A interface gráfica GNOME 44 apresentou um novo recurso para gerenciar aplicativos em segundo plano, de forma diferente do que acontece com a maioria dos sistemas, gerando uma certa resistência em usuários mais conservadores que podem não ter entendido a proposta do GNOME. No lançamento, a funcionalidade apresentou poucos aplicativos compatíveis, mas rapidamente está ganhando aderência dos desenvolvedores e promete evoluir mais nos próximos lançamentos da interface!
Por que o GNOME fez diferente?
Segundo Georges Stavracas, o desenvolvedor brasileiro responsável pelo recurso de aplicativos em segundo plano do GNOME, a comunidade por trás da interface estava insatisfeita como a maioria dos sistemas lida com este recurso, onde o usuário interage com um ícone presente na bandeja do sistema, com a possibilidade de haver um menu de contexto feito pelos criadores da aplicação. A equipe do GNOME acreditava que podia fazer melhor, com uma abordagem diferente.
De fato, a solução apresentada pela maioria das interfaces quebra a coesão do sistema e cada aplicativo pode se comportar de maneira diferente, de forma que o usuário precisa aprender a lidar com cada caso. A maneira como o GNOME está administrando os aplicativos em segundo plano pode ainda não ser a mais completa para algumas pessoas, entretanto a interação é sempre a mesma, tornando a usabilidade do sistema operacional mais previsível.
Georges disse que “o monitoramento de aplicativos em segundo plano existe para que as pessoas possam ver o que está sendo executado sem uma janela visível, algo importante para a transparência do desktop. Os programas são forçados a se comportar de maneira mais previsível e reportar o que estão fazendo. As pessoas terão a chance de avaliar e eventualmente bloquear apps suspeitos de rodarem em segundo plano. É uma mistura de privacidade, transparência, ergonomia e conveniência. O propósito do portal não é ser um substituto dos ícones da bandeja”.
Ele está satisfeito com a forma como o recurso funciona e nos próximos lançamentos, pretende fazer “algumas pequenas melhorias que podem aparecer no menu do GNOME Shell, mas o fundamental parece estar funcionando razoavelmente bem”. Não há planos para expandir a função a outros formatos além do Flatpak, outro formato que também poderia se tornar compatível é o Snap, mas a Canonical não parece ter planos de implementar este tipo de monitoramento. Pacotes de aplicações que não funcionam em sandbox não podem ser monitorados.
Alguns usuários têm reclamado da nova solução e preferem continuar com os ícones na bandeja. Para isso, GNOME possui a opção de adicionar extensões, o que pode ser feito com poucos cliques, dessa forma, graças a comunidade de desenvolvedores, os usuários contam com inúmeras formas de personalizar a sua distro.
O crescimento dos aplicativos em segundo plano
Apesar da resistência, a aderência à funcionalidade de aplicativos em segundo plano do GNOME tem crescido e é comum vermos novos aplicativos se adequando ao padrão. A princípio, a ferramenta foi lançada com poucas opções, como o Steam, o Boatswain e o Amberol, mesmo com o portal estando disponível para desenvolvedores alguns meses antes. Agora, mais de um mês depois do lançamento, já temos mais programas compatíveis, como o Time Switch, um timer que pode te ajudar a realizar suas tarefas mais rapidamente e o Tube Converter, que faz download e conversão de arquivos em segundo plano, demonstrando que os desenvolvedores estão compreendendo o propósito da ferramenta.
A liberdade oferecida pelo ecossistema Linux permite que cada desenvolvedor, cada equipe, cada usuário, deixe o seu sistema operacional da maneira como acredita ser a melhor. O pessoal do GNOME criou uma nova solução para os aplicativos em segundo plano, onde você consegue acessá-los quando quiser, sem que eles fiquem aparecendo ou chamando a sua atenção o tempo todo, ao mesmo tempo que mantém a identidade visual do sistema.
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