobre como obter esses dados estão disponíveis apenas em chinês e contém mais de 20 passos. Sendo tão inacessível, a IA integrada empolga menos.

Rodando a distro numa máquina virtual, ela foi bastante responsiva, mesmo consumindo recursos consideráveis e rodando via Live, faltando pacotes que seriam baixados aos instalar a distro. O visual todo remete a um GNOME customizado para entregar uma experiência mais parecida com o Windows ou o macOS, conforme escolheu na tela de boas-vindas. NAs imagens, estamos utilizando o visual padrão do sistema.

A consistência visual não persiste em todos os programas presentes, e alguns, continuam em chinês. Mas aqueles que parecem desenvolvidos para a distro mantém uma boa consistência. Pela internet há quem considere a distro mais bonita, algo pessoal, para mim, os ícones, bordas e detalhes são exagerados, são muitos efeitos visuais e para quem prefere o minimalismo, pode parecer sobrecarregado de informações.

O navegador de internet é mantido pela própria distro, sendo claramente baseado no Chromium. Por fim, a loja de aplicativos parece também ser feita para o Deepin, embora o visual remeta à GNOME Software. Ela distribui o formato LingLong e caso queira utilizar algo diferente, pode utilizar o APT no terminal ou habilitar o flatpak na distro.
Embora se proponha como inovadora, pode ser difícil ao público não chinês perceber, por enquanto, o que faria o Deepin brilhar. Não é uma distro recomendada para computadores fracos, mas poderia ser uma boa alternativa para iniciantes, não fosse barreira de linguagem e a dificuldade para habilitar o assistente de IA.
Talvez a mudança mais notável seja o que está por baixo dos panos, a construção de uma comunidade em torno de uma distro Linux chinesa mais independente. Já testou o Deepin 23? Qual a sua opinião sobre a distro? Comente e interaja com a comunidade Diolinux Plus!