O GNOME está passando por mais uma mudança significativa em seu ecossistema, e desta vez o alvo é o reprodutor de vídeos padrão. Após anos de serviço (e algumas reclamações), o Totem está sendo oficialmente substituído pelo Showtime no GNOME 49, marcando o fim de uma era e o início de outra.
Mas por que trocar um reprodutor de vídeos por outro? E o que o Showtime tem de tão especial?
Totem já deu o que tinha para dar
O Totem, também conhecido como GNOME Videos, sempre foi um reprodutor simples e direto. Mas, assim como aquele DVD player que ainda está na sala mesmo depois de todo mundo ter migrado para o streaming, ele começou a mostrar sinais de idade.
Desenvolvido em GTK3, o Totem não recebe atualizações significativas há anos. Seu código é considerado “enferrujado” e a falta de manutenção ativa tornou difícil adaptá-lo às tecnologias modernas.
Além disso, o Totem se recusa a reproduzir certos formatos de vídeo, como se fosse um crítico de cinema exigente demais. Quem nunca tentou abrir um arquivo .mkv só para ser recebido com uma mensagem de erro misteriosa e então optar pelo feio e funcional VLC?

Showtime: o novo astro
Enquanto o Totem vai para o banco de reservas, o Showtime assume o palco. Desenvolvido em GTK4 e libadwaita, ele traz uma abordagem mais moderna e alinhada com o design atual do GNOME.
Mas calma, o Showtime não é exatamente um novato. Ele já estava em desenvolvimento no GNOME Incubator há algum tempo e até está disponível no Flathub para quem quer testá-lo antes da estreia oficial.
O lema do Showtime é “assista sem distrações”, e ele leva isso a sério. O player é quase sem bordas, com controles que desaparecem quando não estão em uso, deixando o vídeo em destaque.
Para quem gosta de personalizar a experiência, o Showtime oferece:
- Ajuste de velocidade de reprodução;
- Suporte a legendas (embutidas ou externas);
- Troca de faixas de áudio;
- Rotação de vídeo para quem grava com o celular de cabeça para baixo;
- Repetição de clipes para quem gosta de ver aquele meme 50 vezes seguidas.
Mas nem tudo são flores, é claro. O Showtime ainda não suporta reprodução de DVDs, uma funcionalidade que o Totem mantinha mesmo que quase ninguém mais usasse. Mas, convenhamos, em 2025, quem ainda tem um leitor de DVD no PC e assiste? Quem precisa disso provavelmente já está usando o VLC, que faz esse trabalho (e muito mais) sem reclamar.

Por que essa troca é necessária?
Além da questão técnica (GTK3 → GTK4), o GNOME busca simplificar sua suíte de aplicativos principais, focando em funcionalidades essenciais. O Showtime não tenta ser um player superpoderoso como o VLC ou o MPV, mas sim uma opção limpa e eficiente para quem só quer assistir vídeos sem complicações.
Outro motivo? Manutenção ativa. Enquanto o Totem estava praticamente abandonado, o Showtime tem uma equipe dedicada, o que significa correções de bugs e novas funcionalidades no futuro.
O Ubuntu vai adotar o Showtime?
Agora que o Showtime é um Core App do GNOME, será que o Ubuntu vai incluí-lo por padrão? Ainda não há confirmação, mas há precedentes. O Ubuntu já trocou o Evince pelo Papers antes, então não seria surpresa se o Showtime substituísse o Totem em versões futuras.
Para quem está ansioso para testar, já é possível instalar o Showtime no Ubuntu ou derivados via:
sudo apt install showtime
Ou pelo Flathub:
flatpak install flathub org.gnome.Showtime
Vale notar que alguns usuários vêm sofrendo problemas com legendas, então se você depende muito delas, pode ser melhor esperar alguns ajustes.
O culto ao Totem
Apesar de não ser mais um Core App, o Totem ainda estará disponível nos repositórios das distribuições Linux. Quem quiser continuar usando, pode instalá-lo manualmente. Mas, assim como aquele aparelho de VHS guardado no fundo do armário, ele vai ficando cada vez mais esquecido com o tempo.
E assim, o GNOME segue em frente, trocando o velho pelo novo. Será que o Showtime vai conquistar seu lugar ao sol?
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