Editorial

TIDAL do ponto de vista de um fã do Spotify

Após cerca de 3 anos utilizando o Spotify para ouvir música, decidi testar o TIDAL e relatar as minhas impressões sobre a plataforma em comparação ao Spotify.

Como o TIDAL Surgiu

O TIDAL foi criado em 2014 pela empresa sueca Aspiro com a premissa de oferecer um nível superior de qualidade de som. Em 2015 o serviço foi comprado pela empresa americana Project Panther Ltd., de propriedade do famoso rapper JAY-Z.

Ao longo dos anos a plataforma foi responsável pelo lançamento exclusivo de álbuns e músicas de alguns dos artistas mais famosos do mundo, como: Madonna, Beyoncé, Rihanna, entre outros.

Em 2021, 80% das ações do TIDAL foram compradas pela empresa japonesa Square (comandada por Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter), enquanto os 20% restantes continuam sendo de propriedade do JAY-Z.

Segundo uma matéria da headphonesty, o TIDAL ainda é a plataforma de streaming de músicas que mais paga os seus artistas, com cerca de US$ 0,013 por reprodução.

Por que testar o TIDAL?

Dentre todas as plataformas de streaming de música, o TIDAL sempre despertou a minha curiosidade. Porém, há três anos, quando optei pelo Spotify, o TIDAL era muito caro e era inviável pagar pelo serviço em tempo integral.

Na maioria dos aspectos, o TIDAL é bastante semelhante ao Spotify, sendo que o seu principal diferencial é oferecer streaming de músicas em qualidade lossless (sem perdas). Isso significa que as músicas do TIDAL não são codificadas em formatos que reduzem a qualidade do áudio ao cortar certas frequências do som, em prol do tamanho dos arquivos.

Quando o custo se aliou ao benefício

Com o passar do tempo, o preço do Spotify subiu diversas vezes, chegando ao ponto em que todos os planos do serviço são mais caros do que os do TIDAL HiFi*.

*O termo “HiFi” é uma abreviação de “High Fidelity” ou alta fidelidade em tradução direta. Os planos do TIDAL levam esse nome por oferecerem músicas com qualidade de CD, superior aos tradicionais arquivos “.mp3” ou “.aac”. Os planos “HiFi Plus” do TIDAL, oferecem qualidade de estúdio, superior a dos planos “HiFi”.

PLANOSSPOTIFYTIDAL
Plano Premium (uma pessoa)R$19,90R$16,90
Plano Família (seis pessoas)R$34,90R$25,35
Plano Duo (duas pessoas)R$24,90*NÃO EXISTE*
Plano HiFi Plus (uma pessoa)*NÃO EXISTE*R$33,80
Plano HiFi Plus Família (seis pessoas)*NÃO EXISTE*R$50,70

Com base na tabela acima, podemos observar que o TIDAL é mais barato em todos os planos HiFi, como eu utilizo o plano família, minha economia é de R$ 9,55 por mês.

Catálogo e compatibilidade

Se tratando dos benefícios, o site oficial do Spotify afirma que o serviço oferece até 82 milhões de músicas, enquanto o TIDAL alega possuir 90 milhões de faixas. Ambos podem ser utilizados em todas as principais plataformas (Android, iOS, Windows e Linux), além de alguns modelos de TVs.

Todos esses fatores aliados à qualidade de áudio supostamente superior do TIDAL me fizeram, finalmente, dar uma chance ao serviço.

O som do TIDAL é, realmente, superior?

O TIDAL, certamente, oferece uma qualidade de áudio tecnicamente melhor do que a do Spotify. Porém, o quão perceptível essa diferença realmente é?

Dados técnicos sobre a qualidade do Spotify e do TIDAL

Primeiramente, vamos falar de números. Quando você utiliza o Spotify na qualidade mais alta disponível está ouvindo arquivos codificados no formato AAC (Lossy/Com perdas) a uma taxa de 320kbps.

Os planos HiFi do TIDAL rodam arquivos codificados no formato FLAC (Lossless/Sem perdas) a uma taxa de 1411kbps. O TIDAL também possui os planos chamados “HiFi Plus”, onde as músicas chegam a 9000kbps e contam com tecnologias como a Dolby Atmos e a Sony 360 Reality Audio. O Spotify não possui serviço semelhante.

Tenha o equipamento certo

A qualidade de som do Spotify não é, nem de longe, ruim. Na verdade, o áudio que você encontra no Spotify está muito acima ao que muitos fones e headsets genéricos conseguem reproduzir. Por isso, tenha em mente que é necessário um fone, no mínimo, “decente” para que talvez você possa ouvir alguma diferença ao testar o TIDAL.

Eu realizei os meus testes utilizando o headphone Edifier W800BT Plus, o qual já analisamos aqui no blog. Quanto melhor for o seu equipamento, maiores serão as chances de você perceber diferenças entre o Spotify e o TIDAL.

Treine a sua audição

Em alguns casos, mesmo utilizando dispositivos de alta qualidade, algumas pessoas podem não notar diferença entre o TIDAL e o Spotify ou entre um arquivo FLAC e um MP3. Isso acontece, primeiramente, porque nem sempre há uma diferença audível. Mesmo quando essa diferença existe, ouvir os detalhes mais sutis de uma música é uma habilidade que precisa ser aprendida.

Algumas pessoas conseguem perceber muito mais diferenças do que outras, em um número muito maior de músicas. Ao que tudo indica, o resultado é um misto da qualidade do dispositivo de reprodução e do quão aguçada é a audição do ouvinte.

O que eu realmente ouvi

A qualidade superior dos arquivos de áudio reproduzidos no TIDAL nem sempre resultou em uma diferença real na minha experiência ouvindo música. Para mim, a maioria das músicas soam exatamente da mesma forma do que no Spotify.

Todavia, existem alguns casos nos quais eu percebi uma diferença clara entre os serviços. Um exemplo é a música “I Always Knew” do “The Vaccines” ou as músicas do álbum “Omega” do “Epica”, gravadas em conjunto com uma orquestra.

Possivelmente, eu teria percebido uma diferença maior e mais frequente se tivesse a minha disposição equipamentos de áudio melhores ou se tivesse ouvidos “mais treinados”. Porém, com o que tenho disponível, a qualidade superior é clara, apenas, em uma pequena parte da minha biblioteca.

As funcionalidades dos apps

A única funcionalidade do Spotify que eu sinto falta no TIDAL é a possibilidade de rodar arquivos de música locais. Por mais completos que os serviços de streaming sejam, sempre existem aquelas músicas que não estão presentes na plataforma ou não estão disponíveis em um determinado país.

A possibilidade de reproduzir arquivos locais no próprio software do Spotify é muito importante, pois não torna necessário o uso de outro player para rodar essas músicas que estão indisponíveis na plataforma.

O TIDAL também não permite a criação de “pastas dentro de pastas” para organizar as suas playlists. Você pode criar uma pasta e adicionar apenas playlists dentro dela.

No que diz respeito a funcionalidades dos apps, o Spotify é, certamente, superior.

O layout do TIDAL é intuitivo?

Eu não sei se alguém copiou alguém, mas o aspecto visual e organizacional dos apps do Spotify e do TIDAL são bastante semelhantes. Substitua o verde do Spotify por um azul-claro, altere alguns ícones e você terá algo bem próximo ao app do TIDAL.

spotify
Spotify no Fedora Workstation 36.

O TIDAL mantém o visual nos apps de Windows, macOS, Linux e no seu web player.

tidal
TIDAL no Fedora Workstation 36.

Essa semelhança acabou sendo um ponto positivo, já que não tive nenhuma dificuldade em me acostumar com a interface dos apps do TIDAL.

O suporte do TIDAL para Linux

No momento em que este artigo está sendo escrito o TIDAL ainda não possui um app oficial para Linux. Todavia, existe uma aplicação não oficial que está disponível em flatpak e oferece todas as funcionalidades que um usuário da plataforma poderia querer.

Além disso, o web player do TIDAL funciona muito bem e pode ser utilizado como um web app sem maiores problemas.

O TIDAL oferece aplicações oficiais para Android, iOS, Windows e macOS.

Valeu a pena mudar para o TIDAL?

O TIDAL é mais barato, oferece um catálogo um pouco maior e uma qualidade de áudio teoricamente superior. Se por um lado eu não posso ouvir arquivos locais no TIDAL, por outro, a plataforma disponibiliza álbuns que eu não encontro no Spotify. 

O efeito placebo

O efeito placebo é uma cilada em que muitas pessoas caem ao comparar áudios “lossy” com “lossless”. A melhor forma para “tirar a prova” de que você realmente ouve uma diferença e não está sendo enganado pelo seu próprio cérebro é realizar um teste cego entre as plataformas.

No meu caso, a migração para o TIDAL ocorreu porque ele entrega tudo o que eu preciso por um valor mais baixo do que o Spotify. Então, mesmo que a melhor qualidade do áudio seja pequena ou, em muitos casos, imperceptível, eu não estou pagando nem um centavo a mais por ela.

Teste você também!

Se você tem curiosidade em testar o TIDAL, o serviço pode ser utilizado de graça por até 30 dias em todos os seus planos.

Você já testou o TIDAL? Quais foram as suas impressões sobre o serviço em comparação ao Spotify? Comente abaixo qual é o seu serviço de streaming de músicas favorito e o porquê da sua escolha.

Isso é tudo pessoal! 😉

Diolinux Ofertas - Aproveite os melhores descontos em diversos produtos!