Editorialreviews

Review: 10 dias com o surpreendente mouse gamer Machenike M720

Quando recebi o convite para fazer um review do mouse gamer Machenike M720, fiquei bastante empolgado, porque fazia algum tempo que queria experimentar um mouse gamer sem fio e este modelo tinha ótimas características.

Muito além da questão estética, o mouse precisa ser cuidadosamente escolhido para que o usuário tenha conforto e ergonomia. Por isso, este review do mouse Machenike M720 será baseada mais na minha experiência usando ele por 10 dias do que em extensos testes técnicos.

Características que impactam na escolha do mouse

Por muito tempo eu não sabia que os diferentes formatos do mouse (shape) poderiam influenciar tanto na ergonomia. Acostumado a utilizar aqueles modelos padrão para escritório, eu pensava que o formato não passava de uma questão de design. Mas, pesquisando para poder adquirir um mouse novo, entendi que para escolher o melhor mouse para suas necessidades, é preciso entender alguns aspectos da sua própria fisiologia, como qual é a sua pegada.

Em resumo, a pegada é a forma como seguramos o mouse. Existem três tipos mais comuns e, ao identificar a sua, será possível optar pelo formato de mouse mais adequado.

Palm Grip: É aquela em que você apoia a mão completamente sobre o mouse, deixando a palma da mão cobrir o acessório, com o dedão apoiado em uma das laterais e o mindinho sobre a outra. Esta é uma das pegadas mais comuns. 

Claw Grip: Essa pegada é aquela em que as pontas dos dedos ficam encostadas nos botões do mouse como garras. Essa posição permite movimentar melhor o punho e é mais fácil para dar cliques que a pegada Palm, mas é mais desgastante para o pulso. Por isso, mouses pensados para essa pegada costumam ter a parte traseira mais alta, para acomodar melhor a mão.

Fingertip Grip: Nesta pegada, praticamente apenas as pontas dos dedos encostam no mouse, quase o completo oposto da Palm. A posição faz com que você consiga mexer o mouse e o pulso com mais rapidez e facilidade. Funciona muito bem com mouses leves, mas pode não ser tão precisa quanto as outras pegadas.

Machenike e seu surpreendente M720

Fundada em 2014, a Machenike conta um mix bastante interessante, com laptops gamer e uma linha de periféricos (mouses e teclados) com foco em produtos high-end. O Machenike M720, que também pode ser encontrado com o nome de M7 Elite, é o mais avançado de sua linha, contando com características técnicas bastante sólidas.

  • Faixa de operação: 2.4Ghz Wireless
  • Switches: Kailh
  • Sensor: Pixart PMW 3335
  • Peso: 125g
  • DPI: 16000
  • Número de botões: 7
  • Acionadores: Ótico-eletrônico
  • Tipo de bateria: 1000 mAh recarregável
  • Modelo: M720 (M7 Elite)
  • Mão de operação: Direita
  • Conexão: USB tipo C (destacável)

Construção externa

O mouse pesa 125 gramas sem o cabo USB e possui uma carcaça externa em plástico de boa qualidade com alguns detalhes em borracha para melhor manuseio. O rolamento possui revestimento em borracha texturizada, que torna seu uso bem preciso e confortável.

0087 001 mouse machenike m720
Design robusto e componentes de qualidade

Switches e sensores

Os botões utilizam sensores ótico-mecânicos e possuem um acionamento firme, graças aos switches Kailh. Não notei nenhum atraso ou clique duplo, sendo muito precisos tanto em tarefas cotidianas como edição de imagens, quanto em jogos FPS como Battlefield Wildlands. O sensor da Pixart 3335 (16000 DPI e 8 resoluções pré-definidas) faz muito bem o seu trabalho e, apesar de recomendar fortemente o uso de um mousepad, consegui utilizar o mouse satisfatoriamente mesmo diretamente sobre o tampo da mesa.

Leds e customização

Os leds no topo possuem cores customizáveis, que indicam qual a faixa de DPI em uso, enquanto os leds frontais e na parte inferior podem ser programados em diversos padrões através do software de configuração do produto. Além disso, existe um indicador luminoso de carregamento da bateria na parte superior do mouse.

O software de controle é bastante completo e conta com uma interface intuitiva que permite criar perfis customizados de praticamente todas as características disponíveis no mouse Machenike M720, possibilitando criar combinações específicas de iluminação, DPI, tempos de resposta e macros.

Software de configuração Machenike para Windows
Software de configuração Machenike para Windows

Autonomia e conectividade

Na parte inferior do produto existem dois switches físicos: um para alternar a taxa de atualização ou “polling rate” (125Hz, 500Hz e 1000Hz) e outro para os três modos de operação: 2.4GHz normal, 2.4GHz econômico e com fio (que desliga o receptor wireless). O fabricante indica que a bateria pode durar até 10 dias em uso normal, passei 5 dias completos sem conectar o cabo USB e não tive nenhum indício de falha no mouse.

Diagrama dos controles na parte inferior do mouse
Diagrama dos controles na parte inferior do mouse

Seu chassi mais alto na parte traseira me parece mais adequado aos usuários com pegada fingertip: suas dimensões contam com 71 mm de largura, 127 mm de comprimento e 41 mm de altura (na parte traseira) e indicam um projeto bem robusto. Por fim, a caixa é bastante simples, mas acomoda o produto com segurança, além de um cabo USB tipo C, um dongle USB, o manual de instruções e uma tag de inspeção de qualidade.

Dimensões do mouse Machenike M720
Dimensões do mouse Machenike M720

O que conclui durante o review do mouse Machenike M720

Pontos positivos

Começando pelas características que mais me agradaram, eu gostei muito da aparência do M720, que consegue entregar um design elegante mesmo com a presença dos leds RGB, gerando uma experiência visual bastante agradável. Os botões são firmes e não tive nenhum caso de acionamento acidental, mesmo tendo o mau hábito de deixar os dedos descansando sobre os botões.

Passo boa parte do dia utilizando programas de design como Gimp e Inkscape em tarefas que demandam precisão como retoque digital e o M720 se saiu muito bem em todas as situações. Joguei Battlefield Wildlands (FPS) e No Man’s Sky (simulador/aventura) por algumas horas e o mouse entregou uma experiência ótima tanto no modo wireless quanto no cabeado.

Sendo um mouse focado em utilização sem fio, algo que chamou minha atenção foi o recurso para desativar os leds RGB inferiores e mantendo apenas os indicadores de DPI ativos (modo 2.4GHz econômico) permitindo estender consideravelmente a duração da bateria. Outro detalhe interessante é que mesmo no modo wireless, consegui utilizar o mouse na BIOS do meu computador (Asus Prime B450 Gaming-BR). O mouse foi detectado automaticamente nas distros Debian SID, Zorin OS 16 Pro, Archcraft, Endeavour OS e no Windows 10/11.

Pontos negativos

Alguns fatores que não me agradaram é que o mouse não possui ajuste de peso e seus 125 gramas associados ao tamanho relativamente grande, geraram um pouco de desconforto nos primeiros dias de uso. Como possuo uma pegada do tipo “claw”, a traseira alta do M720 gerou um pouco de tensão no antebraço e ombro, que consegui equilibrar mudando um pouco minha postura de uso. O encaixe do cabo USB-C também foi complicado algumas vezes, demandando mais de uma tentativa para ele ficar corretamente conectado. Ainda falando sobre o cabo, ele poderia ser um pouco mais flexível para facilitar o uso do mouse enquanto está conectado.

Apesar do site do fabricante destacar como ponto positivo seu uso em dois equipamentos em simultâneo, não consegui utilizar esse recurso de forma produtiva. Ao conectar o mouse com cabo USB no desktop e o dongle no notebook, por diversas vezes ambos ficaram sem resposta, somente voltando ao normal após reconectar o aparelho. 

Por fim, o painel de controle não possui suporte para Linux, o que limita muito as opções de customização do M720 neste ambiente. Fiz diversas tentativas com softwares como o Lutris, Bottles e PlayOnLinux e não consegui que o mouse fosse detectado em nenhuma ocasião.

Considerações finais

Eu nunca havia utilizado um mouse sem fio gamer por tanto tempo e fiquei bastante contente com o conjunto que o Machenike M720 entrega. Seu tamanho robusto o torna mais adequado para o uso “em locais fixos”, porém, a grande autonomia de sua bateria pode se mostrar conveniente para quem precisa de portabilidade.

Seu desempenho nas atividades de desenho e retoque digital foi excelente, enquanto a ausência de fios proporcionou uma experiência totalmente nova para mim. Podendo ser encontrado na faixa de preço dos R$200, é um produto que entrega um conjunto sólido de recursos que conseguiu me surpreender positivamente.

Sem dúvida é um produto que eu indicaria pela qualidade do conjunto e pelo ótimo custo-benefício.

Diolinux Ofertas - Aproveite os melhores descontos em diversos produtos!
174 postagens

Sobre o autor
Entusiasta de tecnologia que sempre gostou de desmontar tudo, o que me levou ao interesse por software livre e todas as possibilidades que ele oferece. Sou Editor-chefe no blog Diolinux e também trabalho consultor de SEO, gestor de tráfego e otimização de presença digital. Mastodon
Artigos
Postagens relacionadas
VídeoEditorial

Por que a Geração Z tem dificuldades com computadores?

VídeoEditorial

Usar Linux é difícil?

VídeoEditorial

O que falta para o Wayland dominar o mundo Linux?