Se você é daqueles que gosta de um sistema operacional rápido, minimalista e que não consome metade da memória RAM só para abrir um menu, então o LXQt 2.2 pode ser a interface ideal. Lançado em abril de 2025, essa nova versão do ambiente desktop baseado em Qt traz melhorias significativas, especialmente para quem está migrando para o Wayland, mas sem abandonar os fiéis do X11.
Wayland: um suporte que parece funcionar
Uma das grandes apostas do LXQt 2.2 é o suporte aprimorado ao Wayland, o protocolo de exibição que promete substituir o antigo X11. Desta vez, a equipe resolveu um problema em configurações com múltiplos monitores: em vez de usar números de tela (algo que o Wayland não define claramente), o sistema agora usa nomes de tela.
Isso significa que, se você tem dois monitores e o secundário decite se tornar “primário”, o LXQt 2.2 lida melhor com essa situação. Mas atenção: se você migrar para o Wayland, seus ícones da área de trabalho vão se reorganizar sozinhos na primeira vez. É o preço do progresso.
Quem prefere ficar no bom e velho X11 não precisa se preocupar — tudo continua funcionando como antes, sem surpresas.
O gerenciador de arquivos PCManFM-Qt está mais inteligente
O PCManFM-Qt, o gerenciador de arquivos padrão do LXQt, ganhou algumas melhorias para deixar a vida mais fácil:
- Terminal personalizável: Agora você pode escolher qual terminal usar quando pressionar Ctrl+T. Se você é do time do Kitty, Alacritty ou até do xterm raiz, o PCManFM-Qt respeita sua preferência;
- Renomeação em massa inteligente: Precisa renomear 50 arquivos de uma vez? Agora é possível usar substituição de strings avançada, o que facilita muito a organização de fotos, músicas e aquela pasta cheia de PDFs que você nunca leu;
- Menu “Abrir Com” mais esperto: Se você selecionar vários arquivos de tipos diferentes (digamos, um PDF e uma imagem), o menu “Abrir Com” agora mostra apenas os aplicativos que conseguem lidar com todos eles ao mesmo tempo. Nada mais de tentar abrir um vídeo no LibreOffice.
E para quem vive pressionando Backspace sem querer e voltando pastas sem motivo, uma correção simples mas valiosa: se você segurar o Backspace na barra de pesquisa, o PCManFM-Qt não vai mais sair navegando para trás como um carro em ponto morto.
QTerminal aprimorado
O QTerminal, o emulador de terminal padrão do LXQt, também recebeu seu pacote de melhorias:
- Renderização de texto aprimorada: Caracteres especiais e combinações complexas agora aparecem corretamente, o que é ótimo para quem trabalha com linguagens não-ocidentais ou simplesmente gosta de usar figuras Unicode;
- Cursor que pisca (e some quando não é necessário): Agora o cursor pode piscar para chamar sua atenção (ou se esconder se você não estiver digitando);
- Aviso ao fechar processos: Se você tentar fechar o terminal enquanto um comando ainda está rodando, o sistema pergunta se você tem certeza — ao contrário do aviso genérico das versões anteriores.
E para quem gosta de personalização, o menu de Preferências foi reorganizado para ser mais limpo e intuitivo. Ah, e o suporte a transparência no nível do aplicativo foi removido em favor da transparência nativa do terminal.
LXQt Panel e gerenciamento de energia
O painel do LXQt também não ficou de fora das atualizações. Se você usa o Fancy Menu (aquele menu estilo Windows 7), agora é possível navegar com PageUp e PageDown, o que facilita a vida em sistemas sem mouse. E os logs do painel estão mais limpos, sem avisos desnecessários sobre Status Notifier.
No gerenciamento de energia, uma novidade interessante: o LXQt 2.2 agora suporta perfis de energia (via power-profiles-daemon). Se você está em um laptop, pode alternar entre economia de energia, balanceado e desempenho diretamente pelo menu da bateria. No futuro, essa funcionalidade deve chegar também a desktops.
E para quem se esqueceu de configurar o que acontece ao fechar a tampa do notebook, suspender agora é o padrão.
LXQt Archiver e outras melhorias
O LXQt Archiver, o utilitário de compactação de arquivos, também ganhou alguns ajustes:
- Suporte a 7zip como padrão: Agora ele usa o 7z para criar arquivos, o que é mais eficiente que métodos antigos;
- Melhor suporte a arquivos RAR: Se você tem aqueles arquivos RAR do WinRAR, o LXQt Archiver agora lida melhor com eles;
- Visualização de links simbólicos: Se um arquivo for um atalho, o programa mostra para onde ele aponta.
E para quem se preocupa com compatibilidade futura, o libqtxdg foi atualizado para funcionar melhor com o Qt 6.9.
Como experimentar o LXQt 2.2?
No momento do lançamento, o LXQt 2.2 ainda não estava disponível em pacotes pré-compilados para as principais distribuições. Mas se você usa uma distro rolling release como Arch Linux, openSUSE Tumbleweed ou Gentoo, é provável que os pacotes cheguem em breve – se já não chegaram. Para os mais ansiosos, sempre resta a opção de compilar a partir do código-fonte.
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