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Sistemas operacionais

Conhecendo o Nobara Project, um Fedora com foco em games

A comunidade Linux é muito ativa, sempre trazendo projetos inovadores, com funções que muitas vezes acabam sendo incorporadas até mesmo em sistemas oficiais.

Neste artigo, você conhecerá o Nobara Project, que utiliza o Fedora como base para entregar um sistema direcionado ao público gamer e produtores de conteúdo.

Conheça o Nobara Project

Para um usuário novo de Linux, pode ser trabalhoso aprender a lidar com o terminal, portanto a necessidade de realizar configurações em ambientes pouco amigáveis “apenas” para fazer um jogo funcionar corretamente, pode dar alguma dor de cabeça a estas pessoas em um momento que deveria ser de lazer.

Este tipo de situação, que é cada vez mais incomum, acabou dando aos sistemas Linux a pecha de ser algo críptico, que apenas nerds experientes conseguem utilizar.

Visando facilitar a vida dos usuários que buscam uma experiência mais tranquila para jogar, Thomas Crider (também conhecido como Glorious Eggroll), um experiente desenvolvedor da Red Hat, mantenedor do Wine Staging, membro da equipe do Lutris e criador do proton-GE (GE = Glorious Eggroll), desenvolveu o Nobara Project.

Observando este pequeno resumo de seu imenso currículo, dá pra perceber que o sujeito entende de Linux, principalmente orientado a jogos.

O sistema é uma remasterização do Fedora que traz facilidades para usuários acostumados a resolver seus problemas apenas apontando e clicando nos elementos da tela, sem precisar recorrer ao vocabulário do shellscript ou qualquer outro conhecimento um pouco mais profundo de computação.

É claro que o terminal está presente, porém, a interface do sistema traz elementos que reduzem a dependência deste recurso ao mínimo.

Embora não haja nenhuma informação oficial quanto a isso, provavelmente o Nobara Project seria a materialização do que o Glorious Eggroll gostaria de ter em um sistema, com todas as modificações e softwares pré instalados que ele utiliza. Esse tipo de iniciativa é um dos motores do software livre, pois os objetivos do desenvolvedor podem convergir com os de usuários, justificando a manutenção do projeto.

Assim sendo, o Nobara Project pode ser visto como uma versão do Fedora, pré-configurada para iniciantes no mundo Linux ou quem gostaria de ter as otimizações e configurações, principalmente relacionadas ao uso em jogos e produção de conteúdo, “de fábrica”.

Recursos do sistema

O Nobara Project utiliza uma versão modificada do Gnome, com aspecto um tanto parecido com o Zorin OS, ou o Windows, principalmente devido ao seu menu, que utiliza a extensão ArcMenu.

nobara menu
Desktop e menu do Nobara Project.

Além do ArcMenu, o sistema traz por padrão uma série de extensões e repositórios de terceiros que viabilizam o seu propósito de ser fácil. Por exemplo, as janelas possuem todos os botões de controle, minimizar, maximizar e fechar, o gerenciador de arquivos Nautilus traz funções como pesquisa recursiva e a opção de clicar na barra de endereços para poder digitar.

O sistema mantém os softwares que vem por padrão no Fedora, mas adiciona modificações em alguns, por exemplo, suporte ao ffmpeg no Blender e algumas correções de compatibilidade para o OBS Studio, facilitando a vida de produtores de conteúdo e streamers.

Outras modificações presentes no Nobara Project são:

  • Uma versão modificada do Flatpak, que possibilita até mesmo instalar o League of Legends por ele;
  • Alguns codecs de vídeo;
  • SELinux no modo permissivo para que não sejam bloqueados alguns mods de jogos, nem a compilação de certos programas, como o Proton;
  • Repositório RPMFusion desbloqueado por padrão;

Ele também traz os seguintes programas que não se encontram no Fedora por padrão:

  • Drivers proprietários da Nvidia;
  • O editor de vídeo Davinci Resolve; 
  • Wine já configurado, pronto para rodar jogos de Windows;
  • Proton-GE (é claro);
  • Steam;
  • Lutris;
  • MangoHud + Goverlay + Gamescope;
  • A suíte OnlyOffice;
  • Alguns drivers de impressora;
  • A biblioteca Vapoursynth junto com o ffms2, para edição de vídeo.

Thomas Crider também disponibiliza uma versão do Discord com algumas modificações relacionadas a desempenho na biblioteca do sistema.

O sistema traz algumas modificações em sua base Fedora, que podem ser consideradas correções vistas como necessárias pelo seu desenvolvedor. Dentre elas temos:

  • Modificações no kernel que aprimoram a experiência em placas de vídeo AMD e Nvidia;
  • Modificações no kernel para deixar o sistema compatível com o Steam Deck, o tablet Surface e aprimorar a experiência em alguns laptops Asus;
  • A utilização de drivers de vídeo AMD e Intel aprovados e providos pelo Mesa, em vez de instalar a última versão, prevenindo problemas com atualizações;
  • Alterações no Gnome mutter e Gnome Shell.

Segundo o desenvolvedor, as modificações implementadas no Nobara Project, foram escolhidas especificamente para favorecer o desempenho em jogos.

Enfim, já sabemos bastante sobre o que o Nobara tem, contudo, fica a questão: será que sua performance é realmente diferenciada em jogos?

O Dio testou o sistema e comparou o desempenho com outras distribuições:

O que você achou do Nobara Project? Será que o pessoal do Fedora Project vai acabar adotando alguma modificação implementada pelo Nobara? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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