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Rhino Linux – Um Ubuntu rolling release

O Ubuntu é sistema muito popular, ele faz parte da evolução do Linux como sistema operacional, é provavelmente o mais popular entre os servidores e por muitos anos, foi o bastião do Linux no Desktop. Entretanto, uma coisa que o Ubuntu nunca foi, é um sistema rolling release, o que fez muita gente que buscava maior velocidade nas atualizações, migrar para outros sistemas, como o Arch Linux. Hoje você conhecerá o Rhino Linux, que, em poucas palavras, é o Ubuntu Rolling Release, ideal para você que gosta de agilidade nas atualizações.

Conheça o Rhino Linux

Rhino Linux é um sistema operacional não afiliado diretamente ao Ubuntu ou à Canonical, que implementa um Ubuntu Rolling Release, no momento ele continua em beta, com alguns bugs, mas já dá para gente ter uma ideia de como ficará.

O instalador do sistema é o Calamares, que talvez você já conheça de outros sistemas. Chegando ao desktop, o Rhino Linux usa ambiente XFCE por padrão, nada fora do comum entre as suas aplicações, mas com uma customização visual sensível, especialmente se você comparar com o Xubuntu. O ambiente é minimalista, com poucos aplicativos, e tem sua interface tem um tom roxo, com vários papéis de parede próprios.

No primeiro boot você será recebido por uma tela de Boas-vindas, onde é possível escolher o modo claro e escuro para o sistema e se quer ativar o suporte para snaps, flatpaks e appimages. Após configurar tudo, mais um reboot e você está pronto para usar o sistema para valer.

A barra de tarefas do XFCE fica na parte inferior da tela no Rhino Linux, a distro usa o tema de ícones Yauru e vem com as variações de cores desse mesmo tema, assim você pode customizar como achar melhor.

Enquanto o ambiente gráfico, apesar de visualmente customizado, não ter nada muito diferente de um XFCE tradicional, as coisas começam a ficar diferentes quando começamos a olhar por baixo dos panos. O Ubuntu segue uma linha de produção semestral, ou seja, a cada 6 meses uma nova versão é lançada, geralmente em abril e em outubro. A cada dois anos, geralmente em Abril, temos uma versão de maior tempo de suporte do Ubuntu, as chamadas edições LTS.

O que é um sistema rolling release?

Um sistema rolling release, como o Arch Linux, não tem versões fixas de lançamento, simplesmente você baixa uma imagem do sistema, instala, e ele vai continuamente recebendo atualizações e melhorias. Porém, muita gente confunde o fato do lançamento ser contínuo, com os softwares estarem sempre nas últimas versões, rolling release simplesmente quer dizer que não existem lançamentos fixos, não significa que os softwares sejam completamente bleeding edge.

O Debian Testing é tecnicamente uma rolling release, mas não usa os últimos pacotes de tudo. Se o Rhino Linux se baseia no Ubuntu, como eles conseguiram fazer um Ubuntu rolling release, quando o próprio Ubuntu não tem essa opção? E mais do que isso, como eles conseguiram fazer uma rolling release que também é bleeding edge?

Como conseguiram fazer um Ubuntu Rolling Release?

A resposta é o Canal Devel do Ubuntu. Devel é o nome dos repositórios bleeding edge do Ubuntu, que como o nome sugere, são voltados para os desenvolvedores da Canonical, é a versão em desenvolvimento, com pacotes constantemente atualizados. A cada 6 meses ou menos, a Canonical faz uma captura desses pacotes e corrige erros para lançar uma versão pública do sistema.

O que o pessoal do Rhino Linux fez, foi justamente apontar os repositórios do sistema para o modo devel, ao invés de usar os repositórios das versões consideradas estáveis. Como é de se imaginar, esse é um campo minado para navegar, já que a própria Canonical não se preocupa em garantir que esses pacotes não tenham problemas, é um repositório para desenvolvimento e teste, tornando o trabalho de curadoria no entorno do Rhino Linux muito importante.

Para começo de conversa, apesar de ser possível usar o apt para instalar pacotes, o pessoal do Rhino Linux escreveu um gestor de pacotes usando Bash, que deve ser usado preferencialmente para instalar e remover programas, além de atualizar o sistema. Aliás, não existe uma loja de aplicativos no Rhino Linux por enquanto, tudo deve ser feito via terminal.

O rhino-pkg é um software responsável por essas tarefas, então você pode usar rhino-pkg update para atualizar os repositórios, rhino-pkg install ou remove, para instalar ou remover, tudo de forma bem similar ao APT.

Um dos pontos mais fortes do rhino-pkg é que ele consegue gerenciar pacotes de formatos e fontes diferentes, ao tentar instalar um app qualquer, o rhino-pkg vai permitir que você instale pacotes dos repositórios do Ubuntu, do Flathub, Snap se estiver habilitado, e do Pacstall.

Pacstall é basicamente o AUR do Ubuntu, um repositório de pacotes compilados para o sistema, semelhante ao que se tem o Arch Linux, mas consideravelmente mais humilde em tamanho e popularidade. Ele pode ser instalado em qualquer Ubuntu, mas no Rhino Linux, já vem ativado por padrão, adicionando um pouco de tempero ao sistema.

Ainda falando no terminal, o Rhino Linux também vem com o Nala como interface para o APT, que dá um visual mais moderno e amigável à linha de comando.

Voltando ao Rhino Linux, como distro rolling release e bleeding edge, ele tem todos os pacotes sempre nas últimas versões disponíveis, assim que sai uma coisa nova, já fica disponível via atualização. Outra particularidade do Rhino Linux, é a inclusão do uLauncher por padrão, um app launcher open source, no estilo spotlight do macOS, que permite que você abra aplicativos, pesquise por arquivos e pesquise na internet diretamente do desktop, algo que aumenta a versatilidade do XFCE, que é um ambiente mais simples.

O Rhino Linux ainda é um projeto Beta, então além dos bugs e de algumas coisas ainda não funcionarem 100%, a estabilidade dele ainda é uma incógnita. De toda forma, sistemas rolling release, mesmo os com mais tempo de estrada, nunca podem ser considerados totalmente estáveis, essa não é natureza do desenvolvimento de software.

Mas existe um meio-termo, ou um termo aceitável, onde você pode ter pacotes recentes, sem o sistema explodir na sua cara com um simples update, ou se acontecer, que seja com menos frequência. Ainda é cedo para dizer se o Rhino Linux será confiável para usar no seu desktop. 

Sem dúvida é um sistema que, ainda que baseado no Ubuntu, é voltado para usuários avançados e que sabem o que estão fazendo. Atualmente o sistema é disponibilizado com XFCE, mas você pode instalar o que você achar melhor nele, com certeza, especialmente se você estiver disposto a se debruçar sobre a linha de comando. A propósito, o Rhino Linux também está disponível para raspberry Pi e para o PinePhone.

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