O Fig pretende dar início a uma nova era na linha de comando. A ambição é ousada e, no momento, está limitada ao macOS, versões para Linux e Windows estão em fase beta.
A proposta é melhorar a produtividade tanto de programadores, quanto de equipes ou usuários domésticos. E não para por aí, ele pretende se integrar aos shells mais populares como o bash, o zsh e o fish.
Como o Fig funciona
O shell é a interface entre o usuário e o sistema operacional, interpretando os comandos enviados e mostrando os resultados geralmente num terminal. Seu nome vem do inglês shell (concha). Existem vários tipos de shell como, por exemplo, o sh (Bourne shell), o bash (Bourne again shell), o zsh (Zero shell), o fish shell, entre outros.
O principal atrativo do Fig é acelerar os comandos que você digita no terminal, tornando tudo mais fácil para os iniciantes, mais produtivo para os desenvolvedores e mais colaborativo para equipes. Ele é uma API Javascript de código aberto que funciona como uma extensão do shell ou do terminal. As funções e a API podem ser usadas em aplicativos.
Com o Fig, o trabalho com scripts pode ser feito de forma colaborativa com a sua equipe, compartilhando aliases, variáveis de ambiente e dados sensíveis como, por exemplo, chaves API e credenciais SSH.
Também é possível compartilhar configurações, as dotfiles, e colocar toda a equipe na mesma página.
Algumas funções para equipes não são gratuitas, como o uso de inteligência artificial que converte “o que você quer fazer” em “comandos” (em inglês). Os desenvolvedores prometem que ele será sempre gratuito para uso individual e projetos de código aberto, mas, para produtos de trabalho em equipe e que exigem hospedagem, será cobrada uma pequena assinatura.
O aplicativo Autocomplete
O primeiro aplicativo a usar o Fig é o Autocomplete. Ele preenche automaticamente os comandos que você digita, concluindo subcomandos, opções e argumentos para mais de 200 ferramentas de linha de comando.
Por segurança e privacidade, ele faz todo o processamento dos dados na sua máquina local, sem enviar dados para a nuvem.
Todas as opções de preenchimento automático são de código-aberto, mais de 120 pessoas já enviaram contribuições ao repositório público do projeto no GitHub. Além das opções padrão, você pode adicionar os seus próprios aliases e scripts personalizados.
Ele dá suporte e permite as seguintes integrações:
- aplicativos de terminal: macOS (terminal nativo), iTerm, Tabby, Hyper, Kitty, WezTerm, Alacritty, Konsole ou o Terminal do Gnome;
- terminais integrados aos aplicativos e IDEs: VSCode, JetBrains, Android Studio e Nova;
- shells: bash, zsh e fish; Powershell e Windows Terminal (Prompt de comando). Também há suporte experimental para usar os shells bash, zsh e fish no WSL (Subsistema Linux para Windows).
Como você pode ver, é possível integrar uma equipe que usa diferentes ferramentas: um gerente usa o bash no Windows, um colega usa o Alacritty no Arch Linux e você usa o terminal incorporado no VSCode no seu macOS.
Você pode usar o Autocomplete no Docker, acrescentando a seguinte linha à sua Dockerfile:
RUN curl -Ls fig.io/install | bashUma vez adicionado ao Docker, ele funcionará nos contêineres das máquinas onde estiver instalado. Essa é uma função paga, mas você pode testá-la gratuitamente durante 14 dias.
Como baixar e instalar o Fig
Você pode baixá-lo no site oficial do projeto ou executar o seguinte comando no seu Mac:
brew install --cask figAtravés do seu shell bash ou zsh:
source <(curl -Ls fig.io/install)
fig loginNo shell fish:
curl -Ls fig.io/install | bash; and exec fish
fig loginO painel do Fig
Tudo pode ser gerenciado por um painel, o Fig Dashboard, que usa visualizações nativas e não o Electron. Você pode acessar o painel criando uma conta na página app.fig.io com o seu endereço de e-mail e confirmando o código recebido.
Aqui você pode gerenciar os produtos e as configurações de toda a sua equipe, incluindo a lista dos plugins que você permite o acesso dentro dos mais de 400 que estão disponíveis. Uma vez instalados, os plugins são sincronizados em todos os dispositivos da sua equipe.
Outros aplicativos que estão sendo produzidos pela equipe são o Fig Workflows, que permite criar rapidamente suas próprias ferramentas de linha de comando, e o Fig Access, que fornecerá um acesso fácil e seguro aos servidores SSH utilizados pela sua equipe.
Inteligência artificial
Os desenvolvedores usam inteligência artificial para converter comandos bash em qualquer outro shell ou converter palavras descrevendo “o que você quer fazer” em “comandos” bash, é utilizada a linguagem Codex da inteligência artificial OpenAI.
A versão para Windows está limitada ao Git Bash e a destinada aos usuários do Linux está atualmente em beta. Você pode obter suporte na página do GitHub do projeto.
Você usaria outro shell para ganhar produtividade como desenvolvedor? O que você mais gostou?
