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Com o fim do CentOS, o que posso fazer?

O fim do CentOS como a gente conhece, realmente está prestes a acontecer. Ainda em 2020, no final do ano, a Red Hat anunciou que o projeto CentOS receberia uma mudança drástica na sua forma de funcionar. Isso gerou o nascimento do CentOS Stream, uma nova versão da distro Linux que até hoje não parece fazer muito sentido.

Dessa maneira, o CentOS tradicional, que mais de 350 mil empresas usam em todo o mundo, deixará de existir em definitivo no próximo dia 30 de junho. Nessa data, acaba o suporte oficial ao CentOS 7, a última versão estável antes do nascimento da Stream, encerrando com ele um legado muito grande de tecnologia que pode acabar impactando mais gente e mais áreas do que poderia ter sido previsto.

Então chegou a hora de tomar decisões importantes: Que caminho a sua empresa ou os seus projetos e servidores rodando o CentOS vão seguir? Quais opções você tem? 

Te ajudaremos a entender como funciona o CentOS Stream, mostraremos algumas das opções que você tem e o que boa parte do mercado está optando, além de mostrar na prática como você pode migrar um servidor CentOS para uma alternativa com suporte funcional.

Como funciona o CentOS?

Antes, o que acontecia é que existia o Fedora, como projeto upstream do Red Hat Enterprise Linux, ou RHEL: código, pacotes e tecnologias são testados no Fedora, e a partir do debug, teste de qualidade, entre outros, era criado o Red Hat Enterprise Linux.

Do código do RHEL era feito um clone, bit a bit, chamado CentOS, que basicamente era o mesmo Red Hat Enterprise Linux, mas sem o suporte da Red Hat, sem os logos, e que poderia ser usado sem custo por qualquer um.

O RHEL e o CentOS eram sistemas idênticos, super estáveis e confiáveis, explicando a popularidade deles em tecnologias de missão crítica, em empresas como Toyota, GE, Disney, entre outras. Sendo assim, CentOS está presente em sistemas de renderização em Hollywood, equipamentos hospitalares, governos, hospedagem de sites e muito mais.

Entenda o CentOS Stream

O CentOS Stream, é uma coisa diferente, ele fica entre o processo de desenvolvimento do Fedora e a publicação do RHEL.

Deixou de ser um clone do Red Hat Enterprise Linux e passou a ser o upstream dele, não tão bleeding edge quanto o Fedora, mas rolling release, algo não muito quisto no mundo empresarial, e não sendo mais um clone bit a bit da versão estável do RHEL.


Quem conhece o ciclo de desenvolvimento do Debian, pode entender essa nova estutura envolvendo o CentOS, como se fosse:

Debian Sid → Debian Testing → Debian Stable

Fedora → CentOS Stream → RHEL

E se o Debian Testing não é estável o bastante para rodar no seu servidor, você provavelmente não quererá o CentOS Stream.

Com o fim do CentOS 7, quais são as alternativas?

Este caso é diferente, por exemplo, de quando acaba o suporte de uma LTS do Ubuntu, que você tem outra LTS para fazer a migração, no caso do CentOS 7, simplesmente não temos mais essa opção. Existem basicamente 4 coisas que você pode fazer.

1 – Posso continuar usando o CentOS 7 sem atualizações de segurança?

Não é recomendado, mas nada impede que você se arrisque mantendo os seus servidores sem atualizar. Em alguns casos muito particulares pode ser um problema menor, mas ainda assim é um problema que cresce com o tempo, então, a primeira opção, é longe do ideal.

2 – Não é melhor migrar para outra distro?

No caso de migração para sistemas que tentaram continuar de onde o CentOS parou, geralmente existem scripts de migração que facilitam o processo. Dentre eles, destacamos o Rocky Linux, Alma Linux e Oracle Linux.

Mas se a migração for para um Ubuntu, Debian ou qualquer outro sistema, é um pouco mais complexo e requer mais de deliberação. Ubuntu e CentOS podem rodar os mesmos softwares e mesmas bibliotecas, porém, isso não quer dizer que transportar toda uma plataforma não requeira ajustes.

Pacotes tem nomes diferentes nos repositórios de cada uma das distros, arquivos de configuração ficam em locais diferentes, muita gente tem scripts para fazer a implementação de muitos servidores com certas configurações que vão precisar de ajustes, entre outros detalhes.

Uma migração de distro é o transplante de uma empresa inteira, mudando a infraestrutura significativamente, é importante testar as coisas antes e fazer um bom plano para nada sair do lugar.

Infelizmente podem existir cenários onde migrar para algo diferente de uma base Red Hat pode ser inviável. Existem hardwares e softwares certificados e homologados para rodar em sistemas operacionais específicos, com determinadas versões de pacotes, configurações específicas, onde qualquer coisa diferente, gera retrabalho. Existem cenários bem delicados e nada pode ser feito realmente com pressa.

3 – Que tal comprar suporte prologando de empresas de terceiros?

Existem várias empresas por aí que tomam conta da segurança dos pacotes de distros como o CentOS 7 mediante a pagamento. A TuxCare é um ótimo exemplo.

Isso pode não solucionar o problema, mas se você precisa de mais tempo para a migração, essa é uma forma que prescinde precisar expor os seus servidores a potenciais ameaças até decidir o que fazer e se preparar.

4 – Você pode migrar para o Red Hat Enteprise Linux

Pode ser difícil conceber a ideia de que você terá que pagar por algo que não gerava custo para a sua empresa antes, mas esse é certamente um dos caminhos. A Red Hat fazia o CentOS e eles sabem exatamente como fazer uma migração desse tipo para a própria infra deles.

O custo depende do que você precisa e o tamanho da sua empresa. No plano básico, que nem tem suporte, servindo só para você ter acesso aos repositórios, começa em 384 dólares por ano. Na prática, é a migração mais suave, simples e com menor risco entre todas.
Está curioso sobre como fizemos a migração do CentOS para o Alma Linux, mantendo o suporte sem custos adicionais? Confira o procedimento, mas saiba que cada operação tem suas particularidades, então as coisas podem ocorrer diferente para você.

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