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Haiku, um sistema operacional retrô para reviver seu computador antigo

Nem todo sistema operacional open source é baseado em Linux, existem variações de BSD, como o FreeBSD, o FreeNAS, o pfSense e até o GhostBSD. Mas hoje falaremos de algo além do próprio BSD, um sistema de código aberto, super interessante e leve para computadores fracos e muito antigos, chamado Haiku! 

Um sistema operacional independente

Para começo de conversa, Haiku, o nome do sistema, é uma palavra japonesa que designa um tipo específico de poesia, geralmente com versos simples e curtos, uma filosofia que também é aplicada ao próprio sistema operacional. Apesar dessa homenagem à cultura japonesa, as origens do projeto são um pouco diferentes, ele nasceu ainda em 2001 com a intenção de continuar o legado de outro sistema operacional chamado BeOS.

O BeOS era um sistema operacional desenvolvido pela Be Inc. em 1995 para ser vendido juntamente com um computador chamado BeBox, que usava um CPU PowerPC. Ele era um sistema proprietário feito em C++, que usava um kernel Monolítico, alcançando um certo sucesso no final dos anos 90. Teve 5 versões diferentes, e por algum tempo foi até visto como um competidor possível do Windows e do macOS, com estilo de sistema alternativo, espaço que depois foi tomado pelo próprio Linux. Seu impacto ocorreu principalmente no mercado japonês, o que explica a homenagem do Haiku.

Embora tenha sido descontinuado pela Palm, que tinha comprado a empresa que fazia o BeOS no início dos anos 2000, ele acabou dando origem a vários projetos que tentaram manter o seu legado de funcionalidade. O que ganhou mais destaque foi o OpenBeOS, que seria nominado de Haiku algum tempo depois.

Assim, o Haiku se tornou o sucessor espiritual do BeOS. Apesar não ser baseado no código do BeOS propriamente dito. Hoje o sistema tem uma licença open source MIT e tenta recriar a experiência de usuário que o BeOS trazia.

Como é o Haiku?

O sistema, desde o seu instalador, que suporta o português, ainda que nem tudo esteja traduzido, já entrega um estilo bem final de anos 90, com aquele cinza que o Windows 95 e 98 eternizaram. Ele é simples e também muito leve, para ter uma ideia, além de suportar 32 e 64 bits, o Haiku só precisa de um processador Pentium antigo para rodar, com 384MB de RAM, desde que a memória virtual esteja ativada, e 1 giga e meio de espaço em disco.

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Apesar desse ser o mínimo, o recomendado seria pelo menos um Pentium 4 com 512MB de RAM, 3GB de espaço em disco, e alguma placa de vídeo que funcione com VESA. Ou seja, realmente dá para reviver um daqueles computadores que eram brancos e ficaram amarelos porque você não colocava a capa de proteção que vinha com eles.

O desktop tem uma proposta diferente do que a gente está acostumado, apesar de ter alguns elementos familiares. Ele também tem janelas, como o Windows, porém, a barra de títulos ocupa somente um lado das janelas, em amarelo. 

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Temos ícones na área de trabalho, uma barra de tarefas na direita, onde se encontra os menus e a lista de janelas abertas. Você também consegue acessar os menus e as aplicações clicando com o botão direito em qualquer lugar na área de trabalho, e olha que tem bastante coisa já pré-instalada.

Para quem é o Haiku?

Mesmo com mais de 20 anos de desenvolvimento, o sistema continua em fase Beta. Apesar disso, os desenvolvedores dizem que é possível usar o Haiku como sistema principal, mas aconselham fazer backup das suas coisas com regularidade. 

Você provavelmente não teria interesse de rodar o Haiku no seu PC de produtividade moderno, muito provavelmente ele nem iria funcionar. Mas para rodar num computador super antigo, para acessar a internet, ler emails, ouvir músicas e ver vídeos, talvez seja uma opção.

Como é utilizar o Haiku no dia a dia?

O Haiku não é baseado em Linux, ao contrário do que alguns poderia imaginar, ele é feito do zero, o kernel é derivado do projeto “NewOS”, feito por um dos antigos desenvolvedores do BeOS, mas as aplicações do desktop, até mesmo o sistema de arquivo, tudo é feito pelo próprio projeto. Apesar disso, hoje há vários softwares de código aberto que também são usados em outros sistemas operacionais, como o Bash no terminal.

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O Haiku tem alguns utilitários interessantes, como um programa para gerir atualizações que realmente não tem muitas complicações e é simples de usar, além do “HaikuDepot”, que serve como um gestor de pacotes e aplicações para o sistema, semelhante ao que se encontra em algumas distros Linux.

Através do HaikuDepot, você pode, em tese, instalar mais aplicativos no Haiku, incluindo o navegador do GNOME e até mesmo o LibreOffice. Entretanto, ele deu erro toda vez que tentamos instalar algum pacote novo.

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De toda forma, o próprio sistema é até bem rico e vem com vários softwares para atividades diferentes, o navegador de internet se chama “WebPositive”, e apesar de ainda funcionar, ele tem algumas limitações com sites modernos, como o YouTube, por exemplo. Se bem que dependendo do hardware que você estiver o usando, não seria possível acessar esse tipo de site, de qualquer forma.

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Dentro das suas próprias limitações, o Haiku é um projeto muito interessante, que pode ser uma opção para salvar computadores realmente antigos, com mais de 20 ou 25 anos desde a sua fabricação

Mesmo que o sistema ainda esteja em um Beta eterno, ele se mostra uma opção viável para usos específicos, ou no mínimo uma curiosidade para aqueles que gostam de estudar como um sistema operacional pode funcionar, já que seu código é aberto. Uma parte especialmente interessante está na sessão de desenvolvimento do site, onde existem aulas gratuitas de C++ para ajudar no desenvolvimento do Haiku para iniciantes e intermediários.

Vale a pena utilizar o Haiku?

Sendo um software gratuito, com código aberto, qualquer pessoa pode baixar o Haiku e testar no computador, mas pelo o que testamos, não conseguiríamos, nem de longe, trabalhar com ele. Quando o assunto são máquinas muito antigas, seu apelo é um pouco maior. Existe um site inclusive que lista a compatibilidade de hardware do Haiku, que pode valer a pena conferir.

Ainda que o Haiku esteja longe de ser sistema realmente funcional, é bonito, é poético de ver, como o nome do projeto implica, um projeto de código aberto ser mantido por tantos anos, basicamente como um hobby, por pessoas apaixonadas por um conceito, onde cada marco merce ser lembrado.

É incrível o quanto existem projetos curiosos e interessantes que a gente nem imagina. Por exemplo, já ouviu falar do MiniOS, um sistema operacional para instalar no seu pen drive?

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