ARM “alivia a barra” para a Qualcomm: Snapdragon X Elite está a salvo?
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ARM “alivia a barra” para a Qualcomm: Snapdragon X Elite está a salvo?

A tecnologia é um campo cheio de inovações, mas também de disputas. E quando duas gigantes como ARM e Qualcomm entram em conflito, o cenário fica ainda mais interessante. Recentemente, a ARM desistiu de revogar a licença da Qualcomm para o uso de sua arquitetura de chips, encerrando (pelo menos por enquanto) uma batalha judicial que poderia ter impactado o mercado de smartphones, tablets e até mesmo notebooks. Vamos entender o que está por trás dessa disputa e por que ela é tão importante.

ARM VS Qualcomm

Tudo começou com a aquisição da Nuvia, uma startup de chips, pela Qualcomm em 2021. A Nuvia estava desenvolvendo uma CPU para data centers, e sua tecnologia foi a base para a criação da CPU Oryon, que hoje equipa os chips Snapdragon X Elite e Snapdragon X Plus, usados em notebooks e smartphones.

O problema é que a Nuvia tinha um acordo de licenciamento com a ARM, e a Qualcomm, ao adquirir a startup, começou a usar a tecnologia desenvolvida pela Nuvia em seus próprios chips. A ARM alegou que a Qualcomm não tinha o direito de usar essa tecnologia sem um novo licenciamento, o que levou a uma disputa judicial.

Em outubro de 2024, a ARM ameaçou revogar a licença da Qualcomm, o que poderia paralisar a produção de chips Snapdragon e afetar milhões consumidores. No entanto, em fevereiro de 2025, a ARM recuou informando que não pretende mais encerrar o acordo de licenciamento.

A arquitetura da ARM é a base de muitos chips usados em smartphones, tablets e, mais recentemente, notebooks. Por sua vez, a Qualcomm é uma das maiores fabricantes de chips do mundo, e seus produtos Snapdragon são essenciais para dispositivos Android e agora também começa a marcar presença para PCs com Windows.

Desenvolvida a partir da tecnologia da Nuvia, a CPU Oryon é a grande aposta da Qualcomm para competir com os chips Apple M, que também usam a arquitetura ARM. Esses chips prometem alto desempenho com baixo consumo de energia, elevando dispositivos móveis e notebooks a um novo patamar.

Se a ARM tivesse revogado a licença da Qualcomm, a produção de chips Snapdragon poderia ser interrompida, afetando não apenas a Qualcomm, mas também fabricantes como a Microsoft e outras empresas que dependem desses componentes.

Mais de 60% das máquinas virtuais da Azure, a plataforma de nuvem da Microsoft, rodam em chips baseados na arquitetura ARM, muitos deles derivados da Qualcomm. Ou seja, essa disputa poderia ter impactado até mesmo a computação em nuvem.

Em dezembro de 2024, a Qualcomm obteve uma vitória parcial no tribunal. O júri decidiu que os chips da empresa estão devidamente licenciados sob o acordo com a ARM. No entanto, como a decisão não foi unânime, a ARM entrou com um recurso para um novo julgamento.

Apesar disso, a retirada da ameaça de revogação da licença pela ARM sugere que as duas empresas podem estar caminhando para um acordo fora dos tribunais. Afinal, uma batalha judicial prolongada não beneficia nenhum dos lados.

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