Muitas pessoas têm dúvidas sobre o que é SWAP, especialmente quem faz a instalação do Linux pela primeira vez particionando o HD. Hoje explicamos como funciona o SWAP e como pode ser utilizada em seu benefício, muitas vezes até para melhorar o desempenho do seu computador.
Dentro do seu computador existem módulos de memória RAM, uma sigla para “random access memory”, em português, memória de acesso aleatório. As informações que seu computador precisa acessar rapidamente são transmitidas do armazenamento para ela, por ter velocidade muito maior.
Por que memória RAM e armazenamento são coisas distintas? Caso o acesso à memória pelo processador fosse diretamente ao armazenamento, o computador seria muito lento. Por outro lado, os arquivos contidos num chip de memória RAM são automaticamente apagados quando é desligado o fluxo de energia, além disso, o custo por gigabyte de um módulo de memória é muito maior do que de um SSD ou HD.
O que memória RAM tem a ver com SWAP?
A memória SWAP funciona de maneira similar à memória RAM, uma ajuda a outra. A memória SWAP costuma entrar em ação quando a memória RAM não consegue “dar conta do recado”.
Em computadores atuais isso é bem mais raro de acontecer, computadores com 8 GB de RAM ou mais raramente usam a memória SWAP, elaborando este artigo, ela nem está sendo utilizada, como demonstrado abaixo.
Afinal, o que é memória SWAP?
Memória Swap é uma técnica computacional usada pelos sistemas operacionais para remediar quando toda a RAM é utilizada, permitindo continuar rodando programas e o próprio sistema sem travar completamente.
Também chamada de memória virtual, funciona praticamente como a RAM, mas em seu dispositivo de armazenamento. Caso seja um HD, ela é ainda mais lenta do que se fosse um SSD. Em ambos os casos é muito mais devagar do que a RAM, não sendo recomendado depender desse recurso para conseguir utilizar o computador.
Módulos de memória RAM são preparados para escrever e apagar arquivos frequentemente, dispositivos de armazenamento, não. Por isso, o uso constante de SWAP ainda contribui para uma degradação mais acelerada do seu HD ou SSD.
As diferenças de Memória SWAP no Linux e no Windows
Apesar de funcionarem de maneira parecida, a forma como o SWAP é implementado no Windows e no Linux é diferente.
No sistema da Microsoft, o SWAP é um arquivo na raiz do sistema (C:/) chamado PAGEFILE.SYS. Ele é criado sem que você saiba durante a instalação do Windows, costuma ser a mesma quantidade de memória RAM que você tem no computador, ou seja, se você tem 8 GB de RAM, terá 8 GB no PAGEFILE.SYS. Mas é possível alterar esses valores para mais ou para menos ou mesmo desabilitar o recurso.
No Linux o SWAP pode ser definido durante a instalação. Se instalar automatizadamente, a alocação de SWAP será semelhante a do Windows. Entretanto, o SWAP do Linux não fica em um arquivo na raiz do sistema, o SWAP é uma partição à parte.
Você também pode mudar o seu tamanho, mas só mediante a reparticionamento. A grande vantagem de utilizar o SWAP como uma partição à parte é que você pode usar o mesmo SWAP para múltiplas instalações de sistema num mesmo computador.
Se você instalasse um dual boot de Windows com alguma distro Linux, cada um teria seu próprio SWAP. Usando SWAP compartilhado num dual boot entre distros Linux, você economiza espaço no armazenamento.
Mitos, dúvidas e dicas sobre SWAP
Com o SWAP trabalhando como se fosse uma memória RAM é normal surgirem questionamentos sobre a sua funcionalidade e aplicação, responderemos alguns dos mais comuns:
Quanto mais SWAP melhor?
ERRADO, especialmente em computadores atuais o uso da memória SWAP é bem reduzido, então não há necessidade de você ter muita memória de paginação alocada (paginação é também uma nomenclatura para SWAP). O SWAP é muito mais útil em computadores mais antigos com pouca memória RAM.
Quanto devo utilizar de SWAP?
Esse é um ponto que divide opiniões, se você pesquisar, encontrará muitos dizendo que sempre se deve usar o dobro da quantidade real de memória, mas baseado em experiências, consideramos isso um grande exagero.
Outra utilidade da SWAP é armazenar os arquivos da memória RAM quando o usuário coloca o computador em modo de hibernação. Sendo assim, para o recurso de hibernação funcionar, o padrão dos sistemas operacionais costuma ser uma boa escolha: a mesma quantidade que você tem de memória RAM.
Por outro lado, já tive experiências com um notebook antigo que tinha pouca memória RAM e um SSD. Para funcionar corretamente com aplicativos modernos, ele precisava de pelo menos o dobro de SWAP em relação à RAM. Mas caso o armazenamento fosse um HD, essa estratégia poderia não funcionar tão bem.
Posso usar o computador sem SWAP?
Mesmo que o seu computador tenha 32 GB de RAM, se houver memória SWAP ele tenderá a utilizar um pouco. Se você tem memória de sobra e nunca deixa ela completamente carregada de aplicações, não há necessidade do SWAP. Mas se tem um computador modesto, ou costuma jogar, ou utiliza aplicativos pesados, é interessante ter o SWAP habilitado.
Qual a desvantagem de utilizar o SWAP?
O SWAP não traz apenas vantagens. Apesar de na maioria das vezes ele ser útil, se você fizer o sistema utilizar o SWAP demais, invariavelmente ele ficará mais lento. É bom lembrar que os dados são gravados no SSD ou HD e ele é muito mais lento do que uma memória RAM, logo que o seu fator SWAPPINESS for muito alto, seu armazenamento trabalhará mais do que deveria.
SWAPPINESS
Esta é uma configuração que o Linux permite, o termo SWAPPINESS serve para designar a quantidade de memória livre que o seu computador deve ter para os arquivos começarem a ser mandados para a memória SWAP.
No Ubuntu o padrão de SWAPPINESS é de 60 numa escala que vai de 0 a 100. Com o padrão no 60 significa que quando você tiver 60% da memória livre, o sistema começará a mandar alguns dados para a partição de SWAP. Esse valor pode ser alterado e é até interessante que seja. Caso você tenha uma boa quantidade de memória, ensinamos você a fazer isso neste artigo.
SWAP não é a única alternativa, conheça o ZRAM
O ZRAM cria um bloco comprimido na memória RAM que funciona como uma unidade de disco virtual, em vez de e usar a partição de SWAP, que é mais lenta. Isso permite uma troca de dados rápida aumentando a quantidade de memória disponível antes que o sistema inicie a troca com o disco. O objetivo é ganhar desempenho, principalmente em computadores com pouca memória. A distribuição Lubuntu, uma versão do Ubuntu com o ambiente gráfico LXDE, já vem com essa funcionalidade por padrão.
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