Transforme seu computador velho em um servidor com o TrueNAS Scale!
Hoje vamos fazer um servidor NAS através do sistema TrueNAS Scale, uma solução profissional, com opções gratuitas, que você pode utilizar também na sua casa em seus experimentos, afinal, a exigência computacional dele é baixa, portanto deverá funcionar com o computador antigo que você tem sobrando.
Nessa aventura, o nosso companheiro será o bom e velho servidor Reaper, que já mostramos por aqui a maneira inusitada como adquirimos ele, além de suas características que destoam da maioria dos computadores domésticos, quem for membro do canal também tem acesso ao vídeo onde desmontamos e limpamos peça a peça do Reaper, além de mais de 200 vídeos exclusivos, incluindo cursos sobre terminal, shell script, edição de imagem no GIMP e mais!
O que é um servidor NAS?
NAS é uma sigla para “Network Attached Storage”, basicamente um servidor de arquivos dentro da rede rede, mas ele pode fazer outras coisas também, como rodar alguns aplicativos, permitindo que você hosteie na sua própria infraestrutura uma série de coisas, desde servidores de mídia, como Plex e Jellyfin, até ambientes de desenvolvimento.
Existem muitos sistemas e formas para você criar um NAS para você, se você não quer problema de configuração, e quer uma solução pronta, um Synology ou um WD Cloud são opções interessantes.
Hoje a gente vai fazer o nosso, utilizando o TrueNAS Scale, e o melhor é que você provavelmente pode usar um computador antigo que você tenha em casa para isso.
Conheça o TrueNAS
TrueNAS é um sistema operacional de servidor voltado principalmente para armazenamento, mas que tem outros recursos bem interessantes, como a possibilidade de rodar alguns apps via plugins ou containers e a criação de máquinas virtuais.
No site você vai encontrar 3 versões diferentes, o TrueNAS Core, o TrueNAS Enterprise e o TrueNAS Scale. O Enterprise é voltado para empresa, tem suporte pago, além de um hardware certificado, é bem interessante, mas não é pra gente agora.
O Core e o Scale têm algumas diferenças básicas, enquanto Core é baseado em FreeBSD, o Scale é baseado em Linux. Tirando isso eles são bem parecidos, preferimos usar a versão Linux por dois motivos: suporte a KVM na virtualização de sistemas e suporte a docker e instalação de apps via containers.
Qual o equipamento necessário para fazer um servidor com o TrueNAS?
Existe um hardware ideal para fazer, e existe o fazível, que pode ser qualquer coisa mesmo.
O requisito tanto para o TrueNAS Scale quanto para o Core, é um CPU Dual Core de 64 bits, 8GB de memória RAM no mínimo, sendo 16GB o recomendado, além de pelo menos 16GB de armazenamento para o sistema, que pode até ser um pendrive. É recomendado também dois discos de tamanhos iguais para o armazenamento em si.
Como instalar o TrueNAS Scale?
A instalação é feita como com qualquer outro sistema operacional, você pode criar um pendrive bootável com a sua ferramenta de preferência, como o Ventoy. O processo de instalação é o clássico “próximo, pŕiximo, concluir”, você só precisa ter cuidado para escolher corretamente a unidade na qual o sistema vai ser instalado, além de conectar à internet. O terminal vai exibir para você o IP do servidor com o endereço para você acessar o painel e configurar de qualquer outro computador na rede, ou você pode acessar pelo domínio do servidor, que é truenas.local.
Acessando o endereço indicado, você pode logar no seu TrueNAS Scale usando as credenciais que você configurou, e isso vai te levar ao Dashboard, onde há várias estatísticas diferentes.
O que realmente importa agora é a gente configurar o armazenamento, para isso vamos até a sessão “storage”, “create pool”, colocamos um nome para nossa nova pool de dados, pode ser qualquer coisa, abaixo você deve ver os discos conectados ao seu servidor, exceto a unidade de boot.
O ideal é ter pelo menos dois que tenham a mesma capacidade de armazenamento, selecione-os e clique na seta para adicioná-los ao meu Data VDevs, nessa sessão, escolhemos como os HDs vão trabalhar, mirror ou stripe.
Se a gente escolher mirror, vamos ter a metade do armazenamento, já que os dados vão ser escritos nos dois HDs, isso é o ideal para você ter redundância, em caso de um disco falhar, você ainda terá o outro com os mesmos dados, quando você adicionar um disco novo, os dados serão reconstruídos.
Esse modo tem o contra de você ter menos espaço do que teria com os discos somados e provavelmente a escrita de dados vai demorar mais também, já que ela precisa ser feita mais de uma vez.
No modo Stripe você separa dos dados entre os discos, como numa RAID 0, o que faz com que você tenha maior velocidade, mas não tenha redundância, e seja mais suscetível a problemas, caso um dos discos falhe, já que os dados de um mesmo arquivo podem estar separados em discos diferentes.
Stripe você usaria se o que quer é desempenho e se você tem um backup desses dados em outro lugar, fora isso, provavelmente vai preferir a segurança de ter a configuração espelhada.
Ainda precisamos fazer algumas configurações para deixar o servidor de arquivos útil, você deve criar um usuário novo, para não precisar se logar com o admin. Se você pretende acessar também através de computadores com Windows, vale a pena configurar o protocolo smb (samba), algo bastante simples por aqui, basicamente você cria ele, vai até “shares” para criar o compartilhamento, em smb adicione o caminho, deixe todo o resto padrão e salve. O TrueNAS vai perguntar se queremos que o servidor samba inicie e seja iniciado automaticamente a cada boot, o que deve ser bem útil.
Vale a pena conferir se o seu usuário está com permissões de leitura e escrita também, mas na configuração padrão ele deve estar.
Agora a gente pode testar o servidor, podemos usar um gestor de arquivos para navegar pela rede, ele deve aparecer por lá com o nome de host que você deu, também dá para buscar ele pelo IP.
Ao clicar nele, precisa se autenticar com o usuário que você criou, e pronto, você já deve conseguir acessar o servidor de arquivos dessa forma, a gente pode copiar algum arquivo aqui para ver se funciona.
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