KDE Plasma não terá mais versões LTS
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KDE Plasma não terá mais versões LTS

Em um movimento que promete impactar a experiência do usuário Linux, a equipe do KDE Plasma anunciou mudanças significativas em sua estratégia de desenvolvimento durante uma sprint realizada em Graz, Áustria. As decisões incluem o fim das versões LTS, um novo sistema de telemetria opt-in e melhorias na segurança de temas de terceiros.

O fim do KDE Plasma LTS

Durante anos, o KDE manteve uma versão “Long-Term Support” (LTS) do Plasma, mas a realidade era bem menos glamourosa do que o nome sugeria. Essas versões recebiam backports de correções, mas raramente eram testadas adequadamente pela equipe principal. Como resultado, os usuários esperavam estabilidade, mas frequentemente encontravam bugs não resolvidos.

A solução? Eliminar o rótulo LTS e estender o suporte para todas as versões regulares. Agora, cada lançamento do KDE Plasma receberá seis atualizações de correção (em vez de cinco), garantindo maior longevidade sem dividir a atenção dos desenvolvedores.

Distribuições como Kubuntu e openSUSE ainda poderão oferecer suporte estendido, mas a mensagem é clara: problemas em versões antigas devem ser reportados diretamente às distribuições, não ao KDE. Isso permite que os desenvolvedores foquem em corrigir bugs na versão atual, em vez de gastar tempo com relatos de problemas em softwares desatualizados.

Telemetria

A palavra “telemetria” costuma causar arrepios na comunidade open-source, mas o KDE está adotando uma abordagem transparente e controlada pelo usuário. Inspirado no Steam Hardware Survey, o novo sistema permitirá:

  • Pesquisas periódicas e específicas: Em vez de coletar dados genéricos continuamente, o Plasma poderá lançar questionários pontuais (sempre opt-in) para orientar decisões de desenvolvimento;
  • Transparência total: Os usuários verão exatamente quais dados serão enviados antes de optar por participar;
  • Feedback direto: Se os desenvolvedores considerarem remover um recurso pouco usado (como um efeito do KWin), poderão enviar uma pesquisa rápida para entender quem ainda depende dele.

Os dados agregados serão publicados abertamente, seguindo o exemplo da Valve. A ideia é usar informações reais para tomar decisões, em vez de depender apenas de palpites.

Mais segurança em temas de terceiros

Lembra do incidente em que um tema global defeituoso causou perda de dados? O KDE está finalmente resolvendo esse problema. Como temas baseados em QML são essencialmente código executável, eles representam um risco inerente. A solução inclui:

  • Remoção gradual da capacidade de temas QML: Telas de bloqueio e notificações (OSDs) já não suportam mais personalização via QML. Splash screens e temas de login serão os próximos;
  • Sandboxing para plugins: Widgets e papéis de parede de terceiros que ainda precisam de QML serão executados em ambientes isolados, impedindo que código malicioso afete o sistema inteiro;
  • Melhor curadoria na KDE Store: A equipe planeja trabalhar com a Pling (que hospeda a loja) para combater softwares “lixo” gerados por IA, ou agentes maliciosos e melhorar a moderação.

Uma nova abordagem para multitarefa

O recurso “Atividades” sempre foi um tanto confuso – poucos entendem seu propósito, e menos ainda o usam efetivamente. A nova visão do KDE é transformá-lo em um sistema que permita:

  • Configurações específicas por atividade: Imagine seu cliente de e-mail exibindo contas diferentes dependendo se você está no modo “Trabalho” ou “Pessoal”;
  • Perfilamento universal de apps: Em vez de cada aplicativo precisar implementar seu próprio sistema de perfis, o Plasma oferecerá um serviço unificado (inicialmente para apps containerizados, com planos de expansão).

Alinhamento com distros e hackeamento produtivo

A sprint também discutiu a possibilidade de reduzir o ciclo de lançamentos de três para duas versões anuais, alinhando-se com os calendários do Fedora e Kubuntu. Isso tornaria cada versão um “mini-LTS”, com mais tempo para polimento.

Entre as discussões, os desenvolvedores ainda encontraram tempo para codificar – desbloqueando melhorias e resolvendo bugs graças à colaboração presencial. Graz, com sua arquitetura charmosa, provou ser o cenário perfeito para essas decisões que moldarão o futuro do KDE Plasma.

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