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Distros Linux em 2025: entre evoluções e expectativas

O ecossistema Linux nunca dorme, e 2025 promete trazer uma série de atualizações que vão desde mudanças cosméticas até alterações profundas na forma como interagimos com nossos sistemas. Algumas dessas novidades empolgam, outras deixam a desejar, e há aquelas que simplesmente nos fazem coçar a cabeça e perguntar: “Mas por quê?”

Ubuntu 25.04: a versão que não quer ser revolucionária

O mais recente lançamento do Ubuntu assume o papel de ponte entre versões LTS, servindo como campo de testes para novas tecnologias antes da próxima grande atualização estável. Entre as mudanças, destaca-se a substituição do venerável Evince pelo Papers como visualizador de PDF padrão. A mudança, embora justificada pela modernização para GTK4, dificilmente será percebida pelo usuário comum.

No front do hardware, o Ubuntu 25.04 traz suporte experimental para NPUs da AMD, uma daquelas funcionalidades que soam impressionantes no papel mas que, na prática, ainda não encontraram seu público cativo. Já as esperadas otimizações O3, que prometiam turbinar o desempenho do sistema, acabaram sendo parcialmente abandonadas após testes revelarem que, em certos cenários, o tiro saía pela culatra – servidores especialmente sofriam com consumo excessivo de recursos. A solução? Aplicar as otimizações apenas onde faz sentido, numa demonstração clara de que nem tudo que reluz é ouro no mundo das compilações.

Fedora 42 com instalador mais fácil

O Fedora sempre foi como aquele restaurante com comida excelente mas atendimento confuso. Seu instalador, o Anaconda, era tão contra-intuitivo que parecia ter sido projetado para testar a paciência dos usuários. A versão 42 promete acabar com esse sofrimento através do Anaconda WebUI, uma reconstrução completa que coloca os botões onde deveriam estar desde o início (sim, inferior direito, não escondido no canto superior esquerdo como se fosse um easter egg).

A mudança para tecnologias web, incluindo o uso do Firefox como base, pode parecer estranha à primeira vista, mas resulta numa experiência mais fluida e previsível. Claro, os puristas ainda poderão fazer partições manuais e configurações avançadas, embora haja certos downgrades nessa área. Junte-se a isso o GNOME 46 e temos uma atualização que, sem reinventar a roda, pelo menos a deixa mais redonda.

Debian 13: a eterna promessa dos drivers atualizados

Marcado para chegar entre junho e agosto de 2025, o Debian 13 representa o dilema clássico entre estabilidade e modernidade. De um lado, temos a surpreendente adoção do GNOME 48 como ambiente padrão – um raro momento de ousadia para uma distro conhecida por seu conservadorismo. De outro, persiste o drama dos drivers NVIDIA, que possivelmente continuarão na versão 535, deixando usuários de hardware mais recente na mão.

É aquele paradoxo debianiano: por um lado, você tem um sistema tão estável que poderia administrar uma usina nuclear; por outro, fica torcendo para os mantenedores atualizarem os pacotes críticos. Para quem precisa de confiabilidade acima de tudo, continua sendo a escolha certa. Para os demais, bem, sempre resta a opção de compilar os drivers manualmente.

openSUSE Leap: um exercício de paciência

O openSUSE Leap é preciso e confiável, mas pode ser incrivelmente lento. Seu instalador atual, baseado no YaST, é tão eficiente quanto um caixa único num supermercado em dia de promoção. A promessa para 2025 é o Agama, um novo instalador que deveria trazer não só uma interface mais limpa mas também – finalmente! – downloads paralelos de pacotes.

Para quem já experimentou instalar o openSUSE, sabe que a experiência é menos “next, next, finish” e mais “vamos fazer um café enquanto espera”. Se o Agama conseguir resolver essa questão básica de desempenho, já será um avanço e tanto. Afinal, não é eficiente ter uma das distribuições mais robustas para ambientes corporativos se leva uma eternidade para colocá-la em funcionamento.

Qual será a estrela de 2025?

Enquanto o Ubuntu segue seu caminho de refinamentos incrementais, o Fedora acerta onde mais doía, o Debian continua sua marcha lenta porém segura, e o openSUSE tenta sair da era dial-up da instalação, fica claro que 2025 não será o ano de uma grande revolução no mundo Linux. Será, sim, um ano de ajustes, polimentos e – quem sabe – da correção de algumas das arestas que ainda tornam a experiência menos perfeita do que poderia ser.

No final, todas essas distros continuam cumprindo seus propósitos. E se nenhuma delas acender seu entusiasmo, sempre resta a opção de acompanhar as distros menores – porque no mundo Linux, a próxima grande surpresa pode estar onde menos se espera.

Este conteúdo é um corte do Diocast! Assista na íntegra ao episódio onde debatemos alguns dos lançamentos mais aguardados para 2025 e quais distros Linux têm potencial para bombar!

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