TecnologiaVídeo

O Safari, navegador da Apple, só existe por causa do KDE!

Se você é daqueles que acha que a Apple sempre fez tudo sozinha, prepare-se para uma surpresa. O Safari, o navegador que hoje é o segundo mais usado no mundo, deve sua existência a um projeto de código aberto que começou em uma comunidade de entusiastas: o KDE. Sim, o mesmo KDE que muitos de nós usamos em nossos desktops Linux. E a história por trás disso é tão fascinante que até parece roteiro de filme. Então, vamos mergulhar nessa jornada que começa nos anos 90 e nos leva até os dias de hoje, onde o WebKit, filho do KHTML, ainda é um dos pilares da internet moderna.

KHTML e KJS: os pais do WebKit

Tudo começou em 1998, quando a equipe do KDE decidiu criar duas engines para o seu navegador, o Konqueror. Essas engines eram o KHTML (KDE HTML) e o KJS (KDE JavaScript). O Konqueror, que ainda existe hoje, foi um dos primeiros navegadores a oferecer uma experiência integrada com o ambiente de aplicativos do KDE, antes mesmo de existir o Plasma. Mas o que ninguém imaginava na época é que essas engines iriam muito além do mundo Linux.

O KHTML e o KJS foram desenvolvidos com foco em eficiência e aderência aos padrões da web. Isso significa que eles eram leves, rápidos e seguiam as regras do jogo à risca. E foi exatamente isso que chamou a atenção da Apple no início dos anos 2000.

Em 2001, o mundo dos navegadores era dominado pelo Internet Explorer, que detinha mais de 86% do mercado. O Netscape, seu principal concorrente, mal conseguia respirar. Até mesmo a Apple, que na época estava em uma fase de reestruturação, usava o Internet Explorer como navegador padrão em seus computadores. Mas, internamente, a empresa já trabalhava em um plano para mudar esse cenário.

Foi então que a Apple decidiu fazer um fork do KHTML e do KJS para criar seu próprio motor de renderização. A escolha pelo KHTML não foi por acaso: ele era compacto, eficiente e seguia os padrões da web. Além disso, o fato de ser open source permitiu que a Apple adaptasse o código às suas necessidades. Assim, nasceu o WebKit.

Curiosamente, durante o desenvolvimento do Safari, a Apple usou o codinome “Alexander” em homenagem ao navegador Konqueror do KDE. Afinal, “Alexander” é uma referência a Alexandre, o Grande, conhecido em inglês como “the Conqueror”. Uma pequena, mas significativa, homenagem ao projeto que deu origem ao WebKit.

A ascensão do WebKit e o legado do KHTML

Em 2003, a Apple lançou o Safari, seu primeiro navegador próprio, baseado no WebKit. O Safari foi um sucesso instantâneo entre os usuários da Apple, oferecendo uma experiência rápida e integrada ao ecossistema da marca. Mas o WebKit não parou por aí.

Em 2008, o Google entrou no jogo com o lançamento do Chrome. No início, o Chrome também usava o WebKit como motor de renderização. No entanto, em 2013, o Google decidiu criar seu próprio fork do WebKit, chamado Blink. A principal diferença era que o Blink suportava múltiplos processos, permitindo que cada aba do navegador rodasse de forma independente. Essa inovação ajudou o Chrome a se tornar o navegador dominante no mercado, posição que mantém até hoje.

Hoje, o WebKit continua sendo o motor do Safari, além de ser usado em outros projetos, como o navegador do PlayStation 3 e do Kindle. Já o Blink, que nasceu do WebKit, é a base do Chrome e de outros navegadores populares, como o Microsoft Edge, o Vivaldi e o Opera.

É incrível pensar que tudo isso começou com um projeto de código aberto desenvolvido por uma comunidade de entusiastas. O KHTML e o KJS não apenas deram origem ao WebKit, mas também ajudaram a moldar a internet como a conhecemos hoje. E, enquanto o Chrome domina o mercado com 66% de participação, o Safari, com seus 17,99%, continua sendo uma prova viva do impacto do KDE no mundo da tecnologia para além do Linux.

Mostre ao mundo que você também ama Linux e tecnologia: visite nossa loja e vista a camisa do pinguim!

Diolinux Ofertas - Aproveite os melhores descontos em diversos produtos!