O Linux Mint está prestes a receber sua próxima grande atualização, a versão 22.2, codinome “Zara” — sim, pulando direto do “Xia” (22.1) para “Zara”, ignorando completamente a letra Y. Clem Lefebvre, o líder do projeto, deve ter seus motivos para não escolher nomes como Yara ou Yasmin. Pelo menos me ajudou a lembrar do XZ Utils. Mas o que realmente importa não é o nome, e sim as mudanças visuais e técnicas que estão chegando.
Mint-Y ganha um toque de azul
O tema padrão do Linux Mint, o Mint-Y, está passando por uma reformulação sutil, mas significativa. A equipe decidiu adicionar um leve tom azulado ao cinza predominante, seguindo uma tendência já adotada por gigantes como Apple, Firefox e até o GNOME com seu Libadwaita.
Por que essa mudança? Clem explica que “cinza puro é neutro demais” — ele pode parecer quente ou frio dependendo do contexto. Adicionar um pouco de azul força uma aparência mais “metálica” e moderna, algo comum no design de interfaces atuais. Se você pegar um conta-gotas e analisar o cinza do GitHub, do Firefox ou do Google Docs, verá que nenhum deles é realmente #FFFFFF puro. Há sempre um toque de azul.
Na prática, a diferença no tema claro é quase imperceptível (a menos que você seja um designer obsessivo). Já no tema escuro, a mudança é mais visível, deixando a interface mais suave e menos contrastante, o que pode agradar (ou irritar) os fãs do visual tradicional do Mint.

Fazendo as pazes com o Libadwaita
O Linux Mint sempre teve uma relação complicada com o Libadwaita, o toolkit de interface do GNOME para aplicativos GTK4. O problema? Esses apps frequentemente ignoravam os temas personalizados do Mint, quebrando a consistência visual do sistema. A solução até agora era rebaixar aplicativos GTK4 para versões GTK3, o que funcionava, mas era claramente uma gambiarra.
Agora, a equipe do Mint está adotando uma abordagem mais pragmática:
- Adaptando o Mint-Y para usar cores mais próximas do Libadwaita, melhorando a harmonia visual.
- Modificando o Libadwaita para respeitar os temas do Mint, incluindo cores de destaque personalizadas.
- Explorando a criação de uma biblioteca XApp própria, algo entre um fork suave e uma extensão do Libadwaita, para garantir compatibilidade a longo prazo.
O resultado? Apps como GNOME Calendar e Foliate agora se integram muito melhor no Cinnamon, MATE e Xfce. Ainda não é perfeito — controles de janela e barras de menu continuam diferentes — mas já é um passo para reduzir a fragmentação no ecossistema Linux.

Cores de destaque em aplicativos flatpak
Outra novidade interessante é a adição de suporte a cores de destaque personalizadas em aplicativos flatpak baseados em Libadwaita. Agora, se você escolher um tema com um verde menta ou um azul vibrante, esse tom será refletido automaticamente em aplicativos como o GNOME Characters ou o Editor de Texto.
Para os criadores de temas, isso é simples de implementar — basta uma única linha no CSS do tema:
@define-color accent_color #9ab87c;
E pronto, todos os aplicativos modernos herdarão essa cor.

Apesar das melhorias, Clem deixa claro que o Linux Mint não vai abandonar a personalização. A comunidade ainda valoriza demais a capacidade de trocar temas, e o Mint continuará suportando isso. No entanto, a equipe reconhece que lutar contra o Libadwaita indefinidamente é uma batalha perdida.
A estratégia agora é adaptar-se sem se render totalmente. Se o GNOME insiste em aplicativos com cabeçalhos enormes e controles touch-friendly, o Mint vai garantir que, pelo menos, eles respeitem as cores escolhidas pelo usuário. E se for necessário criar forks ou extensões para manter a experiência consistente, eles farão isso.
Assim como o Linux Mint, você também pode renovar seu estilo: visite nossa loja, confira nossas estampas e vista a camisa do pinguim!