É verdade que o Windows é mais estável do que o Linux?
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Vamos às perguntas desse mês!
Por que o Windows é mais estável que o Linux?
A percepção de estabilidade entre Windows e Linux pode variar amplamente com base na experiência pessoal. Muitos usuários do Windows podem considerar o sistema mais estável devido à familiaridade e à capacidade de lidar com problemas conhecidos de forma adaptativa. Isso ocorre porque, ao longo do tempo, problemas previsíveis, como a necessidade de desfragmentar discos, são contornados com rotinas de manutenção que minimizam a percepção de instabilidade.
Por outro lado, novos usuários do Linux podem experimentar uma maior sensação de instabilidade devido à diversidade de distribuições e à falta de familiaridade com o sistema. Problemas desconhecidos são mais evidentes e podem parecer mais frequentes, o que pode levar a uma percepção de que o Linux é menos estável. Entretanto, usuários experientes em Linux podem aprender a contornar esses problemas e adaptar-se a eles, o que pode reduzir a sensação de instabilidade ao longo do tempo.
A “Teoria do bug recorrente” sugere que, quando um usuário está acostumado com um sistema que apresenta bugs frequentes, esses problemas se tornam parte da rotina. Se um erro é previsível e manejável, o usuário pode desenvolver maneiras de contorná-lo, criando uma sensação de estabilidade relativa. Isso acontece porque os problemas previsíveis são aceitos como parte do fluxo de trabalho, enquanto os novos problemas desconhecidos podem causar maior estranheza e desconforto.
Esta percepção de estabilidade em sistemas operacionais está intimamente ligada à familiaridade do usuário e à previsibilidade dos problemas. Ambos os sistemas, Windows e Linux, podem ser estáveis dentro de seus contextos, mas como os problemas são experimentados e gerenciados pode influenciar a percepção de estabilidade.
Quanto tempo leva para fazer um processador?
Podemos estimar que a fabricação de um “wafer”, que é uma placa contendo múltiplos processadores antes de serem cortados, pode levar, em média, até 3 meses. Esse processo é complexo e envolve várias etapas, podendo influenciar a produção em larga escala e a velocidade de fabricação de chips. A capacidade de uma planta de semicondutores para fabricar chips depende da tecnologia e da padronização de produtos. Além disso, nem todas as fábricas conseguem produzir todos os tipos de chips competitivamente.
Ademais, a fabricação de semicondutores é afetada pela dinâmica do mercado e pela especialização das plantas. Embora haja muitas fábricas ao redor do mundo, a velocidade de produção e os preços são influenciados pela capacidade e pela demanda específica de componentes. A estimativa de 3 meses para a fabricação de processadores é uma média genérica, refletindo a complexidade e a variabilidade do processo.
Valorant chegará no Linux?
Atualmente, superar a barreira técnica dos anti-cheats baseados no kernel do Windows para jogos no Linux parece desafiador. Ferramentas como o Proton da Valve mostram que avanços são possíveis, mas os anti-cheats como o Vanguard da Riot exigem recursos e arquivos específicos do kernel do Windows, que não estão disponíveis no Linux. A solução mais viável seria a colaboração direta dos desenvolvedores de jogos para criar suporte cross-platform, algo que ainda parece improvável devido à falta de incentivo mercadológico.
Enquanto a popularidade do Linux continua crescendo, especialmente no desktop, muitos usuários optam por tratar o Windows como uma plataforma de jogos, semelhante a um console. Essa abordagem permite que joguem títulos que não são compatíveis com o Linux, aproveitando o melhor de ambos os sistemas operacionais de acordo com suas necessidades.
Qual a distro Linux e hardware recomendado para alguém que deseja trabalhar com programação em um MacBook Pro antigo?
Se o seu MacBook possui um processador Core 2 Duo, até 8 GB de RAM e uma placa NVIDIA, qualquer distribuição Linux com um ambiente gráfico leve pode funcionar bem. O Linux Mint XFCE é uma boa opção devido à sua leveza e facilidade de uso. Outras alternativas incluem Arch Linux com um window manager leve ou Debian com XFCE. A chave é escolher uma distro onde você possa minimizar o consumo de recursos pelos aplicativos e utilizar um ambiente gráfico eficiente.
Para desenvolvimento, não há um sistema operacional “melhor” graças às tecnologias de contêineres que permitem o uso de qualquer pacote em qualquer sistema. O vídeo que fizemos, onde programadores discutem suas preferências de sistemas operacionais, pode ajudar na sua decisão.
O Ubuntu está se posicionando contra outros formatos de pacotes, como .deb?
A Canonical investiu muito tempo e dinheiro nos Snaps, buscando consolidá-los no mercado, mesmo que isso tenha gerado descontentamento em alguns membros da comunidade Linux. Eles preferem Snaps aos flatpaks porque têm controle total sobre a tecnologia. No meio empresarial, os Snaps têm recebido elogios, mas no desktop, a recepção tem sido menos entusiástica. O Ubuntu ainda se beneficia da reputação construída na sua primeira década, mas essa percepção não é eterna.
O Linux Mint, por exemplo, bloqueia Snaps por padrão, mostrando que nem todos estão de acordo com a direção da Canonical. A popularidade do Ubuntu como sistema operacional de desktop está mudando, como evidenciado por uma enquete que fizemos, onde Ubuntu está longe de ser unanimidade. Isso levanta questões sobre o futuro do Ubuntu no desktop, especialmente se continuar a negligenciar esse segmento.
Recentemente, ao instalar o Ubuntu 24.04 LTS em dual boot, notamos vários problemas menores que podem ser superados por usuários experientes, mas que poderiam frustrar novos usuários. Dependências, bugs com ícones e problemas de tradução são alguns exemplos.
Por que chamamos todas as distribuições de “Linux” se são diferentes?
É comum as pessoas chamarem todas as distribuições de “Linux” por simplicidade, embora essa não seja uma distinção técnica precisa. Isso acontece porque quando lidamos com conceitos complexos, buscamos simplificações para facilitar o entendimento. Por exemplo, ao dizer “carro” ou “smartphone”, omitimos detalhes específicos. O mesmo vale para “Linux”, que se torna um termo genérico que representa uma família de sistemas operacionais com características compartilhadas.
Para muitas pessoas, associar “Linux” a algo como Windows ou macOS é suficiente para ter uma noção do que ele é e como funciona. Assim, “Linux” acaba se referindo a uma família de sistemas operacionais que incluem Ubuntu, Mint, Debian, Arch e outros, devido ao seu denominador comum, o Kernel Linux. Essa generalização ajuda a simplificar a comunicação e evita a necessidade de explicações detalhadas.
No entanto, o marketing desempenha um papel importante em como os sistemas são percebidos. Por exemplo, muitas pessoas não sabem que o Android é baseado no Kernel Linux, pois o marketing sempre destacou “Android” como algo separado.
E já que seu computador roda Linux e seu smartphone é Android, que tal integrar os pinguins como se fossem um só dispositivo? Conheça o KDEConnect!