Quem está iniciando no mundo do Linux pode se surpreender com tantos novos termos para coisas diferentes, mas muitos deles são mais simples do que parece. Hoje entenderemos o que são Spins, flavors, remasters e também os refiseuquis. Além disso, demonstraremos a diferença entre distros baseadas e derivadas.
Spins ou flavors?
Fedora e Ubuntu são duas das distros mais populares e elas tem muitas variações oficiais, com interfaces gráficas diferentes ou foco em algum uso específico. Enquanto no Ubuntu essas variações são chamadas flavors, o Fedora as denomina Spins.
O termo flavor significa, em inglês, “sabor”. A ideia vem justamente do sabor de sorvetes. Tipicamente no mundo da informática, a versão padrão de algum software é denominado “vanilla”, ou “baunilha”, que seria o sorvete base para todos os outros, o que chamamos de sorvete de creme. O Ubuntu original seria o vanilla e seus derivados oficiais, as flavors.
As flavors oficiais do Ubuntu foram criadas de forma independente pela comunidade e após ganharem relevância e seguirem certas condições determinadas pela Canonical, empresa que desenvolve o Ubuntu, elas se tornam oficiais. Mesmo sendo um flavor oficial, segue sendo mantida por desenvolvedores independentes, com apoio da infraestrutura e do suporte da Canonical.
Enquanto isso, as spins do Fedora são desenvolvidas desde o início e mantidas oficialmente pela Red Hat, empresa responsável pelo sistema vanilla. Dessa maneira, as Spins são variações do Fedora ainda mais próximas ao original do que as flavors do Ubuntu.
Cada flavor tem seu próprio calendário de desenvolvimento e site independente, enquanto as spins são completamente atreladas ao Fedora original. Tanto que o DistroWatch considera cada flavor do Ubuntu como uma distro independente, enquanto as spins do Fedora, não.
Distros remasterizadas
Esse tipo de distro, nada mais é do que o projeto de algum desenvolvedor que pegou uma distribuição que gosta, fez algumas modificações superficiais, tipo alterar a interface gráfica, instalar alguns programas ou personalizar a aparência, empacotou numa imagem de instalação e distribuiu. Muitas das flavors do Ubuntu começaram como remasterizações e, no fundo, é isso que elas e as spins do Fedora são, mas com um nome oficial diferente.
Refisefuqui
Um termo utilizado apenas por falantes de português, criado pejorativamente em fóruns da internet, sendo um acrônimo para “remasterizações de finais de semana e fundos de quintal”. Refisefuqui são distros amadoras, derivadas de alguma outra, geralmente algum remaster criado por alguém que está aprendendo.
Não há nada de errado em criar sua própria distro amadora, desde que não a distribua dizendo ser algo novo ou revolucionário. É importante deixar claro a origem e o propósito do seu projeto antes de outras pessoas utilizarem.
Além disso, para tarefas do seu dia a dia, não é recomendável utilizar um sistema operacional amador, criado por pessoas desconhecidas, com intenções escusas, que não foi auditado por terceiros. Isso pode comprometer seriamente a segurança dos seus dados.
Distros derivadas ou baseadas
A distinção entre esses termos pode ser tênue, muitas pessoas utilizam como sinônimo, não há um consenso sobre essa diferença. O Ubuntu, por exemplo, podemos dizer que é derivado do Debian, ele utiliza o sistema como base, mas constrói muitas coisas a partir dele, seguindo um fluxo de desenvolvimento praticamente independente. Grande parte do Ubuntu não vem do Debian, são conteúdos originais feitos por seus desenvolvedores.
Por outro lado, o Linux Mint é baseado no Ubuntu, ele praticamente pega o sistema completo, altera a interface gráfica, substitui alguns pacotes mais superficiais e faz personalizações conforme o gosto dos seus criadores. Dessa forma, o Mint é mais parecido com o Ubuntu, do que o Ubuntu com o Debian.
Este conteúdo foi baseado no episódio do Diocast, onde conversamos sobre o que diferencia as distros Linux, incluindo particularidades de desenvolvimento e um pouco da história de algumas das principais delas. Assista na íntegra!
