A segurança dos sistemas operacionais é uma preocupação crescente, especialmente em um mundo onde ameaças cibernéticas evoluem constantemente. Recentemente, um marco na segurança digital foi atingido: a descoberta do Bootkitty, o primeiro bootkit UEFI desenvolvido especificamente para sistemas Linux. Embora seja alarmante, especialistas em segurança afirmam que não há necessidade de pânico, desde que sejam seguidas práticas adequadas de proteção.
O que é o Bootkitty?
O Bootkitty foi identificado por pesquisadores da ESET, renomada empresa de segurança cibernética, após sua submissão anônima ao VirusTotal como um aplicativo UEFI desconhecido, nomeado “bootkit.efi”. Após análise, a equipe confirmou que o Bootkitty era um bootkit destinado a comprometer o processo de inicialização de sistemas Linux, em particular versões específicas do Ubuntu.
Para entender o impacto potencial, é importante saber o que é um bootkit. Trata-se de um tipo de rootkit projetado para infectar o processo de inicialização do sistema operacional. Por atuar em um estágio tão inicial, o bootkit permite que atacantes realizem ações maliciosas enquanto permanecem invisíveis para métodos tradicionais de detecção.
Como o Bootkitty funciona?
Segundo os pesquisadores, o objetivo principal do Bootkitty é:
- Desativar a verificação de assinatura do kernel, uma medida de segurança que impede a execução de binários não assinados.
- Pré-carregar binários ELF desconhecidos através do processo de inicialização do Linux.
O bootkit opera em sistemas UEFI, mesmo com o Secure Boot ativado, mas apenas se os atacantes conseguirem instalar certificados UEFI maliciosos. Além disso, sistemas com o Secure Boot desativado também estão vulneráveis.
Os pesquisadores encontraram duas funções não utilizadas no código do Bootkitty. Uma delas gerava a arte ASCII que batizou o malware, enquanto outra imprimia listas com possíveis autores e colaboradores.

Apesar de especulações, a ESET concluiu que o Bootkitty não está relacionado ao grupo de ransomware BlackCat, conhecido por desenvolver malwares baseados em Rust, enquanto o Bootkitty foi escrito em C.
O estado atual do Bootkitty
Atualmente, o Bootkitty é visto como prova de conceito. De acordo com os dados da ESET, ele ainda não foi usado em ataques reais. Apesar disso, sua existência levanta questões sobre o futuro da segurança em sistemas Linux, especialmente considerando seu crescimento tanto no uso pessoal quanto corporativo.
Embora o cenário não seja alarmante, é importante adotar medidas preventivas para proteger seu sistema.
Como proteger seu sistema Linux?
Aqui estão algumas recomendações da ESET para minimizar o risco de comprometimento:
- Mantenha o Secure Boot ativado: Esse recurso impede que bootloaders maliciosos sejam executados, embora o Bootkitty consiga superar essa barreira caso tenha infectado o computador antes do usuário ativar o Secure Boot;
- Atualize regularmente o sistema operacional: A instalação de patches e atualizações garante que vulnerabilidades conhecidas sejam corrigidas;
- Atualize a lista de revogação do UEFI: Isso ajuda a impedir a execução de bootloaders comprometidos;
- Use distribuições suportadas: Sistemas antigos ou sem suporte oficial são mais vulneráveis a ataques.
Além disso, adotar boas práticas de segurança geral, como monitoramento de atividade incomum e o uso de ferramentas de proteção avançadas, pode ajudar a manter sua máquina segura, especialmente em ambientes corporativos.
Por que isso importa?
A descoberta do Bootkitty é um marco que reforça a evolução do cenário de ameaças cibernéticas para sistemas Linux. Antes vistos como alvos menos atraentes, sistemas Linux agora enfrentam maior atenção de grupos maliciosos devido ao aumento de sua base de usuários e à presença crescente no mercado corporativo.
Com mais informações disponíveis, como os indicadores de comprometimento (IoCs) no GitHub da ESET, profissionais de segurança e desenvolvedores podem estudar o Bootkitty e reforçar as defesas contra ameaças futuras.
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