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Lingmo OS, o Linux feito na China que parece o macOS

Hoje a gente vai conferir um novo sistema operacional, nesse momento ainda em Beta, chamado Lingmo OS, um projeto chinês com alguns objetivos nobres, porém, comuns em vários outros sistemas operacionais.

Segundo a página do projeto, o Lingmo OS é um sistema que valoriza a eficiência e beleza da interface, baseado em Debian, e que rodaria bem em computadores de baixo desempenho. Dentre os seus potenciais que o site destaca:

  • Demanda de menos de 2GB de RAM para rodar;
  • Tem um novo ambiente de trabalho, que segundo eles não é tão pesado quanto o KDE;
  • A interface tem animações;
  • É um sistema adequado para trabalhar com desenvolvimento e trabalhos de escritório;
  • Possui uma comunidade para ajuda mútua.

Existem muitas distros Linux com mais ou menos as mesmas ideias e propostas, mas sem dúvida, uma interface nova chama alguma atenção. Que interface seria essa?

Apresentamos a Lingmo UI

A Lingmo UI é, na verdade, uma revitalização de um projeto chamado Cutefish, essa por sua vez é uma interface que copia vários elementos da interface do macOS e do iPadOS, mas também traz a sua própria abordagem para alguns elementos.

Visualmente é um sistema que parece muito moderno, ele usa vários elementos com tendências de designs atuais, transparências, cantos arredondados, e por aí vai, mas será que tem algo mais?

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 1

Para começo de conversa, o sistema em Beta ainda tem alguns bugs que inviabilizam um uso prático, por exemplo, tivemos que trocar a resolução via linha de comando.

No monitor do sistema, o mesmo do GNOME, podemos ver que o Lingmo OS não é um sistema super leve, não que seja pesado necessariamente, só não é mais leve do que o próprio GNOME e o KDE.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 2

A interface Cutefish ou Lingmo UI, que o sistema usa, tem muitos elementos em Qt, até mesmo o próprio KWIN, gestor de janelas do KDE, é utilizado juntamente com vários outros componentes do KDE. Ao mesmo tempo, o sistema usa diversas aplicações GNOME, além de algumas desenvolvidas para o próprio ambiente.

Por padrão, temos uma área de trabalho que lembra o macOS, com uma dock na parte inferior na tela, ícones arredondados, o papel de parede também usa cores semelhantes ao macOS, ele ainda tem uma barra na parte superior da tela. Essa barra pode exibir menus globais, assim como o macOS faz, ao menos em algumas aplicações, já que nem todas são compatíveis.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 3

Na parte direita dessa barra, temos uma central de controle que, apesar de ser acessada pelo ícone de som, dá acesso a wifi, dark mode, não perturbe, à ferramenta de screenshot, além do volume e um mini calendário, a propósito, esse computador não tem Wi-Fi, apesar da opção aparecer ali.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 4

O botão de desligar exibe as opções de energia em um layout similar, e por fim, um relógio que, ao ser clicado, mostra a central de notificações, um design que lembra a central de notificações do Deepin. É por aqui que ficam também os ícones de aplicativos na bandeja do sistema.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 5

Na dock, temos o terminal, uma aplicação nativa da interface, cheio de efeitos de desfoque, com suporte a abas, clicando com o botão direito temos algumas opções, mas é uma aplicação básica. Dependendo do seu uso, pode ser o suficiente.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 6

Depois, temos a central de controle do sistema, com um design que lembra o GNOME, o macOS e vários outros sistemas atualmente. Apesar das opções existirem, não tem como configurar muitas coisas, como a rede, por exemplo, apesar de wi-fi e bluetooth aparecem ali, o computador não tem nenhum desses recursos em hardware, mesmo que eles apareçam ativados.

Ao menos em nossos testes, a sessão de monitor não tem opções de resolução, nem nada, só de escala. A sessão de aparência é uma das mais completas, com opção para mudar de tema claro para escuro, accent colors, configuração de efeitos e animações, ainda que tenham poucas opções, configuração das fontes e por aí vai.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 7

A dock pode ser usada em qualquer lado da tela, compacta ou extensa, o que lembra o comportamento do Ubuntu atualmente. O restante não tem nada de mais, são opções comuns de qualquer sistema operacional, e a gente termina na página “sobre”, onde pomos ver que estamos usando a Lingmo UI 2.0, no Beta 3 do sistema, com Kernel 6.1. Se o terceiro Beta ainda tem tanto por fazer, parece que a versão final deve demorar um pouco.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 8

Voltando à dock, abrindo o menu, vemos que ele ocupa a tela inteira, apresentando um visual agradável, com desfoque e tudo mais, mas com várias limitações. Ele permite a reorganização dos ícones, mas não o agrupamento, e a gente pode observar os softwares que vem com o sistema.

O Chromium é o navegador padrão, temos um aplicativo para configurar impressoras, já que o painel de controle não tem essa função, depois, temos uma sessão para configurar os métodos de entrada para caracteres orientais, o que faz bastante sentido, dado a origem do sistema.

Curiosamente, o visualizador de fotos, é uma aplicação duplicada, um é o do GNOME, o outro, parece o do Deepin, mas pode ser da própria interface.

Lingmo OS, um Linux que parece o macOS, feito na China 9

O gerenciador de arquivos é próprio da interface e do Lingmo OS, ele tem um visual que mescla o gestor de arquivos do Deepin com um pouco de Nautilus também, sem muitas opções avançadas.

Não tem como acessar pastas em rede por ele, não tem como alterar as permissões dos arquivos, não tem como aumentar o tamanho dos ícones, só tem dois modos de visualização e não possui suporte a abas, recurso presente em praticamente todo gestor de arquivos do mundo Linux.

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Temos a suíte LibreOffice, usando um tema bem retrô, que faz parecer um software do início dos anos 2000. Ainda há o editor de textos do Lingmo OS, que abre em duas janelas, deve ser um bug. O design dele lembra um pouco o do próprio terminal, muito simples.

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A loja de aplicativos é a do GNOME, mas ela está cheia de problemas, faltando conteúdo, lenta, sem abrir alguns menus, uma péssima implementação. Temos uma ferramenta de screenshot nativa do sistema, parece funcionar normalmente. Software e updates não está abrindo, a ferramente de verificar por atualizações, que parece ser nativa do sistema está dando erro no momento.

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O sistema é tão simples que praticamente deu para gente ver tudo o que ele tem. Dito isso, tem algo nele que realmente seja único?

Vale a pena utilizar o Lingmo OS?

Dada a quantidade de problemas, mesmo considerando que ele é apenas um Beta, o sistema serve mais para quem quer conhecer algo “novo”. Ainda que tudo o que ele tem funcionasse como deveria, a experiência dele não seria muito diferente de usar um Ubuntu customizado, e você estaria usando um projeto muito mais sólido.

A experiência de uso do Cutefish ou do Lingmo OS não se diferencia muito do que se tem ou o que se poder ter com outros sistemas, talvez os desenvolvedores tenham grandes planos para ele, mas até então, não parece ter saído de um rascunho.

Já que estamos falando de um sistema operacional chinês, conheça o openKylin, o primeiro a ser totalmente desenvolvido no país (ou quase).

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