O protocolo SSH é uma alternativa para proteger conexões entre diferentes máquinas conectadas a partir de uma rede externa insegura, fornecendo opções para autenticação forte e controle de tráfego. Ele também oferece maior flexibilidade na autenticação, permitindo que usuários utilizem chaves criptografadas ou outros métodos de autenticação forte para a execução de conexões automatizadas.
Neste artigo, vamos conhecer mais sobre o que é SSH e algumas das aplicações deste protocolo essencial.
Entendendo o que é SSH
Criado em 1995 pelo programador Tatu Ylonen, atualmente está disponível em praticamente todos os sistemas operacionais modernos, o SSH permite fazer conexões remotas a outros equipamentos para executar comandos ou transferir arquivos, sejam eles servidores robustos ou estações clientes, de forma rápida e segura através de uma Interface de linha de comando. Ele fornece uma camada adicional de segurança, pois criptografa todas as informações trocadas entre o usuário e o servidor, tornando bem mais complexo para os hackers interceptarem ou modificarem os dados.
O SSH substitui outros protocolos menos seguros como Telnet e pode ser usado para acessar qualquer tipo de servidor, desde sites hospedados em um servidor web até um computador pessoal que esteja sendo compartilhado com outras pessoas. Ele também pode ser usado para configurar um túnel VPN (Virtual Private Network), que permite acessar redes locais de forma segura através da Internet.
Além disso, o SSH também permite que os usuários autentiquem-se de diversas formas como senhas, chaves públicas ou outros mecanismos de autenticação, aumentando a flexibilidade das conexões.
Tipos de criptografia disponíveis no protocolo SSH
Uma das principais características que definem o que é SSH é contar com suporte a diferentes tecnologias de criptografia, sendo basicamente, três as alternativas disponíveis para o protocolo: simétrica, assimétrica e hashing.
- Criptografia simétrica: Essa é uma forma de criptografia realizada por meio de uma chave secreta, essa sendo compartilhada apenas entre o servidor e o usuário. Seu papel é criptografar ou descriptografar a mensagem transferida nesse processo, no entanto, o secure shell só oferece a leitura do conteúdo mediante a apresentação dessa chave.
- Criptografia assimétrica: Este método utiliza duas chaves secretas separadas (chave-pública e chave-privada) que servem tanto para codificar quanto para decodificar o processo de comunicação entre o cliente e o servidor. Mensagens criptografadas por chaves públicas somente podem ser descriptografadas pela chave privada correspondente.
- Hashing: também conhecida como One-Way Hashing, é um método unidirecional de criptografia usado no SSH que consiste em criar um hash (conjunto alfanumérico com comprimento fixo de caracteres) por meio de um algoritmo.
Ferramentas para utilizar o protocolo SSH
Para se conectar a um servidor SSH, é necessário utilizar um “cliente SSH”, que envia suas credenciais para o servidor e se forem aceitas, ele cria uma conexão segura e criptografada que pode ser usada para executar comandos ou transferir arquivos. Na maioria dos sistemas operacionais Linux e Unix o suporte ao protocolo SSH é disponibilizado pelo projeto OpenSSH, porém, pode ser necessário ativá-lo.
OpenSSH – ferramentas de terminal e serviços do sistema
O OpenSSH é uma ferramenta de conectividade para logon remoto disponível para todos os sistemas baseados em *Nix (Linux, AIX, macOS, BSD, etc.) ele fornece um grande conjunto de recursos de tunelamento seguro, vários métodos de autenticação, ferramentas e opções de configuração sofisticadas. O pacote OpenSSH é tão comumente relacionado com o protocolo SSH que é quase impossível falar sobre o que é SSH sem citá-lo, ele consiste nas seguintes ferramentas:
- As operações remotas são feitas usando ssh, scp e sftp;
- Gerenciamento de chaves utilizada os programas ssh-add, ssh-keysign, ssh-keyscan e ssh-keygen;
- Os serviços do sistema consistem em sshd, sftp-server e ssh-agent.
Mesmo sendo primariamente focado na utilização via terminal, usuários e desenvolvedores podem contar com diversas ferramentas gráficas para facilitar seu acesso aos servidores SSH, vamos conhecer algumas delas:
PuTTy – cliente para uso geral
Provavelmente o mais conhecido desta lista, ele é uma ferramenta SSH multiplataforma disponível para Windows, Unix e Linux. Além de ser um software de código livre, ele estabelece um túnel codificado entre os servidores.
Permite a execução de comandos remotos em servidores, salvar diversas conexões em uma lista de favoritos local, personalização de aspectos visuais da conexão, além de suportar conexões via proxy.
Um dos principais pontos fracos do PuTTY na minha opinião é a falta de recursos como suporte a abas e uma interface mais integrada, isso pode ser um problema quando é necessário trabalhar com múltiplas conexões simultaneamente. Neste cenário, clientes mais modernos como o EasySSH ou o MRemoteNG podem oferecer uma experiência mais agradável.
Gnome Nautilus – gerenciamento de arquivos remotos
O gerenciador de arquivos da interface gráfica GNOME consegue gerenciar conexões com servidores remotos usando conexões STFP, permitindo enviar e receber arquivos via interface gráfica. Este recurso também está disponível em outros gerenciadores de arquivos gráficos como o Dolphin do KDE Plasma.
Os gerenciadores de arquivos modernos oferecem suporte aos principais protocolos de rede como FISH, SMB, FTP e WebDAV.
ShellHub – solução robusta para ambientes mistos
É uma ferramenta gratuita e open source que permite que você gerencie seus dispositivos Linux remotamente. Ele suporta vários sistemas operacionais, incluindo o Ubuntu, Debian e Fedora, além de oferecer acesso remoto a máquinas virtuais do VirtualBox e VMWare. O ShellHub é particularmente útil em cenários onde você precisa acessar múltiplos servidores em redes diversas, sejam elas locais ou remotas.
Contando com um servidor SSH próprio que incorpora recursos modernos de segurança como proteção com DDOs, regras de firewall inteligentes que permitem o acesso somente de dispositivos autorizados e a possibilidade de gravar e reproduzir tudo o que ocorreu durante as sessões de acesso: comandos, alterações, correções.
A segurança digital é um fator essencial, em qualquer contexto. Ao entender o que é SSH, o usuário pode ter mais controle sobre seus acessos remotos e se beneficiar da segurança extra proporcionada pela criptografia, que vai tornar sua comunicação mais segura. Isso é fundamental para garantir a proteção de dados pessoais e confidenciais. Além disso, utilizar conexões seguras via SSH é muito útil para administradores de sistemas.
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