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2025, o ano do Linux no Desktop?

O famoso meme sobre “o ano do Linux” é uma brincadeira antiga na comunidade de tecnologia. A ideia de que um dia o Linux dominaria os desktops é renovada ano após ano, mas até hoje permanece como uma utopia divertida. Contudo, algumas mudanças tecnológicas e de mercado previstas para 2025 indicam que, mesmo que não seja “o ano do Linux”, ele pode ganhar ainda mais relevância nos desktops e na percepção do usuário comum.

O que seria o “ano do Linux”?

Antes de mais nada, vale refletir: o que significaria, de fato, “o ano do Linux”? Seria quando o Linux se tornasse o sistema operacional mais utilizado no mundo? Nesse caso, podemos argumentar que já aconteceu. O Linux domina servidores, supercomputadores, dispositivos móveis (via Android) e até TVs. Contudo, no segmento de desktops, ele continua distante de superar o Windows e o macOS.

A brincadeira provavelmente se refere ao mercado de desktops. Mesmo assim, é inegável que o Linux avançou muito, conquistando um espaço modesto, mas significativo. Ele oferece alternativas robustas para quem busca mais privacidade, personalização e controle sobre seus dispositivos. Para muitos, especialmente profissionais de tecnologia, o Linux já é a escolha principal.

O fim do suporte ao Windows 10: uma oportunidade para o Linux

Uma das mudanças mais significativas previstas para 2025 é o fim do suporte oficial ao Windows 10, programado para 14 de outubro. Embora muitos usuários devam migrar para o Windows 11, outros podem aproveitar a oportunidade para explorar alternativas, especialmente considerando os requisitos de hardware do Windows 11, como suporte a TPM 2.0 e processadores mais recentes (lançados após 2017).

Essas exigências devem gerar toneladas de lixo eletrônico, já que máquinas perfeitamente funcionais deixam de ser compatíveis com o Windows 11. Esse cenário é ideal para distribuições Linux, que podem dar uma nova vida a esses computadores. Para organizações e indivíduos, o Linux oferece um ambiente estável e eficiente, sem custos adicionais de licença, garantindo que equipamentos mais antigos permaneçam úteis.

A possibilidade de reutilizar hardware é um dos pontos que fortalecem a posição do Linux em 2025. Esse apelo é especialmente relevante em um momento em que preocupações ambientais, como a redução de resíduos eletrônicos, estão em alta.

Crescimento lento, mas constante

De acordo com o StatCounter, o Linux atingiu 4% de participação nos desktops em 2024, um recorde histórico. Se adicionarmos o Chrome OS – que é baseado em Linux – esse número sobe para 6%. Embora ainda pequeno comparado ao Windows (cerca de 70%) e macOS (15%), o crescimento é constante.

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Desde 2009, o Windows perdeu 25% do mercado global de desktops. Se essa tendência continuar, o Linux pode atingir 5% até 2026, consolidando seu espaço como uma alternativa relevante. Mais do que os números, o aumento gradual de adeptos mostra que o sistema tem ganhado confiança de usuários comuns e empresas.

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Outro ponto interessante é a influência de comunidades e iniciativas open source. As distribuições Linux evoluem constantemente com a contribuição direta de usuários e desenvolvedores ao redor do mundo. Isso fortalece o ecossistema, gerando uma experiência mais rica e adaptada às necessidades de diferentes públicos.

Privacidade como fator de atração

A crescente preocupação com a privacidade digital também desempenha um papel importante. Dados do Google Trends mostram que termos relacionados a “privacidade digital” têm aumentado consistentemente nos últimos anos. Embora muitos ainda aceitem as práticas invasivas de grandes empresas, outros buscam alternativas mais respeitosas.

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Nesse contexto, o Linux é uma opção atraente. Distribuições como Fedora, Debian e MX Linux e praticamente todas as demais, são conhecidas por respeitar a privacidade do usuário, oferecendo um ambiente livre de publicidade ou coleta excessiva de dados. Esse fator, aliado ao aumento de conscientização sobre segurança digital, pode atrair novos adeptos, especialmente entre aqueles que buscam mais controle sobre seus dispositivos.

Avanços técnicos

No lado técnico, 2025 marca avanços significativos no Linux, especialmente com o protocolo gráfico Wayland. Este substitui o antigo Xorg, oferecendo melhorias como suporte a HDR, VRR e uma experiência gráfica mais moderna e fluida.

O Wayland também apresenta maior segurança e estabilidade, além de um desempenho mais eficiente em dispositivos modernos. Empresas como a NVIDIA, que antes eram mais resistentes à adoção do Wayland, agora oferecem suporte robusto em seus drivers, indicando um comprometimento com essa evolução.

Outro marco foi a implementação do suporte ao Wayland pelo Wine, ferramenta que permite rodar aplicativos Windows no Linux. Isso não apenas melhora o desempenho de jogos e aplicativos gráficos, mas também amplia a compatibilidade de software no sistema, reduzindo barreiras para novos usuários.

Valve e SteamOS

A Valve, criadora do Steam, continua a ser uma das maiores aliadas do Linux no mundo dos jogos. Seu console Steam Deck, que utiliza o sistema operacional SteamOS (baseado em Linux), é um sucesso entre gamers. Em 2025, a Valve expande suas diretrizes de marca, permitindo que mais fabricantes lancem dispositivos com SteamOS pré-instalado.

Esse movimento é estratégico ao aumentar a visibilidade do Linux no mercado gamer. Atualmente, o ProtonDB – ferramenta que avalia a compatibilidade de jogos no Linux – registra mais de 17 mil títulos jogáveis. Isso transforma o sistema em uma plataforma viável para jogadores, ainda que desafios como os anti-cheats ao nível de kernel continuem limitando alguns títulos populares.

Com o apoio da Valve e o crescimento da comunidade gamer no Linux, o sistema está se tornando mais atrativo. O SteamOS não apenas é uma vitrine para o Linux, mas também prova que é possível oferecer uma experiência de alta qualidade para jogos.

Sustentabilidade e eficiência

Outro ponto que merece destaque é o papel do Linux na promoção da sustentabilidade. Ao permitir que computadores antigos continuem funcionando de forma eficiente, o sistema ajuda a reduzir o desperdício eletrônico. Isso se alinha com o crescente apelo por soluções sustentáveis em tecnologia.

As distribuições Linux são conhecidas por sua leveza e capacidade de rodar em hardwares menos potentes, algo fundamental para usuários que não podem ou não querem investir em novos dispositivos. Além disso, o modelo open source incentiva a colaboração global, permitindo a criação de ferramentas que beneficiam comunidades em diferentes contextos.

Uma década promissora

Embora 2025 não seja necessariamente o “ano do Linux”, ele promete ser um marco importante na trajetória do sistema. Com o fim do suporte ao Windows 10, avanços técnicos como o Wayland, e o crescente interesse por privacidade e sustentabilidade, o Linux continua a conquistar seu espaço.

A próxima década será determinante. Se o Linux mantiver seu crescimento e superar barreiras como anti-cheats, compatibilidade de software e a adesão por mais fabricantes e distribuidores de computadores pessoais, pode se tornar uma alternativa ainda mais atraente para usuários comuns e profissionais.

Enquanto isso, seguimos construindo, tijolo por tijolo, o caminho para o tão sonhado “ano do Linux”. Talvez ele nunca chegue de forma absoluta, mas o avanço constante do sistema mostra que ele está longe de ser apenas um meme.

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