Sistemas operacionais

Big Linux: passei 30 dias utilizando essa distro brasileira

Já faz um bom tempo que eu estou na equipe Diolinux e durante este trajeto, na maioria das vezes eu fui lembrado como um distro hopper profissional que não mantinha um mesmo sistema em minha máquina por mais de um mês.

Isso não é exagero e durante este tempo praticando o hopping, eu resolvi relatar minha experiência em um quadro aqui no blog, chamado sexta do hopping que ficou quase um ano sem uma nova publicação, mas gostaria de dizer que voltamos enfim!

Posso te dizer que a Sexta do Hopping (que não necessariamente será postado as sextas-feiras) está de volta e para inaugurar o renascimento do quadro, decidi trazer um sistema que também está em uma fase de renascimento utilizando uma nova base.

No artigo de hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre o projeto Big Linux, um sistema operacional criado em 2004 pelo Bruno Gonçalves que está com seu desenvolvimento mais ativo do que nunca, agora utilizando a base Manjaro.

Porque o Big Linux?

Bem, eu sempre gostei de projetos Linux nacionais e embora nem sempre sejam o sistema principal em minhas máquinas, sei que eles possuem o seu valor, oferecendo inovação a sua comunidade e muitas vezes, atendendo demandas específicas do território nacional.

Minha história com o Big Linux vem de um tempo antes de entrar para o blog, onde utilizei o sistema em minha antiga máquina principal (o lendário notebook positivo) e o Big Linux (ainda na base Ubuntu) fez com que a máquina tivesse um desempenho superior em diversos quesitos.

O sistema evoluiu muito desde então, seu visual e sua base que deixou de ser o Ubuntu, para dar lugar ao Manjaro. Com tantas mudanças, já estava na hora de testar novamente o sistema.

O hardware utilizado

Vou informar qual o hardware está sendo utilizado neste teste, para facilitar que você faça comparações.

É importante entender o tipo de uso que eu faço da máquina e desde as últimas versões da sexta do hopping, houve uma bela evolução:

  • 12 GB de memória RAM (8+4);
  • Processador AMD FX-6300 (OC para 3.9 GHz);
  • Placa mãe ASRock 760GM-HD;
  • Placa de vídeo RX 550 2GB;
  • Monitor Samsung 20” (vertical);
  • Monitor LG WK600 Ultrawide 29” (principal);
  • Fonte One Power 600W;
  • SSD Sandisk 120 GB;
  • HD Externo 2TB Toshiba.

Download e instalação

O Primeiro passo para utilizar o Big Linux é realizar o download do arquivo ISO através do site oficial do sistema e aproveitando que estamos falando do site, vale dizer que ele está incrível, com um visual agradável e bastante informativo.

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Ao acessarmos a aba de download, nos deparamos com duas opções, baixar o sistema através de download direto, ou via torrent. Até o momento de escrita deste artigo, o Big Linux se encontra em fase beta, porém, bastante estável.

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Se rolarmos um pouco mais a página, temos acesso a informações como a criação de um pendrive bootável do sistema utilizando softwares como o Balena Etcher e Ventoy, além de informações sobre o hardware suportado e versões de softwares como:

  • Kernel Generic: 5.10.0;
  • KDE Plasma: 5.23.5;
  • LibreOffice: 7.3.0;
  • Gimp: 2.10.30;
  • Firefox: 96.0.3;
  • Brave: 1.34.81;
  • Mesa: 21.3.5.

O processo de instalação foi bastante tranquilo, dado que o Big Linux utiliza o instalador Calamares. Uma informação importante, é que o Big Linux traz por padrão o sistema de arquivos BTRFS.

Primeiras impressões com o sistema

As primeiras impressões com o sistema foram boas, ele se mostrou simples e intuitivo, além de apresentar um visual muito agradável no ambiente KDE Plasma Moderno, utilizando os temas “Fluent”.

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Ele oferece diversos aplicativos próprios e de terceiros que visam facilitar a vida de pessoas que estão migrando e precisam de realizar ações simples, para que elas não precisem perder algumas horas configurando tudo. Algumas destas aplicações são:

  • Gerenciador de WebApps;
  • Ferramenta OCR para PDFs;
  • Central de controle (painel de controle do sistema);
  • Big Store (loja de aplicativos);
  • Redutor de ruídos para microfone;
  • Lutris;
  • RustDesk (ferramenta para acesso remoto).

Ele também oferece uma série de WebApps por padrão que podem ser configurados e desativados do sistema através do gerenciador de WebApps do sistema.

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Big Store e Central de Controle, facilitando a sua vida

O Big Linux traz diversas aplicações para facilitar a vida de seus usuários e embora eu quisesse falar de todas elas, gostaria de dar um foco especial em apenas duas que afetam toda a usabilidade do sistema.

Central de Controle, configurando seu sistema adequadamente

Embora eu seja um grande fã da central de configurações do KDE, eu entendo que ela pode ser um pouco bagunçada para alguns usuários e simplificar este processo é um ótimo passo para agradar novos usuários.

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A Central de Controle do Big Linux oferece aos usuários uma interface semelhante ao que temos no aplicativo de configurações do Windows, separando os recursos disponíveis em abas específicas, onde temos as opções relacionadas a ela.

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Isso deixa a experiência de configurar o sistema ainda mais simples e intuitiva, pois não são todas as opções que aparecem para o usuário e caso ele queira, é possível acessar a central de controle do KDE através do aplicativo disponível no Big Linux.

Big Store, tudo em um só lugar

Se você utiliza o Manjaro há algum tempo, deve saber que o Pamac é um ótimo gerenciador de pacotes e embora ele cumpra o papel de loja de aplicativos no sistema, ainda falta algo para ele.

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Para solucionar este problema, a equipe do Big Linux trouxe a Big Store, uma loja de aplicativos capaz de gerenciar pacotes do repositório Manjaro e do AUR, além dos formatos Flatpak e Snap, uma das lojas de aplicativos mais completas do mundo Linux.

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Ela possui uma interface separada em categorias de aplicativos onde ao clicar na opção desejada, uma nova interface irá se abrir, mostrando os aplicativos disponíveis para download.

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Ao menos por enquanto, aplicativos Snap e Flatpak não aparecem nas categorias da loja de aplicativos, então, caso você queira uma aplicação em algum destes formatos, será necessário pesquisar por ele.

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Tanto a Big Store quanto a Central de Controle, utilizam por padrão o BigBashView, uma linguagem própria do sistema que mescla as tecnologias de frontend como HTML e JS com o poder de fogo do shell script, permitindo a criação de softwares completos com interfaces.

Minha experiência com o Big Linux

No geral, minha experiência com o Big Linux foi bastante satisfatória e pela primeira vez em anos eu tive a oportunidade de não quebrar um sistema operacional baseado no Arch Linux, o que eu considero uma vitória pessoal.

Devido à facilidade oferecida pelo sistema operacional e todo o suporte a aplicações disponível, não tive nenhum tipo de problema ao instalar os aplicativos que compõem o meu fluxo de trabalho.

A única experiência negativa que eu tive no sistema está relacionada ao KDE e seu “problema” com múltiplos monitores, onde meu segundo monitor apresentava tearing em algumas aplicações como o Google Chrome.

Utilizando o Big Linux Manjaro

Se você deseja utilizar o Big Linux Manjaro como seu sistema operacional principal, ou utilizá-lo em uma máquina de testes para conhecer o sistema, basta realizar o download através de seu site oficial.

Ele é uma ótima opção para usuários que estão migrando do Windows e precisam de uma experiência mais sólida, ou que simplesmente querem um sistema rolling release que não vá te dar muitas dores de cabeça.

Já conhecia o Big Linux? O que acha da versão com Manjaro?

Até o próximo artigo pinguim!

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Sobre o autor
Olá pessoas, me chamo Carlos Augusto e desde meus 6 anos sou apaixonado por tecnologia, principalmente por computação. Além de tentar ser um projeto de redator, no tempo livre gosto de fazer algumas manutenções e gambiarras!
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