O universo das distribuições Linux está em constante ebulição, e as últimas semanas trouxeram notícias que vão desde emocionantes lançamentos até despedidas sentimentais. Enquanto o Fedora mostra suas novas roupagens e o Linux Mint continua seu caminho de refinamentos, uma distribuição querida anuncia seu adeus. No Diolinux News de hoje, vamos mergulhar nesse caldeirão de novidades que mantém a comunidade Linux sempre animada.
ArcoLinux se despede
Depois de oito anos dedicados à comunidade, o ArcoLinux, uma das distribuições derivadas do Arch Linux mais apreciadas por quem gosta de bastante personalização, anunciou seu fim. Erik Dubois, o criador e principal mantenedor do projeto, decidiu encerrar suas atividades enquanto ainda está “no topo”, citando falta de energia e foco conforme se aproxima dos 60 anos.
Durante sua existência, o ArcoLinux deixou um legado impressionante: mais de 5.000 vídeos educacionais sobre Arch Linux, ferramentas para criar ISOs personalizadas e até um instalador baseado no Calamares para facilitar a vida de quem queria experimentar o Arch sem sofrer com a instalação manual. Felizmente, todo esse material continuará disponível, e a equipe promete ajudar os usuários na migração para o Arch Linux tradicional. Uma despedida digna de quem sempre priorizou a educação e a acessibilidade no mundo Linux.
Git completa 20 anos revolucionando o desenvolvimento de softwares
Enquanto o Linux é a obra mais famosa de Linus Torvalds, o Git é provavelmente sua criação mais ubíqua. No dia 7 de abril, o sistema de controle de versão completou duas décadas de existência, e seu impacto no desenvolvimento de software é inegável. Criado originalmente para substituir o BitKeeper no desenvolvimento do kernel Linux, o Git rapidamente se tornou o padrão para gerenciamento de código-fonte, impulsionando plataformas como GitHub e GitLab.
Curiosamente, Torvalds não permaneceu à frente do projeto por muito tempo, passando o bastão para Junio Hamano, que ainda hoje é o principal mantenedor. Em uma entrevista recente no GitHub para comemorar os 20 anos, Torvalds brincou sobre como o Git foi projetado para ser “rápido e funcional”, mesmo que isso significasse uma curva de aprendizado íngreme. E, bem, ele estava certo — quem nunca se perdeu em um git rebase –interactive que atire a primeira pedra.
Ubuntu 25.10: o codinome mais fofo do ano
O Ubuntu 25.04 (“Plucky Puffin”) ainda nem chegou, mas já sabemos o nome da próxima versão: Questing Quokka. Sim, um marsupial australiano conhecido por seu sorriso fotogênico e total falta de medo de humanos será o mascote da versão 25.10. O adjetivo “Questing” (algo como “em busca de”) sugere uma versão que talvez traga novidades interessantes, enquanto o Quokka, com sua fama de “animal mais feliz do mundo”, promete trazer um visual adorável para os wallpapers oficiais.
Claro, por trás do nome fofinho, espera-se que o Ubuntu continue seu trabalho em otimizações de desempenho e suporte a hardware, especialmente com a crescente adoção de NPUs e chips mais recentes. Mas, convenhamos, o grande destaque aqui é mesmo o Quokka — porque quem resiste a um bichinho que parece estar sempre sorrindo?
Fedora 42 chega com novo instalador e status elevado para o KDE Plasma
O Fedora 42 finalmente foi lançado, e as novidades são substanciais. O grande destaque é o novo instalador Anaconda WebUI, que abandona a interface tradicional em favor de uma experiência baseada em tecnologias web. Com isso, temos um fluxo mais intuitivo, com botões onde deveriam estar (inferior direito, não escondido em algum canto obscuro) e menos telas confusas. Para quem já sofreu com o instalador antigo, isso é um alívio.
Além disso, o Fedora 42 traz o GNOME 48, com melhorias de desempenho, suporte a HDR e uma nova fonte padrão. Mas a grande surpresa foi a promoção do KDE Plasma a “versão principal”, colocando-o lado a lado com a edição GNOME Workstation. Isso significa mais atenção dos desenvolvedores e uma landing page dedicada — um reconhecimento merecido para quem prefere o Plasma.
E para os mais aventureiros, há uma novidade extra: uma spin experimental com a interface Cosmic, do Pop!_OS. Ainda em estágio alfa, mas já uma demonstração de que o Fedora está disposto a abraçar novas experiências.
Linux Mint 22 abre mais o caminho para o Wayland
O Linux Mint continua sua trajetória de refinamentos, e a próxima versão promete melhorias significativas. O gerenciador de arquivos ganhou um sistema de busca mais poderoso, com suporte a expressões regulares (regex), permitindo buscas ultra-específicas — perfeito para quem vive mergulhado em pastas cheias de arquivos.
Outro avanço importante é o trabalho contínuo na adaptação do Cinnamon para Wayland. Ainda não está 100%, mas a próxima versão deve trazer suporte a layouts de teclado e métodos de input no novo protocolo gráfico. E para os fãs do LMDE (a versão baseada em Debian), uma boa notícia: suporte a instalação OEM, facilitando a pré-instalação em máquinas vendidas com o sistema.
Por fim, mudanças internas na engine JavaScript do Cinnamon visam facilitar a vida de quem empacota a interface para outras distros. Nada que o usuário final perceba, mas um passo importante para manter o Mint relevante no longo prazo.
Drops rápidos
- Google “proíbe” Androids com menos de 32GB: A partir do Android 15, dispositivos com menos de 32 GB não poderão ter certificação GMS (ou seja, sem Play Store). A justificativa? Garantir uma experiência mínima decente, já que sistemas mais antigos mal tinham espaço para apps básicos;
- Ubisoft libera ferramenta de daltonismo: O UbiChroma, agora open-source, permite que desenvolvedores testem como jogadores com daltonismo enxergam seus games, facilitando a criação de modos de acessibilidade;
- Promoção da semana: O clássico indie Fez, um jogo de plataforma que brinca com perspectiva 3D em um mundo 2D, está por menos de R$ 6 no Steam — e roda nativamente no Linux.
E assim seguimos, em um mundo onde distribuições nascem, evoluem e, às vezes, se despedem — mas sempre deixando um rastro de inovação e comunidade.
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