Rolling release vs. point release – Como funcionam as distribuições Linux
No mundo do Linux, há inúmeras distribuições, cada uma com características únicas para atender às mais variadas necessidades dos usuários. Em episódios anteriores do Diocast, discutimos as particularidades que diferenciam essas distribuições. Hoje, nosso foco é desvendar termos fundamentais que ajudam a entender as diferenças entre as distribuições, como o conceito de rolling release e point release.
O Que é rolling release?
Um dos termos mais comuns quando se fala de distribuições Linux é rolling release. Para entender esse conceito, basta pensarmos em “lançamento contínuo”. Em essência, distribuições que seguem esse modelo oferecem atualizações constantes de software, sem a necessidade de grandes atualizações periódicas. Isso significa que, após a instalação, o sistema será continuamente atualizado sem que você precise reinstalá-lo ou fazer grandes upgrades.
A principal vantagem das distribuições rolling release é que os pacotes de software são atualizados frequentemente. Um bom exemplo é o Arch Linux, uma das distribuições rolling release mais conhecidas. Ao contrário de distribuições que seguem um modelo mais tradicional, como o Ubuntu, que lança novas versões a cada seis meses, no Arch Linux, você recebe atualizações quase imediatamente após o lançamento do software pela comunidade ou desenvolvedores.
Esse ciclo contínuo de atualizações tem suas vantagens, como manter o sistema sempre atualizado com as últimas funcionalidades e correções. No entanto, também pode apresentar desafios, especialmente em ambientes corporativos, onde estabilidade e previsibilidade são prioridades.
Além do Arch Linux, outras distribuições seguem o modelo rolling release, como o OpenSUSE Tumbleweed. Essas distribuições são populares entre usuários avançados que desejam estar sempre com as versões mais recentes dos pacotes.
É interessante observar que o conceito de rolling release não se aplica apenas a distribuições Linux. Um bom exemplo disso são os navegadores de internet, como o Google Chrome ou o Firefox. Quando você instala um navegador, ele recebe atualizações frequentes sem a necessidade de reinstalar ou fazer grandes atualizações. Mesmo que esses navegadores tenham números de versão, pelo fato de receberem atualizações frequentes sem interrupção, podemos classificar como rolling release.
Point release
Por outro lado, temos o conceito de point release, que é o modelo de lançamento que muitas pessoas estão acostumadas, adotado por sistemas como Ubuntu, Fedora, Debian, Windows e macOS. Neste caso, há versões pontuais do sistema operacional que são lançadas em intervalos regulares, e o usuário precisa atualizar o sistema para essas novas versões para continuar recebendo suporte e melhorias.
Por exemplo, o Ubuntu segue um ciclo de lançamento semestral, com versões lançadas em abril e outubro de cada ano. Assim, se você estivesse utilizando o Ubuntu 23.10 e quisesse atualizar para o Ubuntu 24.04, você faria uma atualização significativa que traria não apenas novos recursos, mas também uma nova versão da interface e outros componentes do sistema.
Long Term Support (LTS)
Um subtipo de point release muito conhecido é o lançamento LTS (Long Term Support), que oferece suporte estendido para sistemas, como os cinco anos padrão do Ubuntu LTS. Isso é particularmente útil para ambientes corporativos que necessitam de estabilidade a longo prazo em servidores e terminais, preferindo evitar atualizações constantes, como ocorre no modelo rolling release.
Confusões Comuns
Embora o conceito de rolling release pareça simples, há algumas armadilhas que podem confundir os usuários. Um exemplo é a questão dos números de versão. Muitas distribuições rolling release ainda mantêm números de versão para indicar diferentes estados do sistema ou pacotes, como o Arch Linux, que usa a data da compilação da ISO como referência. Isso pode dar a falsa impressão de que o sistema possui versões separadas, quando, na verdade, ele é continuamente atualizado.
Por outro lado, distribuições point release, como o Ubuntu, possuem versões claramente definidas, como o Ubuntu 22.04 ou 23.10, que indicam lançamentos distintos que o usuário pode instalar e atualizar conforme necessário.
Rolling release vs. point release: Qual a Melhor Opção?
Escolher entre uma distribuição rolling release ou uma point release depende muito das necessidades do usuário, ou da organização. Para usuários domésticos, programadores e outros profissionais que gostam de experimentar e estar sempre com as versões mais recentes dos pacotes, o modelo rolling release pode ser a melhor escolha. Entretanto, para ambientes que requerem estabilidade, como empresas e instituições de ensino, ou para usuários que não desejam se preocupar com atualizações críticas por um bom tempo, uma point release LTS é uma ótima escolha.
Uma das maiores diferenças entre os dois modelos é a forma como as atualizações são entregues. No rolling release, as atualizações são pequenas e contínuas. Você nunca terá que fazer uma grande atualização, pois o sistema vai se ajustando ao longo do tempo. Já no modelo point release, as atualizações ocorrem em blocos maiores e em intervalos mais espaçados, conferindo resultados mais previsíveis.
Por exemplo, se você estiver usando uma distribuição rolling release, como o Arch Linux, receberá atualizações constantes para cada pacote de software assim que ele for liberado pela comunidade ou pelos desenvolvedores. Isso pode incluir novas funcionalidades, interface gráfica, correções de bugs e melhorias de segurança. No entanto, em uma point release, como o Ubuntu, você precisará esperar até o próximo grande lançamento para ter acesso às novas versões de pacotes, como uma versão posterior do GNOME, outro software point release.
Embora a cada dois anos o Ubuntu tenha uma versão LTS, semestralmente lança uma edição com suporte reduzido, similar ao ciclo do Fedora. Isso permite aos usuários se manterem com pacotes mais recentes, podendo atualizar sem a necessidade de formatação, embora seja recomendado fazer o backup de arquivos importantes.
A distro que você usa tem qual tipo de ciclo de lançamento? Conte para a gente pelos comentários!
Você está escolhendo sua distro e se perguntou, por que existem tantas opções e por que elas se atualizam de maneiras tão diferentes? Assista ao episódio do Diocast, onde embarcamos em uma jornada pelo fascinante mundo das distros Linux e desvendamos os mistérios por trás dos seus ciclos de atualização.