Imaginar o futuro da computação sempre foi um exercício de criatividade fascinante. E a Samsung, sem dúvida, estava de olho em um desses futuros possíveis quando desenvolveu o DeX — uma tecnologia que transforma seu smartphone em um computador de verdade. Mas será que essa ideia, por mais inovadora que seja, consegue substituir de vez um PC tradicional?
Vamos explorar esse universo, desde o básico do funcionamento até os cenários em que o DeX brilha (ou decepciona). Prepare-se para descobrir se o seu Galaxy tem o que é preciso para virar seu computador.
O que é o Samsung DeX e como ele funciona?
O DeX (abreviação de Desktop Experience) é um recurso presente em alguns smartphones e tablets da linha Galaxy, geralmente os modelos mais potentes. A ideia por trás dele é simples: seu smartphone já tem poder de sobra para ser um computador, só falta a interface certa.
Afinal, quem nunca pensou que seria ótimo editar uma planilha ou escrever um texto longo em uma tela maior, com um teclado e mouse de verdade? O problema nunca foi o hardware, mas sim a experiência do usuário. E é aí que o DeX entra em cena.
Basta conectar seu Galaxy a um monitor (via HDMI, usando um hub USB-C), plugar um teclado e mouse, e pronto: você tem uma interface parecida com a de um desktop, rodando Android. Parece mágica, mas é puro engenho da Samsung.

Vale a pena usar no dia a dia?
A primeira impressão ao ativar o DeX é que ele lembra muito um Windows ou Linux simplificado. A interface tem uma barra de tarefas na parte inferior, um menu de aplicativos no canto esquerdo e suporte a janelas redimensionáveis.

Para tarefas básicas, o DeX se sai muito bem. Abrir o Chrome, responder e-mails no Gmail ou editar documentos no Google Docs funciona sem problemas. A experiência é fluida, e a possibilidade de usar atalhos de teclado (como Ctrl+C e Ctrl+V) torna tudo mais intuitivo.
O Spotify e outros apps de streaming também rodam perfeitamente. Se você só precisa de um computador para navegar na internet, assistir a vídeos e trabalhar com documentos, o DeX é mais do que suficiente.

Jogos e entretenimento
Agora, se a ideia é jogar, a coisa muda um pouco. Jogos mobile rodam, mas alguns foram feitos exclusivamente para telas sensíveis ao toque — usar um controle ou teclado pode ser um desafio em certos títulos.
Por outro lado, emuladores (como o de PSP) funcionam muito bem. Se você é fã de jogos retrô e curte jogar com o teclado ou tiver um joystick para conectar, o DeX pode ser uma ótima pedida, se tornando praticamente um mini console.
Para assistir em plataformas de streaming, há uma boa experiência, afinal, é basicamente o mesmo aplicativo do seu celular em uma tela maior.

Quando o DeX não é a melhor escolha
Apesar de ser versátil, o DeX não é perfeito. Algumas tarefas ainda são complicadas (ou impossíveis) de fazer nele.
Software profissional
Se você trabalha com edição de vídeo, design ou programação, o DeX ainda não substitui um PC. Aplicativos como Adobe Premiere ou DaVinci Resolve não têm versões nativas para Android, e as alternativas são limitadas.
Para desenvolvedores, a falta de suporte a ferramentas como Visual Studio Code ou Android Studio também é um problema. Ainda assim, a Samsung promete melhorias, como a integração com Linux.
Compatibilidade com periféricos
Teclados e mouses funcionam bem, mas outros dispositivos podem ter problemas. Impressoras, scanners e placas de captura, por exemplo, nem sempre são reconhecidos. Se você depende de ampla compatibilidade com hardware externo, o DeX pode não ser a melhor opção.
O NexDock: transformando seu smartphone em um laptop
Uma das maiores críticas ao DeX é a falta de portabilidade. Afinal, ninguém quer carregar um monitor, teclado e mouse para todo lado. É aí que entra o NexDock.
O NexDock é basicamente um laptop sem cérebro, um acessório não oficial da Samsung. Ele tem tela, teclado, touchpad e bateria, mas não tem a placa mãe — você conecta seu smartphone via USB-C e usa o DeX como se fosse um notebook.

A principal vantagem é a mobilidade. Você pode levar seu “PC” para qualquer lugar, sem precisar montar um setup completo. Além disso, a bateria do NexDock permite que ele não drene a energia do smartphone, o que é uma grande adição.
Outro detalhe interessante é que o NexDock não funciona só com o DeX. Ele também pode ser usado com dispositivos como Steam Deck ou ROG Ally, tornando-o um acessório versátil. Porém, ele ainda não é vendido oficialmente no Brasil e, por enquanto, não tivemos a oportunidade de testá-lo.
Linux no Android e outras possibilidades
Uma das promessas mais empolgantes para o DeX é a integração com Linux. Assim como no ChromeOS, em breve, com o esforço da comunidade, talvez será possível rodar um contêiner Linux no Android, abrindo portas para aplicativos desktop como LibreOffice, GIMP e até IDEs de programação.
Isso não significa que o DeX vai substituir um PC com o Linux instalado diretamente, mas certamente vai torná-lo mais viável para usuários avançados.
O DeX pode ser seu computador principal?
Depende do que você precisa.
Se você só usa o computador para navegar na internet, editar documentos, jogar os jogos dentro de Android ou emuladores e assistir a vídeos, o DeX é uma ótima opção — especialmente se você já tem um Galaxy potente.
Agora, se você é um profissional criativo, desenvolvedor ou gamer hardcore, ainda vai sentir falta de alguns recursos. Mas com a evolução constante do Android e a chegada de novidades como o suporte a Linux, o futuro do DeX parece promissor.
Caso você ainda não tenha um Samsung com suporte ao DeX e considera adquirir um celular topo de linha com o recurso, confira nossa análise do Samsung Galaxy S25!