Quando pensamos em open source, a Microsoft não é exatamente a primeira empresa que vem à mente. Afinal, a gigante de Redmond é mais conhecida por seu sistema operacional proprietário, o Windows, e por softwares como o Office. No entanto, nos últimos anos, a Microsoft tem se tornado uma das maiores contribuidoras para o ecossistema de código aberto. Sim, você leu certo: a Microsoft e o open source estão mais próximos do que nunca.
Visual Studio Code
Um dos projetos open source mais famosos da Microsoft é o Visual Studio Code (ou VS Code, para os íntimos). Esse editor de código é amplamente utilizado por desenvolvedores de todas as áreas, desde programadores web até engenheiros de dados.
O VS Code é, em grande parte, open source e foi desenvolvido em TypeScript, uma linguagem de programação criada pela própria Microsoft. Sim, a Microsoft criou uma linguagem de código aberto com a qual desenvolveu um editor de código aberto.
O sucesso do VS Code se deve, na maioria, à sua loja de extensões. Quer suporte para Python? Tem. Quer integrar Docker? Tem também. Quer uma extensão que transforme seu código em arte abstrata? é possível que também tenha. A flexibilidade e a comunidade ativa fazem do VS Code o ambiente de desenvolvimento favorito de muitos programadores.
O VS Code é tão popular que até desenvolvedores que trabalham em outras plataformas, como Linux e macOS, o adotaram. E olha que a Microsoft já foi conhecida por sua rivalidade com esses sistemas.
TypeScript
Falando em TypeScript, essa linguagem de programação é outro exemplo do interesse da Microsoft pelo open source. Criada como uma extensão do JavaScript, o TypeScript adiciona tipagem estática e outras funcionalidades que facilitam o desenvolvimento de aplicações complexas.
Hoje, o TypeScript é uma das linguagens mais amadas pelos desenvolvedores, segundo pesquisas como a do Stack Overflow. E, claro, seu código está disponível no GitHub, o principal repositório de projetos open source do mundo. Falando nisso…
GitHub
Em 2018, a Microsoft comprou o GitHub por US$ 7,5 bilhões. Na época, muitos na comunidade open source ficaram preocupados. Afinal, a Microsoft tinha uma reputação de ser “fechada” e “proprietária”.
No entanto, a Microsoft surpreendeu a todos ao manter o GitHub como uma plataforma independente e continuar investindo em ferramentas e recursos para a comunidade. Hoje, o GitHub é o lar de milhões de projetos open source, incluindo muitos mantidos pela própria Microsoft.
PowerToys
Outro projeto open source da Microsoft que merece destaque é o PowerToys. Esse conjunto de ferramentas é como um “tuning” para o Windows, adicionando funcionalidades que muitos usuários nem sabiam que precisavam.
Com o PowerToys, você pode redimensionar janelas com precisão, selecionar cores diretamente da tela, renomear arquivos em massa e até mesmo usar um launcher estilo Spotlight (aquele do macOS). Tudo isso de graça e com código aberto.
Se você é usuário do Windows e ainda não conhece o PowerToys, está perdendo tempo. É como descobrir que seu carro tem um modo turbo que você nunca usou.
Microsoft e Linux, uma amizade inesperada
Agora, vamos falar da relação mais surpreendente: a Microsoft e o Linux. Sim, a mesma empresa que já chamou o Linux de “câncer” agora é uma das maiores contribuidoras para o kernel de código aberto.
A Microsoft é membro da Linux Foundation na categoria Platinum, a mais alta possível. Além disso, a empresa contribui ativamente para o desenvolvimento do kernel Linux. Mas por que uma empresa que lucra com o Windows investiria no Linux?
A resposta está na Azure, a plataforma de computação em nuvem da Microsoft. Mais de 60% das máquinas virtuais da Azure rodam Linux. Ou seja, é do interesse da Microsoft que o Linux seja estável, seguro e eficiente. Afinal, se o Linux vai bem, a Azure vai melhor ainda.
Se você ainda acha que a Microsoft e o Linux são inimigos, saiba que, atualmente, eles estão mais para “amigos coloridos”.
Open source é o futuro
A Microsoft pode não ser a primeira empresa que vem à mente quando pensamos em open source, mas seus investimentos e contribuições mostram que ela leva o código aberto a sério. E, claro, há um toque de ironia nisso tudo. A empresa que já foi sinônimo de software proprietário agora é uma importante contribuidora do open source.
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