Enquanto a Red Hat segue cobrando licenças caríssimas pelo Red Hat Enterprise Linux (RHEL), a comunidade open-source não para de inovar. Prova disso é o Rocky Linux 10, lançado oficialmente como uma alternativa gratuita e compatível com o RHEL 10.
Mas calma, essa não é apenas mais uma atualização rotineira. A versão 10 traz mudanças significativas, incluindo suporte à arquitetura RISC-V, aposentadoria dos 32 bits e a chegada do Wayland como padrão. Se você é fã de sistemas estáveis e enterprise-ready, mas não quer (ou não pode) pagar pela Red Hat, essa pode ser a sua distro favorita.
O que há de novo no Rocky Linux 10?
Adeus, x86-64-v2! Olá, RISC-V!
Uma das maiores novidades é o suporte oficial à arquitetura RISC-V de 64 bits, uma aposta em hardware aberto e livre de royalties. Isso significa que o Rocky Linux 10 pode rodar em uma gama ainda maior de dispositivos, desde servidores até placas de desenvolvimento.
Por outro lado, a versão abandona o suporte a x86-64-v2, exigindo agora processadores compatíveis com x86-64-v3. Ou seja, máquinas muito antigas podem ficar de fora dessa festa.
Wayland substitui o Xorg
Assim como outras distribuições modernas, o Rocky Linux 10 trocou o Xorg pelo Wayland como servidor de exibição padrão. Mas não se preocupe: aplicações que ainda não foram portadas para o Wayland continuam funcionando graças ao Xwayland.
DHCP agora é coisa do NetworkManager
Quem mexe com configurações de rede vai notar outra mudança importante: o cliente DHCP tradicional foi substituído por uma implementação integrada ao NetworkManager. O antigo pacote dhcp-client foi aposentado, assim como o servidor ISC DHCP, que deu lugar ao Kea DHCP.
Remote desktop agora usa RDP
Para quem precisa de acesso remoto gráfico, uma novidade bem-vinda: o RDP (Remote Desktop Protocol) agora é o padrão, substituindo o VNC. Isso significa melhor desempenho e integração mais suave com ferramentas como o Windows Remote Desktop.
Os 32 Bits foram pro espaço
Se você ainda depende de aplicações 32-bit, é melhor começar a pensar em alternativas. O Rocky Linux 10 removeu todos os pacotes de 32 bits, então a única saída é migrar para versões 64-bit ou usar contêineres com as dependências necessárias.
Ferramentas atualizadas
Sob o capô, o Rocky Linux 10 traz uma série de atualizações importantes:
- Rust 1.84.1 e Go 1.23 para desenvolvedores;
- Python 3.12;
- PostgreSQL 16.8, MySQL 8.4 e MariaDB 10.11 para bancos de dados;
- nginx 1.26 e PHP 8.3 para stacks web;
- Grafana 10.2.6 e Performance Co-Pilot 6.3.0 para monitoramento.
Ou seja, não faltam motivos para considerar a migração – especialmente se você trabalha com desenvolvimento ou infraestrutura.
Instalação limpa
Assim como nas versões anteriores, não há suporte para upgrade direto do Rocky Linux 8.x ou 9.x. Quem quiser migrar para a versão 10 precisará fazer uma instalação limpa. Pode parecer chato (e é), mas pelo menos evita dores de cabeça com conflitos de pacotes.
Mas vale a pena migrar? Depende. Se você precisa do suporte a RISC-V, quer uma stack mais moderna ou simplesmente está cansado de lidar com sistemas legados, o Rocky Linux 10 parece ser uma ótima opção.
Mas se sua infraestrutura ainda depende de hardware muito antigo ou aplicações 32-bit, talvez seja melhor esperar um pouco. De qualquer forma, uma coisa é certa: a comunidade open-source continua mostrando que é possível ter um sistema enterprise-grade sem pagar fortunas em licenças. E aí, pronto para testar? O download já está disponível no site oficial.
Já do lado Red Hat oficial da força, temos praticamente o mesmo do Rocky, com a adição de ferramentas de inteligência artificial.