Nisto, o Windows é melhor
O sistema da Microsoft tem algumas pérolas escondidas, e hoje exploraremos algumas delas! Apesar de amarmos o Linux e utilizarmos em nosso dia a dia, todo sistema operacional tem seus pontos fortes e fracos, cada qual tem seu espaço de uso, saindo melhor em atividades diferentes.
Para ser um usuário avançado de computador, ou um profissional de tecnologia, é preciso manter contato com diversos sistemas operacionais e tirar o que eles têm de melhor, afinal, são ferramentas essenciais.
Hoje falaremos sobre algumas ferramentas e características do sistema da Microsoft que mais gostamos, e das opções equivalentes que temos para Linux, ou quase isso. Com certeza, o melhor recurso do Windows não é, na verdade, no sistema em si, mas o mercado no seu entorno.
A biblioteca de programas para Windows no desktop é maior do que para qualquer outro sistema operacional, e isso é algo super positivo, sobretudo no meio desktop. Porém, hoje não queremos falar sobre a grande biblioteca de softwares para Windows, contudo de recursos nativos do Windows que gostamos muito.
Gerenciamento do computador
Este é um software antigo, a Microsoft tem levado algumas funções que estão presentes aqui para outros locais do sistema. Ele tem um visual mais antiquado, mas para qualquer usuário avançado, é mais do que suficiente.
O “Gerenciamento do computador” é um agrupamento de outras ferramentas que você pode abrir individualmente se quiser, e aqui tem algumas muito interessantes, como, por exemplo, o agendador de tarefas do Windows.
Imagine que você quer que algo no seu computador aconteça de forma automatizada e repetidamente, pode ser até a abertura de algum software, uma mensagem de notificação, um script. Isso é muito mais comum de se usar no Windows Server, mas pode ter usos práticos no desktop, o que chama atenção é a intuitividade que esse programa tem, apesar da sua natureza meio complexa.
O equivalente a isso no Linux seria o CRONTAB, que tem basicamente as mesmas funcionalidades do agendador de tarefas, mas é trabalhado geralmente através na linha de comando. Sua sintaxe, ainda que faça sentido, não é muito intuitiva, tanto que existem inúmeros geradores de crontab na internet, sites que meio que “traduzem” a informação que você quer colocar. Existem softwares que podem ser instalados em um servidor Linux, ou um Linux de desktop, que podem ajudar com isso, como o Crontab-UI.
Gestor de dispositivos
Mais ua ferramenta diferenciada, o “gestor de dispositivos” não só permite que você veja todo o hardware conectado no seu computador, como permite que manipule seus drivers de forma gráfica.
A existência dessa ferramenta está muito mais ligada às necessidades do próprio Windows e a forma com que ele funciona. Por muito tempo na história da computação de desktop, toda vez que você colocava um hardware novo no seu computador, era necessário instalar um driver, mesmo que fosse para o funcionamento básico, hoje é bem diferente.
Você ainda pode colocar um mouse novo no seu PC e precisar instalar algum software para configurar detalhes, como o DPI ou algum macro, mas antes, talvez o seu mouse não funcionasse sem instalar um driver.
Dá para entender o quanto essa ferramenta do Windows já foi útil, e ainda que hoje essa necessidade de instalar drivers manualmente tenha diminuído, o gestor de dispositivos é especialmente útil para diagnosticar problemas com algum dispositivo.
Nas distros Linux a gente não tem nada muito próximo disso, em parte porque a natureza de funcionamento dos drivers com o Kernel Linux é um pouco diferente. A ideia é que o Kernel tenha todos os drivers que você precisará para absolutamente tudo, desse jeito, qualquer coisa que você plugar, já deve estar pronta para ser usada.
O Kernel Linux também suporta módulos, basicamente drivers externos acoplados, isso é o mais próximo possível de instalar um driver como no Windows. São poucos componentes que precisam disso no Linux, alguns drives de Wi-Fi talvez, mas principalmente os da NVIDIA, e as distros Linux costumam cuidar disso de formas diferentes, com interfaces diferentes.
Ainda assim, o gerenciador de dispositivos do Windows não só tem uma interface razoavelmente amigável para essa tarefa, que permite coletar muitas informações sobre o hardware do nosso computador, além de dar para a gente realizar algumas funções avançadas com poucos cliques, como poder ver a versão dos drivers e detalhes sobre eles, ver eventos relacionados ao driver, assim como permitir a remoção de drivers ou a desabilitação deles temporariamente.
Um software legal para Linux é o HardInfo, ele tem um visual que até lembra um pouco o gestor de dispositivos do Windows, sem nenhuma dessas funções de manipulação de drivers, mas é ótimo para coletar informações sobre o hardware do seu computador.
Gerenciador de Tarefas do Windows
O Gerenciador de Tarefas do Windows é um dos programas mais legais para essa finalidade que a gente tem na computação, porque ele simplesmente agrupa muita coisa útil com boas funcionalidades, num lugar só.
A gente pode começar pelos serviços, processos do sistema que podem estar rodando ou em execução, algo facilmente perceptível pela coluna de status. Por aqui, você pode parar ou iniciar processos, reiniciar eles, ver detalhes, que, aliás, é uma sessão à parte no próprio Gerenciador de Tarefas, além de pesquisar online pelo termo, algo muito útil.
Todo sistema operacional tem processos, o Linux também tem, mas as interfaces mais comuns das distros não costumam ter a opção para fazer a gestão dessas coisas de forma gráfica, geralmente você trabalha com o initsystem para isso, que nesse caso é o systemd e o comando systemctl.
Para ser justo, existem distros que trazem utilitários de todos os tipos, é possível que você encontre sistemas com ferramentas gráficas e alternativas para lidar com tudo isso. Um ótimo exemplo é o openSUSE, ou o Regata OS, distro brasileira, que com o Yast permite que a gente gerencie processos e serviços com um visual amigável.
O Yast dá acesso a muitas configurações avançadas de um sistema Linux por meio de uma interface gráfica amigável, é um software fantástico! Ele, no entanto, não é popular fora do mundo openSUSE, várias outras distros famosas não têm algo equivalente em seus sistemas.
Outro programa muito legal é o Stacer, um utilitário que você precisa instalar à parte, com uma sessão que permite gerenciar os serviços e processos do sistema de forma bem intuitiva, talvez até mais do que esse do Windows.
Não é como se não existissem softwares monitores do sistema para Linux, dependendo da interface eles têm visuais diferentes, inclusive, o monitor do GNOME, tem algo legal que o do Windows não tem, mostrar o uso de disco com gráficos em barra, demonstrando o espaço usado e espaço livre.
Voltando ao Windows, outra coisa legal que temos aqui é o uso de recursos por usuário do computador, algo que dá para ver no Linux também, mas não é tão bonitinho. Aplicativos de inicialização é outra ferramenta que está lá, apesar de não ser possível adicionar novos aplicativos a inicialização por aqui, mas é uma função legal.
No Linux tema diversas soluções para essa coisa de aplicativos que iniciam com o sistema, cada interface ou distro pode ter soluções diferentes, então é difícil de falar, tem algumas boas, outras nem tanto.
Outra coisa legal do Gerenciador de Tarefas é a aba de processos e de desempenho. É muito interessante a quantidade de informações que essas telas conseguem passar, desde o endereço de IP do computador, uso de disco, dos HDs, de SSDs, GPU e processador, entre vários outros detalhes que podem ser úteis. Um programa com visualização de recursos similar para o Linux é o Mission Center.
Por conta do nome Diolinux”, algumas pessoas acham que não gostamos Windows, o que definitivamente não é caso, a comunidade do Diolinux é uma celebração ao conhecimento e a tecnologia, não ideologia ou de um único sistema operacional. A vida é tão diversa e cheia de nuances, seria um desperdício se fechar a uma única coisa, se você faz parte dessa comunidade pinguim, conheça o fórum Diolinux Plus!