Quando falamos sobre ambientes gráficos leves, é comum pensar imediatamente no XFCE. Afinal, ele sempre foi sinônimo de simplicidade e eficiência, ideal para máquinas mais antigas ou com recursos limitados. No entanto, o cenário atual dos ambientes gráficos para Linux mudou bastante, e hoje em dia a diferença de desempenho entre o XFCE e outros ambientes, como o GNOME e o KDE Plasma, não é mais tão significativa. Vamos explorar essa evolução e entender por que a ideia de “leveza” pode ser revisitada.
XFCE: leve, mas nem tanto
O XFCE sempre foi conhecido por sua leveza e simplicidade. Ele é frequentemente recomendado para usuários que desejam um ambiente gráfico funcional sem consumir muitos recursos do sistema. No entanto, o XFCE moderno não é mais tão leve quanto costumava ser. Com a adição de plugins e personalizações, ele pode facilmente se tornar mais pesado que o GNOME ou o KDE Plasma.
Isso não significa que o XFCE perdeu sua essência. Ele ainda é uma ótima opção para quem busca um ambiente estável e customizável, mas a ideia de que ele é o “mais leve de todos” já não é mais uma verdade absoluta.

Enquanto o XFCE mantém sua reputação, o GNOME e o KDE Plasma evoluíram significativamente em termos de eficiência. Ambos os ambientes foram otimizados para hardware moderno, aproveitando APIs gráficas como Vulkan e OpenGL para oferecer uma experiência fluida e responsiva.
No caso do GNOME, a equipe de desenvolvimento focou em melhorar o desempenho. O resultado é um ambiente que, embora visualmente rico, não sacrifica a eficiência. Já o KDE Plasma, conhecido por sua flexibilidade e personalização, também se tornou mais leve e rápido, especialmente em suas versões mais recentes. Com isso, todos esses ambientes gráficos oferecem uma experiência similar quanto ao consumo de recursos computacionais, especialmente em máquinas com pelo menos 4 GB de RAM, com chips gráficos e processadores modernos multicore.

Se o objetivo é usar um sistema extremamente leve, talvez seja necessário ir além dos ambientes gráficos tradicionais. Nesse caso, gerenciadores de janelas como o bspwm, i3WM ou Openbox podem ser opções mais adequadas. Esses gerenciadores dispensam muitos dos recursos visuais dos ambientes completos, focando apenas no essencial: gerenciar janelas e fornecer uma interface mínima para interação.
Outra opção é o LXQt, um ambiente gráfico leve que não depende de aceleração gráfica avançada. Ele é ideal para máquinas mais antigas ou com hardware limitado, onde cada megabyte de RAM e cada ciclo de CPU contam.
Os mais nostálgicos podem se lembrar do Window Maker. Desenvolvido originalmente por um brasileiro, ele foi um dos primeiros ambientes gráficos leves a ganhar popularidade. Com seu visual único e ícones na área de trabalho, o Window Maker oferece uma experiência retrô que ainda pode ser útil em máquinas antigas.

O Big Linux, uma distribuição brasileira, até chegou a ter uma versão experimental feita pela comunidade com o Window Maker, permitindo que os usuários experimentem esse clássico em um sistema moderno.
No fim das contas, a escolha do ambiente gráfico ideal depende das suas necessidades e preferências. Se você busca leveza extrema, gerenciadores de janelas como o bspwm ou ambientes como o LXQt podem ser a melhor opção. Por outro lado, se você valoriza uma experiência visual rica e funcionalidades avançadas, o GNOME, o KDE Plasma, o Cinnamon ou até o XFCE podem atender às suas expectativas.
Este conteúdo é um corte do Diocast. Assista na íntegra ao episódio onde mergulhamos nos mistérios por trás das interfaces gráficas para entender como elas funcionam!