O mundo Linux acaba de ganhar seu primeiro presente de outono: o kernel 6.14 chegou oficialmente, trazendo uma série de melhorias que deixam processadores AMD, Intel e até chips RISC-V mais felizes. E veio quase no horário marcado. Linus Torvalds, em seu tradicional estilo descontraído, admitiu que o lançamento atrasou um dia não por algum problema técnico complexo, mas sim por “pura incompetência” (palavras dele, não nossas).
AMD com IA e criptografia
Quem usa os processadores AMD mais recentes pode comemorar. O kernel 6.14 introduz suporte oficial ao Ryzen AI NPU6, graças ao novo driver AMDXDNA, que promete melhorar o desempenho em cargas de trabalho de inteligência artificial, gerenciamento de energia e compatibilidade de firmware.
Mas não é só isso: os donos de CPUs Zen 4 e Zen 5 vão sentir os cabelos esvoaçando com a velocidade extra graças a otimizações nos padrões de criptografia AES-GCM e AES-XTS, com ganhos de 2% e 3%, respectivamente. Pode parecer pouco, mas em tarefas intensivas, cada porcento conta.
E para quem investiu nas novas GPUs RDNA 4, o kernel 6.14 já nasceu pronto para elas, especialmente quando combinado com o driver RADV.
Intel não fica para trás
A Intel também recebeu seu carinho no novo kernel. Os futuros processadores Panther Lake, com gráficos Xe3, ganharam suporte a modos Ultra-High Bit Rate (UHBR) via DisplayPort no Thunderbolt Alt-Mode, permitindo taxas de transferência mais altas (10G e 20G). Além disso, dando um toque do frescor outonal, um novo driver térmico foi implementado para melhorar a eficiência energética desses chips.
E para quem roda GPUs Arc Alchemist em CPUs mais antigas (como Alder Lake, Comet Lake e afins), as melhorias no consumo de energia devem trazer um sopro de alívio – e talvez alguns watts a menos na conta de luz.
RISC-V com IA
O mundo dos chips RISC-V não foi esquecido. O kernel 6.14 traz suporte ao SpacemiT K1, um SoC de oito núcleos otimizado para cargas de trabalho em IA com foco em eficiência energética.
Mas a mudança mais importante para a arquitetura foi o patch para a vulnerabilidade GhostWrite, que comprometia a segurança de memória em alguns processadores RISC-V. A solução? Desabilitar o conjunto de instruções XTHeadVector se um CPU vulnerável for detectado. Simples, direto e eficaz.
Armazenamento, memória e… tecla do Copilot?
O sistema de arquivos Bcachefs continua sua jornada para sair do status “experimental”, com novas mudanças no formato de disco e ajustes diversos. Enquanto isso, o gerenciamento de memória ganhou melhorias na precisão de alocação e suporte a I/O não cacheado, o que deve agradar quem trabalha com grandes volumes de dados.
E para os usuários de laptops modernos, uma curiosidade: a tecla Copilot, aquela que a Microsoft tanto ama, agora é reconhecida pelo Linux como… um simples F23. Pode não ser revolucionário, mas pelo menos evita que o sistema fique confuso com um botão que não sabe o que fazer e ainda deve permitir remapear para alguma função útil.
Quem vai receber primeiro e qual o prazo de validade?
Como sempre, os usuários de distribuições rolling release (como Arch Linux) e bleeding edge como o Fedora serão os primeiros a receber o kernel 6.14. Quem prefere distros baseadas em Ubuntu LTS pode tentar instalá-lo manualmente, mas a recomendação é clara: só para quem gosta de viver no limite.
Para os demais, o jeito é esperar pelos lançamentos oficiais das respectivas distribuições. Afinal, paciência também é uma virtude no mundo open-source.
Como todo lançamento não-LTS, essa versão terá vida curta – cerca de 9 a 12 semanas – antes de ser substituída. Mas o que ela traz nesse período promete deixar qualquer fã de hardware animado.
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